sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Os 5 fatores para o resultado da Petro vir fraco, mesmo devendo lucrar R$ 5,4 bilhões (infomoney)

Após o leilão de Libra, a Petrobras (PETR3;PETR4) voltará ao foco dos investidores nesta sexta-feira (25) com a divulgação dos resultados do terceiro trimestre após o fechamento do mercado. E há cinco motivos para que os números da companhia não sejam muito animadores: aumento das importações de combustíveis, o não reajuste de preços somado à desvalorização do real, dados de produção bastante fracos, redução na capacidade de refino e o aumento das despesas financeiras.
De acordo com a média das projeções dos analistas da Planner, Bank of America Merrill Lynch, Ágora e Citi compiladas pelo InfoMoney, a Petrobras deve reportar um lucro líquido de R$ 5,41 bilhões, uma queda de 2,75% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 12,70% frente a abril e junho deste ano. A Planner é a corretora mais otimista, com a projeção de R$ 6,37 bilhões, sendo que o BofA possui a menor estimativa de lucro, de R$ 4,47 bilhões.
Conforme destaca a equipe de análise da Planner, o resultado não será melhor por conta do aumento das importações e defasagem de preços, mas destaca que o mercado de combustíveis continua aquecido no País, com os dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) mostrando que a produção de derivados cresceu forte. "Por outro lado, como a produção de petróleo não deve ter crescido no trimestre - os dados da Petrobras para julho e agosto mostram isso - , as importações tiveram altas expressivas", avalia.
Já do lado positivo, está a estabilidade da cotação do dólar, o que deve trazer menos pressão sobre os números da companhia; além disso, a menor variação da taxa de câmbio permite menores custos financeiros da dívida em moeda estrangeira que não é coberta pela "contabilidade de hedge", que foi instituída pela companhia no último trimestre e que diminuiu a contabilização de perdas pela companhia.
Alavancagem preocupaEnquanto isso, os analistas Pedro Medeiros e Fernando Valle ressaltam que os indicadores de alavancagem devem ultrapassar as metas de diretoria, de 35% para a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquida e de 3 vezes a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), o que é visto como um fator de preocupação para os analistas.
Por outro lado, Medeiros e Valle avaliam que há espaço para itens não recorrentes dentro do Ebitda, com a venda de ativos no valor de US$ 2,8 bilhões anunciada e que ainda deve ser contabilizada nos resultados do segundo semestre. O Ebitda também pode ser impulsionado pelo crescimento das importações, elevando o custo com mercado vendida, além dos efeitos cambiais da desvalorização do real. 
Além das divergências entre os preços da gasolina e do diesel no cenário doméstico e interno e as altas importações, a perspectiva de uma utilização mais baixa das capacidades de utilização das refinarias é destaca pelos analistas do Bank of America Merrill Lynch. Porém, os analistas Frank McGann e Vicente Falanga Neto ressaltam que, mesmo com a expectativa de números mais fracos do que o previsto anteriormente, as projeções é de que os últimos três meses do ano sejam mais positivos com o aumento da produção e com a menor distância entre os preços domésticos e internacionais. 
Confira a média das projeções para o resultado da Petrobras:
R$ (em milhões)*3T13E3T123T13E/3T122T133T13E/2T13
Receita Líquida79.418 73.793+7,62%  73.627 +7,87%
Ebitda15.76714.375+9,69% 18.091 -12,84%
Margem Ebitda* 21,90% 19,50%+2,40 p.p 24,60% -2,70 p.p.
Lucro Líquido5.4135.567-2,75%6.201 - 12,70%
*Prévia da Ágora/Bradesco, Planner, Citi e BofA

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