Essa população que Marilena odeia tem valores muito mais próximos de liberais e conservadores do que de esquerdistas, desde o tipo obamista-chique até o black bloc psolento.
Pesquisa do Datafolha, publicada na Folha de hoje (27), mostra que 95% dos paulistanos são contra os Black Blocs, ou seja, são contra a baderna, o vandalismo e o quebra-quebra. Noventa e cinco por cento.
Há 15 dias, o jornal publicou uma pesquisa dizendo que metade da população brasileira é “de direita” e apenas 30% são “de esquerda”, a partir de critérios enviesados, fabricados pelos esquerdistas do instituto e do jornal, que tendem a engordar os números da esquerda. É perfeitamente possível aceitar que mais de 70% dos brasileiros estão ideologicamente no centro, centro-direita e direita.
Na matéria, o jornal ainda comete o absurdo de dizer que ideologia “não se traduz em voto” porque o brasileiro, mesmo sendo de direita, não vota em candidatos de direita. O jornal só deixa de mencionar mais explicitamente que o Brasil não tem candidatos de direita, o que invalida a conclusão. O jornalista e analista político da Folha Fernando Rodrigues escreveu um artigo recentemente chamando o Brasil de “atrasado’ e “conservador”, sugerindo que os dois termos seriam equivalentes.
Na mesma pesquisa, para 85% dos brasileiros, acreditar em Deus torna as pessoas melhores. Para 48%, os sindicatos “servem mais para fazer política do que para defender os trabalhadores”. Você pegou a idéia.
Em abril deste ano, o mesmo Datafolha mostrou que 93% dos paulistanos são a favor da redução da maioridade penal, o que deve reunir todos na cidade que não são professores da USP, blogueiros do UOL com sobrenome japonês ou presidiários. Diz a Folha: “Redução da maioridade penal opõe analistas e sociedade“.
O resumo de tudo isso é que o resultado das pesquisas, como admite a própria Folha, “opõe analistas e sociedade”. É óbvio e evidente que os chamados cientistas políticos, analistas, intelectuais, sociólogos, jornalistas, marqueteiros e consultores que assessoram os políticos brasileiros estão vivendo em outro país, não no Brasil.
Em maio, o cérebro ideológico do PT, das áreas de humanas da USP e do jornalismo brasileiro, Marilena Chauí, deu uma pista da motivação que separa o povo do que o Brasil convencionou chamar de intelectual:
- “Eu odeio a classe média.”
- “A classe média é o atraso de vida”
- “A classe média é estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista.”
- “A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista, uma abominação ética, porque ela é violenta, e ela é uma abominação cognitiva, porque ela é ignorante”.
Para o IBGE, mais da metade da população do país está na classe média (renda per capita entre R$ 300 e R$ 1.000), portanto há uma chance bastante razoável da Marilena Chauí odiar a maioria dos eleitores que, por sua vez, só votam nos candidatos que ela defende por falta de opção. A rejeição é mútua.
Essa população que Marilena odeia tem valores muito mais próximos de liberais e conservadores do que de esquerdistas, desde o tipo obamista-chique até o black bloc psolento.
O brasileiro não quer quebra-quebra, baderna, fogo em ônibus, alta carga tributária, e não compra a tese de que bandido é vítima, de que Cuba é um paraíso, de que a redução do crime virá da liberação da venda de heroína nas escolas ou que a modernidade é todo mundo pelado, o dia inteiro sem trabalhar e recebendo dinheiro do governo.
É óbvio e evidente que o eleitorado brasileiro está pronto para uma candidatura viável de centro-direita e é essa cambada de vagabundos sanguessugas, com seus títulos acadêmicos em marxismo aplicado, que cercam os partidos e políticos brasileiros e dizem o contrário a eles. E é por isso que os políticos brasileiros estão hoje apenas brigando para dizer que são mais esquerdistas do que os outros.
O povo está preocupado com 70.000 homicídios por ano, o que certamente inclui gente que ele conhece, um vizinho ou um parente pelo menos. Os jornalistas e sociólogos estão preocupados com o Amarildo.
O povo está preocupado com o dinheiro no fim do mês que não dá, os jornalistas e sociólogos querem mais impostos e mais dinheiro na mão dos burocratas do governo.
O povo está preocupado com o futuro dos filhos, os jornalistas e sociólogos com o casamento da Daniela Mercury.
O povo está preocupado com o fogo no ônibus que ele pega e na destruição da estação de metrô que ele usa, os jornalistas e sociólogos estão preocupados em acabar com a PM.
O primeiro passo para uma candidatura de centro-direita: demitam todos esses pilantras, filhotes ideológicos da Marilena Chauí, que fazem fortunas dizendo que o povo é de esquerda. Coloquem todos no olho da rua aos pontapés, de preferência jogando o que tiverem nas suas gavetas de trabalho pela janela.
Mandem os sociólogos para a rua e aproveitem para ouvir as ruas diretamente, sem intermediários, sem “o povo disse isso mas quer na verdade aquilo”. O povo hoje só não vota na direita porque não tem alternativa.
A política brasileira é a negação do livre mercado até nisso: os “consumidores” gritando por um produto e todos os vendedores oferecendo outro, completamente diferente, e que só uma minoria engole com prazer.
Alexandre Borges, diretor Instituto Liberal, publicou o presente artigo no blog da instituição.
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