quarta-feira, 27 de abril de 2016

Feministas, guerra cultural, família e discursos: notas (DAVID AMATO)

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As feministas adoram falar que "lugar de mulher é onde ela quiser". Eu concordo absolutamente, porque estamos tratando de indivíduos e suas singularidades. Mas o que pensa a turminha superprafrentex quando uma mulher opta por ser recatada e dedicar-se às atividades do lar, leia-se à família, sem que isso implique em não fazer mais nada da vida?
Vejamos o que disse Simone de Beauvoir (foto), quando perguntada pela igualmente feminista e estatólatra Betty Friedan, da revista The Satuday Review (1), sobre a possibilidade de o Estado remunerar as mulheres que OPTARAM por cuidar do lar e dos filhos que lá estivessem:
- "(...) As mulheres não deveriam ter essa opção precisamente porque se essa opção existir, demasiadas mulheres irão escolhê-la."
Para entender o raciocínio precisamos recorrer a Marx, que estabeleceu que a infraestrutura (estrutura material da sociedade e sua base econômica) determinava a superestrutura (estruturas de poder político, cultura, instituições, o Estado etc.).
A absurdidade da abolição da propriedade privada via revolução armada, proposta para alterar a infraestrutura e aniquilar os pilares ocidentais, fracassou óbvia e miseravelmente, fazendo com que teóricos marxistas invertessem a tese.
Se antes a origem da família era entendida como consequência da propriedade privada, o novo meio de acabar com esta foi aniquilar a primeira, atacando a superestrutura através da ocupação, dominação e subversão dos espaços, ou seja, a estratégia gramscista aplicada com estrondoso sucesso no Brasil.
Dessa forma fica claro por que as feministas, que são meras crias marxistas, surtam com qualquer coisa ligada à família, "instituição burguesa" que deve ser destruída, assim como a real soberania do indivíduo, que deve perecer diante do coletivo amestrado.
Reflexo disso é a Ideologia de Gênero, advinda em parte de uma frase de Beauvoir, que disse que não se nasce mulher; torna-se. Com isso ela quis dizer que você pode reivindicar o direito de ser qualquer coisa, contanto que esteja dentro dos moldes culturais propagados pela esquerda, é claro.
É ligando estas e outras pecinhas que entendemos o motivo pelo qual as feministas e demais zumbis miméticas deflagraram uma campanha tão agressiva contra a reportagem sobre Marcela Temer, cujo lugar é verdadeiramente onde ela - e não a esquerda - quiser.
Lidem com isso.
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Disse Confúcio que "sinais e símbolos governam o mundo, não palavras, nem leis". Disse Clausewitz que "a guerra é a continuação da política por outros meios". Dos dois mestres se tiram duas lições do caso Jair Bolsonaro x Jean Wyllys:
O primeiro introduziu em seu tão criticado discurso novos símbolos à guerra política e cultural; o segundo fez uso de símbolos opostos e consolidados pelo establishment, de modo a evitar desesperadamente que uma verdadeira polarização floresça, porque junto dela vêm um revisionismo de uma história totalmente falsificada pela esquerda e suas vertentes.
Portanto, parem de bancar as virgens puritanas e entendam que a manobra política de Bolsonaro foi mortal, porque a quantidade de pessoas que irão ler diferentes fontes sobre não só o que foi, mas o motivo pelo qual tivemos um Regime Militar, fará com que a guerra política e cultural amadureça, ajudando a desmascarar muita gente. De ambos os lados.
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Citar a família, a instituição mais poderosa que existe no mundo, é algo muitíssimo mais nobre do que citar um partido e uma causa supranacional genocida e pilhadora, ironicamente comandada por um punhado de famílias sem qualquer consciência moral.
Se o lado dos vermelhos seguisse a métrica do Show da Xuxa - que não deixa de ser engraçada -, mandaria beijos e abraços ao Foro de São Paulo, ao Diálogo Interamericano, aos Clubes de Roma e Bilberberg, à ONU e demais lepras hierarquicamente unidas pela teoria dos sistemas.
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Guia de negócios politicamente corretos (se você for revolucionário) em tempos de destruição deliberada, digo, crise:
- Tráfico de drogas (o brasileiro é o maior consumidor de crack e segundo maior de cocaína do mundo);
- Venda de cerveja de milho e outras bebidas vagabundas;
- Abrir uma funerária (só homicídios são mais de 70k\ano);
- Abrir um hospício;
- Ou um bordel. Mas já aviso que concorrer com as putas de Brasília será difícil.
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Olavo de CarvalhoSe você quer enfraquecer um adversário, é coisa simples: faça-o esperar, e esperar, e depois esperar mais um pouco. Esse era o truque supremo do general romano Fabius, cujo nome inspirou o movimento fabiano, que por sua vez inspirou o tucanato. E o mais lindo é ninguém perceber que há um ano esse truque vem sendo usado contra toda a população brasileira.
Quintus Fabius Maximus inspirou a Sociedade Fabiana, fundada um ano após a morte de Marx, em 1884. Não é à toa que os símbolos utilizados pelo socialismo fabiano são o de um lobo em pele de cordeiro e de uma tartaruga raivosa, o primeiro representando a falsa oposição (Estratégia das Tesouras) e o segundo as mudanças graduais e reformistas via revolução cultural. (http://www.fabians.org.uk/)
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Aqueles que por ventura estejam bravos com os discursos caricatos, tanto da direita quanto da esquerda, precisam aprender o básico: ambas as orientações são maçônicas e foram adotadas durante a Revolução Francesa. Por falar em Revolução Francesa, o que vocês hoje conhecem por comunismo não foi arquitetado por Marx, e sim por Engels a mando da Franco-Maçonaria Templária. Surpresos? Pois não deveriam estar.
Agora imaginem um esquerdista, cujas sinapses cerebrais foram demolidas por técnicas de controle mental (leiam Maquiavel Pedagogo) que suplantam a doutrinação ideológica em muitos níveis, descendo até o limbo ocultista e metafísico para só então desconstruir-se e entender que ele é mais um operário do império da mentira. Difícil, não? Porém o mesmo também ocorre com a direita amestrada, seja ela conservadora tosca ou liberal economicista.
Enquanto os insatisfeitos não pescarem os cacoetes "ideológicos" que pendem para um jogo de cartas marcadas, ficarão eternamente insatisfeitos com os rumos da direita e da esquerda, reclamando que a primeira virou a segunda e que a segunda virou a primeira.
É preciso sair das águas permitidas e desbravar o além-mar.
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Impressionante a volta que tivemos que dar graças à fraude eleitoral de 2014, proporcionada pela Smartmatic e toda a caterva que faz parte ou está ciente do circo, como os vermes do PSDB. É de enlouquecer.
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Enquanto você acorda e se prepara para trabalhar, estudar ou simplesmente tomar um café, o desgoverno que sequestrou o Estado planeja como vai lhe roubar, utilizando o dinheiro advindo do roubo para financiar propagandas e militantes que vão tentar convencê-lo de que golpista é VOCÊ.

Manifesto Comunista, um libelo contra a família (EGUINALDO HÉLIO SOUZA)

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Não devemos ficar admirados se em uma cultura sob pesada influência marxista a família sofre todo tipo de ataques e distorções.

A instituição familiar foi atacada nas páginas do famigeradoManifesto Comunista. Nem ela escapou! Basta lê-lo. O conteúdo sintético condensa a visão revolucionária contra a realidade e a tradição. O ódio à instituição familiar se justifica pelos mesmos falsos argumentos de sempre.


"Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? No capital, no ganho individual
.

A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública
.

A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento. E uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital.” 
[1]

Segundo o Manifesto, qual o fundamento da família? O capital. Como acabar com ela? Acabando com o capitalismo e a propriedade privada. Enquanto a moral judaico-cristã compreende a importância da família e luta para que ela se mantenha coesa, o comunismo a despreza, a desvaloriza e lança contra ela seu veneno.

A Lei da Palmada nada mais é do que afronta marxista contra a autoridade paterna. O feminismo nada mais do que a luta de classes transferida para a identidade sexual. A defesa da união entre pessoas do mesmo sexo, nada mais é do que uma tentativa maquiavélica de anular o sentido de família, pois se família é qualquer coisa que se denomine família, então nada é família.

Friedrich Engels, buldogue de Marx, escreveu:

“A monogamia não aparece na história, portanto, como uma reconciliação entre o homem e a mulher e, menos ainda, como forma mais elevada de matrimônio. Pelo contrário, ela surge sob a forma de escravização de um sexo pelo outro, como a proclamação de um conflito entre os sexos, ignorado, até então, na pré-história. (...) Hoje posso acrescentar: o primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino”.[2]

E continua:

“A família individual moderna baseia-se na escravidão doméstica, franca ou dissimulada, da mulher, e a sociedade moderna é uma massa de cujas moléculas são as famílias individuais”.[3]

Manifesto é, também, entre outras coisas, um libelo contra a família, cujas ideias são ampliadas na obra de Engels:

“Então é que se há de ver que a libertação da mulher exige, como primeira condição, a reincorporação de todo o sexo feminino à indústria social, o que, por sua vez, requer a supressão da família monogâmica como unidade econômica da sociedade”[4].

Bastaria ouvir minha esposa para desmascarar tamanha besteira. Entretanto, e infelizmente, nem sempre as novas gerações são tão sábias quanto ela, e, inoculadas com veneno marxista, muitos só mais tarde compreendem as bênçãos de uma família estável em um mundo instável.

No entanto, o marxismo não é apenas inimigo da família. Ele é inimigo do conceito de família. Não devemos ficar admirados se em uma cultura sob pesada influência marxista a família sofre todo tipo de ataques e distorções.

As ideias marxistas sobre família fizeram parte da Revolução Bolchevique:

“Muitos bolcheviques acreditavam que a família, sendo uma instituição baseada na propriedade privada, seria abolida em uma sociedade comunista, com o Estado assumindo a responsabilidade de cuidar das crianças e do trabalho doméstico”[5]. E se os pais educassem seus filhos conforme seus valores e não conforme os valores da revolução marxista, então esses filhos podiam rebelar-se com o total apoio do Estado. “Se os pais persistem em transformar os filhos em pequenos senhores ou em místicos bitolados, então as crianças tem o direito ético de abandoná-los”[6]. É marxismo pisando a ética judaico-cristã, o mandamento de honrar pai e mãe. Em primeiro lugar vem a submissão ao Estado-Leviatã.

Na década de 1980, Marilena Chauí lançou seu livro “O que é ideologia?”. E nele estavam contidos ataques à família, bem como a defesa da união homossexual. Temos hoje o resultado de décadas de doutrinação.

“Se a ideologia [capitalista] mostrasse todos os aspectos que constituem a realidade das famílias no sistema capitalista, se mostrasse como a repressão da sexualidade está ligada a essas estruturas familiares (condenação do adultério, do homossexualismo, do aborto, defesa da virgindade e do heterossexualismo, diminuição do prazer sexual para o trabalhador porque o sexo diminui a rentabilidade e produtividade do trabalho alienado), como, então, a ideologia manteria a idéia e o ideal da Família? Como faria, por exemplo, para justificar uma sexualidade que não estivesse legitimada pela procriação, pelo Pai e pela Mãe? Não pode fazer isto. Não pode dizer isto”[7] .

Para ela a família não é uma necessidade da estrutura social. É apenas uma conveniência humana que se opõe á religião de Marx. Precisa ser destruída.

Este é mais um dos pontos que torna o Manifesto Comunista o pior livro do Ocidente. Sua defesa do Estado monstro, seu anti-cristianismo, sua defesa da violência política, são motivos suficientes para que sua leitura seja feita com todo o cuidado. Sua venda deveria ser feita sob um rótulo: “Esta livro é prejudicial à sua existência e à existência de toda a humanidade”. A história universal que o diga. E a nossa também.




terça-feira, 26 de abril de 2016

O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Liberalzinho (PEDRO HENRIQUE MEDEIROS)


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Vocês já devem ter visto por aí o famoso liberalzinho pó-de-arroz.
Esse liberal não segue um padrão unificado, mas muitos estereótipos fazem com que ele seja facilmente reconhecido.
Uma dessas características é a ojeriza que ele tem com os palavrões, que ele chama de 'palavras de baixo calão' -- sem saber que está usando um termo racista derivado da palavra 'caló', de origem cigana do sul da Espanha e que significa 'preto'. Ou seja, dizer que alguém usa palavras de baixo calão é o mesmo que dizer que a pessoa está usando linguagem de preto. O liberalzinho é todo afetadinho; quando escuta ou lê um palavrão, ele diz que está "horrorizado" (sic). Ui!
É o típico academicista. Geralmente formado em Ciências Econômicas ou Ciência Política; é um amante inveterado de diplomas, títulos, prêmios, currículo Lattes. Odeia os autodidatas com todas as suas forças. Os pais trabalharam duro para acumular certa riqueza e agora o filho liberalzinho desfruta das benesses daqueles que se privaram de toda liberdade para que o filhinho querido pudesse andar pelas ruas chamando todo mundo de socialista. Nunca criou ou administrou nada.
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Temos, também, a versão mais velha: o liberalzinho oldschool. Esse aí é aquele que usa um blazer desbotado, com os botões abertos, por cima de uma camisa Tommy Hilfiger, uma calça jeans com a bainha rasgada e um tênis All Star velho, bem surradinho. Compra livros velhos em sebos na av. Augusta e os carrega embaixo do braço. Freqüenta lançamentos de livros de autores suspeitos e chega à Livraria Cultura com a testa suada, com pressa, para uma sessão de fotos e autógrafos. Seu objetivo é ‘fazer contatos’, ‘network cultural’.
Meu amigo Filippe Irrazábal chama alguns de liberaizinhos Puc-Rio. Gente que toma chopp com os amigos petistas. O liberal se acha o descoladão, vive de bajulação social, pensador independente. Quando possui alguma empresa, o papo gira em torno de ‘o PT atrapalha meus negócios’, ‘o PT não entende de gestão’.
O liberalzinho planta a própria maconha para não financiar o tráfico. Burguesinho drogado, do moleton da GAP e do Iphone 5s que só não é comunista porque entendeu que o livre mercado é melhorzinho. Quando a conversa com os amigos de esquerda esquenta um pouco, ele sai pela tangente: “veja bem, meu amigo. Não é bem assim...”, ligeiramente recuado e de cabeça baixa, sem apelar para não ferir a susceptibilidade dos coleguinhas com camisas Che Guevara.
Acredita na esquerda democrática. Leitor de Wunderblogs, assinante na Veja. Tem fotos no Pinterest porque o Instagram tá -- como dizem -- meio vilanizado...
Assinante da newsletter do Mises Brasil. Vai em todas as palestrinhas dos amigos liberais. Fala pra mamãe que está indo à conferência do instituto. Nossa! Millenium, Ordem Livre, Mises Brasil, Estudantes Pela Liberdade, o caralho. Crachazinho no pescoço. Senta na frente. Tira selfie com o Ron Paul.
Percebe que aquilo ali tá meio paradão, com muita cueca. Aí começam o recrutamento de jovens garotas adolescentes – na maioria das vezes conservadoras. Ou então alguma vadiazinha libertina revoltada com os pais. Oferecem alguns brindes às moças, viagens, passagens de avião, hospedagem em hotéis, resorts. Afinal de contas, ser conservador, cristão -- e principalmente católico -- é meio careta. Muito carola. Pra ser descoladão tem que ser liberalzinho e debater a legalização das drogas.
Faz um colóquio com Alex Catharino. Toma um café com Hélio Beltrão. Participa de uma conferência com Fabio Ostermann. Tem uma reunião agendada com Fernando Ulrich. Uma conversa com Juliano Torres.
Pronto. Ganha o direito de fazer uma palestrinha ou então vai debater com algum esquerdista. Senta de pernas cruzadas e fica balançando o pezinho. Segura o microfone apenas com o polegar e o indicador. Uma veadagem sem tamanho.
Alguns vão mais fundo e conhecem os livros de uns malucões como Rothbard, Block e Hoppe. Daí já era. Viram libertários. O cérebro vira paçoca. Fica convencido de que é possível ser um católico-libertário. Hahaha! Mas isso é assunto para outro post.
Se vai para o lado do conservadorismo anglo-saxão e britânico, topa com Russell Kirk e Edmund Burke, mas se cair no colo do Catharino, já era. Daí todo mundo é neocon.
Alguns liberaizinhos são os típicos arrivistas. Alpinistas sociais. O amigo de todo mundo. Manda solicitação de amizade pra toda a galera. No Facebook é todo dia post com “Quem é John Galt?”, mas nunca leu 'A Revolta de Atlas'. Ayn Rand é sua musa. A capa de Facebook é uma Gadsden Flag: “Don't Tread on Me”. Auto-intitulado 'enemy of state'.
Liberalzinho Partido Novo, liberalzinho Movimento Brasil Livre, liberalzinho Vem Pra Rua.
Temos também o liberalzinho do “ceticismo político”, leitor de Mateus Minuzzi (vulgo Luciano Ayan). Meu amigo Luciano Geronimo chama de liberalzinho de TI (tecnologia da informação). Esse tipo específico acha que o mundo é um sistema operacional e as pessoas são seres como programas de computador. Bitcoins são as armas dos guerreiros digitais da liberdade contra o petrodólar. Babam ovo de Tesla mesmo com o Elon Musk sendo um comedor de subsídios. Ayan saca seu manual de programação neurolinguística e mistura com o que ele chama de "infowar" e cria uns termos em inglês para "enquadrar" os inimigos. Alguns termos são tão engraçados que parecem nomes de banda de rock. Verbal Assault Patterns, controle e inversão de frames, direita "true", ceticismo político, shamming, negacionismo político. Uma piada. O que vale é o pragmatismo.
Filosofia? No Brasil, para o liberalzinho, Pondé é autoridade máxima. Olavo de Carvalho? Que nada. Ele fala palavrão, é astrólogo, diz que cigarro faz bem pra saúde, diz que tem feto dentro da Pepsi, acredita no geocentrismo, que combustível fóssil não existe e o velho ainda tem fé que refutou Newton. Onde já se viu?
O pior liberalzinho é aquele que em algum momento foi aluno do Olavo, que diz que leu seus artigos, livros, etc. Ele fica meio em cima do muro por um tempo e se assume como liberal-conservador. Mas chega uma hora que a pressão dos liberais "true" (para usar um termo do Ayan) é muito forte. Então, para não ser chamado de membro de seita e de olavete fanático, o ex-olavete inicia um novo caminho: do pensador independente. Agora ele pensa com os próprios miolos. É um autônomo. Independente. Diferentão. Não anda com a ralé. Começa a tocar na sua cabeça a música do Chitãozinho e Xororó: “vou negando as aparências, disfarçando as evidências”. O passo seguinte é negar as influências. Diz em alto e bom som que o Olavo não o influenciou em nada. Vocês conhecem o roteiro desse filme. Apaga tudo o que consegue achar de seu passado que o incrimine. Engana a si mesmo, mas sempre alguém consegue um print comprometedor e o sujeito nem queima a cara de vergonha, pois já caiu nos braços dos amigos liberais. Foi acolhido. Vai ser convidado pra palestrar na próxima conferência do Movimento Brasil Livre.
O liberalzinho continua a ler Olavo escondido, mas suas fontes oficiais passam a ser outros liberaizinhos como Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Diogo Mainardi, Mário Sabino, Leandro Narloch, Marco Antonio Villa, etc. A mesma panelinha que Olavo chama de ‘direita permitida’. São os defensores do ‘Estado Democrático de Direito’, os ‘devotos das instituições’. É só um tucanismo baba-ovo de PSDB.
Pra ser liberalzinho direferentão é preciso defender a bicudagem. Fazer aliança com a ‘esquerda democrática': Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Aloysio Nunes. O Flavio Morgenstern e o Fabio Pegrucci ficaram com a bicudagem e lacraram likes em posts que desciam o cacete no Olavo, sem contar as indiretas dos dois sem citar o nome do professor.
Se acham capazes de julgar o Olavo desde uma posição superior. Citam as influências verdadeiras excluindo o Olavo e não lembram que só existem esses livros em português porque o Olavo deu um jeito que fossem traduzidos e colocados em circulação no Brasil.
Um verdadeiro liberalzinho tem que atacar o Jair Messias Bolsonaro. Chamá-lo de "nacionalista estatista".
O liberalzinho não fala comunismo. Ele combate apenas o socialismo, porque sabe que sua agenda cultural é a mesma dos comunistas: drogas, "casamento" gay, aborto, ideologia de gênero, etc. Não estão muito interessados com esse negócio de cultura, de moral, de ética, de valores.
Peguem o Constantino, por exemplo. O cara diz que as desculpas que pediu ao Olavo foram ‘desculpas táticas’, desculpas estratégicas. Esses caras são uns arrivistas que crescem nas sombras do Olavo, cooptando os seguidores deste e, quando acham que chegou a hora, dão um jeito de arrumar uma briga com o Olavo, depois inventam uma versão totalmente mentirosa da treta, enganam uns otários e seguem a vida, desfrutando de tudo que o Olavo conquistou.
Liberal não é contra kit gay porque este ensina crianças sobre sexo e homossexualismo, mas simplesmente porque o Estado usa dinheiro de impostos. Não há nenhuma objeção moral por parte deles. O argumento é puramente economicista. Se fosse em uma escola privada e os pais demandassem esse tipo de ‘educação’ nas salas de aulas de crianças, para o liberal está tudo certo.
Muita coisa pode ser dita desse tipo de gente que trombamos todos os dias pelo feed do Facebook, mas por hoje é só.






segunda-feira, 25 de abril de 2016

Extinção do Partido dos Trabalhadores (Sérgio Alves de Oliveira)

Considerando a descoberta do gigantesco esquema de corrupção montado especialmente durante o período dos Governos do PT,de 2003 até hoje, o que muito se discute agora é a eventual responsabilização desse partido político ,e de todos os demais aliados que indicaram seus filiados “corruptos” para  compor o Governo, pelos atos ilícitos que foram  e certamente ainda serão provados pela Polícia, Ministério  Público e Justiça Federais.

A complexidade dessa discussão que se instaura não é só quanto à responsabilidade direta ou solidária na reparação civil dos danos causados ao erário, porém   também no sentido da eventual punição do respectivo partido político frente à  Constituição ,artigo  17,e da legislação que regula a atividade dos partidos políticos, mais  precisamente, da  Lei 9.096/1995-Lei Orgânica dos Partidos Políticos.

Resumidamente, as perguntas à procura de respostas são : (1) o PT, e os outros partidos que têm representantes nos Poderes Executivo e Legislativo, devem  responder  direta ou solidariamente  pelos danos causados ao erário? (2)As falcatruas e desvios que forem provadas podem determinar a extinção do PT, e outras siglas, como  partidos políticos?

Um “pequeno” detalhe que não poderia escapar do nosso estudo é que o legislador,ou seja, os políticos que fazem as constituições e as leis, sempre  são mais exigentes  ao imporem  mais “moral” em tudo que não se refira às próprias atividades deles como  políticos. Em bom português, isso  se chamaria “legislar em causa própria”. Mas mesmo com essa autobenevolência “deles” próprios, demonstrarei que os partidos políticos que foram condescendentes com todas esse ilícitos de Governo, e mesmo que se beneficiaram com “propinas” para eleger os seus candidatos, deverão responder civilmente e perante a Justiça Eleitoral ,na medida das suas participações. A pena maior na Justiça eleitoral seria só uma: a extinção do partido e cancelamento do seu registro.

O direito de qualquer país, especialmente o direito positivo, cuja principal fonte são as leis, deve acima de tudo manter COERÊNCIA entre as suas diversas ramificações.  Desse modo a legislação que regula os partidos políticos no Brasil (CF art.17, e Lei 9.096/95) não  pode ser “incoerente” com o direito privado, especialmente   em relação  ao Código Civil Brasileiro ( Lei Nº 10.406/2002).                                                                                                                                     

Por seu turno o Código Civil dispõe  no seu artigo 927: “Aquele que por ato ilícito causar dano a alguém, fica  obrigado a repará-lo”. O art. 932 preceitua: “São também responsáveis pela reparação civil: “(I):...... ;(II)........;(III )-o empregador ou comitente, por  seus empregados, serviçais  ou prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele ; (IV)...........; (V) –os que gratuitamente tiverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia”. Prossegue o Código Civil :  art.942.........;parágrafo único:  “São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art.932 (nossa observação: incluem os incisos III e V, acima  mencionados). Já no art.942, Parágrafo  Único: “São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no artigo 932” (antes referido).                                                                               

Importante é sublinhar que a definição do responsável COMITENTE, pelosatos dos seus prepostos, nos  termos do inciso III, do art.932,se trata da pessoa (no caso, do  partido) que encarrega outra para realizar operações para praticar qualquer ato por sua conta e ordem, em  seu nome.
Portanto, soba ótica do direito civil ,o  partido político ,agindo na qualidade de comitente,e que  se beneficiou de propina para a sua própria campanha eleitoral ,também  é responsável perante aquele que sofreu dano, no  caso o erário. Sem dúvida essa participação configura ilícito civil e contra a Fazenda Pública, contra a União.

Mas a responsabilização dos respectivos partidos políticos pelos atos criminosos dos seus agentes e prepostos também está na presente naCF,art.17,e na Lei 9.096/95. A pena , caso configurada a irregularidade, é  a extinção e cassação do registro do respectivo partido.
Detalhadamente: oartigo 17 da Constituição preceitua que “É livre a criação de partidos políticos, resguardadas a soberania nacional.....observados  os seguintes preceitos: (I).....; (II)-proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes : (III).....; (IV)-funcionamento parlamentar de acordo com a lei”.
Por sua vez a Lei 9.096/95 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos),também trata da extinção dos partidos políticos nas hipóteses que prevê. Tudo consta do seu artigo 28: “ O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado da decisão, determinará  o cancelamento do registro civil do estatuto do partido contra o qual fique provado: “ (i).....; (II) –estar subordinado a entidade ou governo estrangeiro; (IV) que mantém organização paramilitar”.

Ora, na verdade só um cego de moral ou inteligência não enxerga que no mínimo  duas (2) das quatro(4) hipóteses de infrações previstas no artigo 28 da LOPP estão presentes nas atividades irregulares do Partido  dos Trabalhadores ,e eventual ente em outros também, na tal “base aliada”. E a pena por essas infrações é o cancelamento do registro do partido.  O PT não só está totalmente subordinado ao FORO SAN PABLO, fundado  por Lula  e Fidel Castro em 1990,como também estendeu,  ao  governar  ,essa subordinação  ao próprio Estado Brasileiro, tudo  sob o olhar complacente e omisso  dos “babacas” das Forças Armadas, e do  escancarado “conluio” dos seus comandantes maiores com toda  essa situação de “lesa pátria”.
Mas o PT nem esconde essa situação concreta, dela até se “orgulhando”. Essa organização que hoje dá as diretrizes políticas a serem seguidas pelo Brasil, cumpridas com total e irrestrita fidelidade, não  só é uma entidade estrangeira, apesar  do  PT integrá-la  como “sócio”, como  também é clandestina e plurinacional, como sempre convém a qualquer organização criminosa.

A “Máfia” também operava assim, como por aqui internamente acontece com o MST - Movimento dos Sem Terra. Ninguém consegue “pegá-los” e a eles tudo é permitido. Nem importa se dentro da legalidade ou fora dela.  É por essa razão  que “sobra” para a sociedade civil regular a incômoda obrigação de pagar toda a conta por essa  esculhambação sem fim, patrocinada pelo próprio Governo, inclusive sustentando toda essa vagabundagem, através  dos impostos extorsivos a que está sujeita, que  hoje já adquiriu  na consciência coletiva um nome bem apropriado:  “terrorismo tributário”.  Essa realidade fez com que o Brasil tivesse hoje a mais elevada carga tributário do mundo, considerando o percentual de retorno desses tributos em benefícios para a sociedade.

A outra infração do PT que pode ser punida com a sua extinção como partido político no TSE está no inciso IV do citado art.28 da LOPP.  Sem dúvida  esse partido mantém  organização PARAMILITAR, não  só  nos termos das recentes “ameaças”  (“Exército” do Stédile em prontidão) de  Lula ante a perspectiva do impeachment da Presidente Dilma, mas  também  pelas próprias palavras do líder do MST - Movimento dos Sem Terra,  João  Pedro Stédile, no mesmo sentido.

 Enfim, todas as condições estão presentes para o cancelamento do registro do PT como partido político.  Mas é preciso que alguém provoque judicialmente esse pleito.  Mas poucos têm legitimidade ativa para promover essa ação junto ao TSE. Os partidos políticos estão entre os que têm essa legitimidade. Mas seria preciso ter muita “moral” para fazê-lo. Será que algum partido de “oposição” teria essa “moral”?

Mas o problema maior estaria lá no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, que a meu ver não teria independência , nem mesmo “moral” ,para  julgar  uma ação determinando a extinção do Partido dos Trabalhadores - PT, apesar  da presença de todos os pressupostos nesse sentido. Afinal de contas a realidade está muito distante do dispositivo constitucional que prevê a “igualdade de todos perante a lei”, estabelecida no artigo 5º da CF.



terça-feira, 19 de abril de 2016

Colocando o lixo para fora. Ou:"Mantido o indiciamento do governador Fernando Pimentel"...(RA)

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Hoje, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, decidiu manter o indiciamento do governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, por suspeita de corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O ministro também arquivou um pedido de habeas corpus feito pela defesa do governador contra investigação da Polícia Federal, que tinha sido autorizada pelo ministro do STJ Herman Benjamin em fevereiro.
Pimentel é um dos principais alvos da Operação Acrônimo, que apura suspeitas de recebimento de benefícios indevidos e esquema de desvio de dinheiro público para campanhas políticas do PT, inclusive a dele ao Palácio da Liberdade, em 2014. Na última sexta-feira, dia 15, a Polícia Federal prendeu preventivamente o empresário Benedito Rodrigues Oliveira Neto, o Bené, amigo de Pimentel. Segundo investigações, a distribuidora de veículos Caoa teria pagado propina a Bené para obter benefícios fiscais junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, pasta que foi comandada por Pimentel entre 2011 e 2014.








segunda-feira, 18 de abril de 2016

O trâmite do impeachment no Senado (Oántagonista)

Confira como será o trâmite do impeachment de Dilma a partir de agora:
- Documento será lido no plenário do Senado amanhã;
- Em até 48 horas, será criada uma comissão especial, com 21 senadores;
- A comissão terá 10 dias para votar parecer sobre instauração ou não do processo. Será necessária aprovação por maioria simples, ou seja, 11 votos;
- No plenário, o processo deverá ser aprovado por maioria simples, ou seja, 41 senadores;
- Com o aval do Senado, presidente será afastada por seis meses e poderá se defender;
- Comissão deverá analisar procedência ou não da acusação contra Dilma;
- A saída definitiva da presidente deverá ser aprovada por dois terços dos senadores, ou seja, 54 parlamentares.

Hitler, o PT e sereias problematizadoras ( MATEUS COLOMBO MENDES)

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Se tem algo que sempre me impressionou, que não cessa de me causar assombro (e, decerto, impressiona e assombra a qualquer um que pense no assunto), é o fato de nações inteiras [1] se prostrarem perante evidentes psicopatas e seguir-lhes cegamente. Como pode uma Alemanha inteira seguir um lunático como Hitler, aceitando que é preciso eliminar todo o resto do mundo, segundo um critério biológico? Como pode uma Rússia inteira seguir um lunático como Lenin, aceitando que é preciso eliminar todo o resto do mundo, segundo um critério social? Como pode, em ambos os casos, pai se voltar contra filho, filho denunciar mãe, mãe entregar marido, todos renunciarem à vida, à liberdade, à capacidade de discernimento e decisão, tudo para a força estatal e pela força estatal?
Em 'Hitler e os alemães', o filósofo Eric Voegelin, estudioso e inimigo declarado das ideologias, explica que as condições à aceitação do “führer” foram criadas por um processo de deterioração da linguagem, dos conceitos, das formas de estabilizar as percepções da realidade, a partir de concepções materialistas e pseudocientíficas, capazes de embrutecer as gentes e instaurar o reino da mesquinharia na nação. Os capitães desse processo foram os jornalistas e os intelectuais; ou melhor, cada jornalista e cada intelectual alemão de então, porque Voegelin não os aponta como categorias, grupos abstratos, mas como indivíduos específicos (de fato, culpar a todos, coletivamente, seria o mesmo que culpar a ninguém).
O resumo que ofereço no parágrafo acima decerto não dá a dimensão da excelência da obra de Voegelin, mas oferece uma pista para entendermos de que forma é possível a obtenção de sucesso pelos fenômenos fascistas, como o nazismo e o socialismo. Entretanto, mesmo compreendendo Voegelin e sua análise sem par, tais fenômenos não deixavam de me impressionar. As explicações do filósofo alemão jogavam forte luz sobre o problema; mas a luminosidade voegeliana era ofuscada logo em seguida pelo assombro que me causava a contemplação das histórias e das imagens legadas pelo nazismo e pelo comunismo (ainda que estas confirmassem perfeitamente as teses de Voegelin). Contudo, minha perplexidade acabou, graças ao PETISMO.
Contemple a imagem que ilustra este artigo. Vemos um pequeno grupo bloqueando uma rodovia. São 28 pessoas a bloquear um lado de uma estrada, interrompendo o trânsito e atrapalhando o dia de milhares de pessoas – com pneus queimados e sua própria presença na via. Considerando a fumaça na extremidade direita da fotografia e o fato de o outro lado da rodovia estar vazio, concluímos que há lá outro pequeno grupo a obstruir a passagem de outros milhares de pessoas. A imagem é de 15 de abril de 2016, sexta-feira, dois dias antes da votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Imagens semelhantes a essa surgiram por todo o Brasil, sempre com pequenos grupos de militantes pagos e treinados por PT, PC do B, PSOL, CUT, MST e outras associações de esquerda parando estradas e grandes cidades, em um dia útil, em horário de expediente.
Essa imagem poderia estar no livro de Eric Voegelin, acompanhada de notícias de jornais e análises acadêmicas seu contexto. Voegelin diria: “Vemos na imagem e em suas repercussões jornalísticas e acadêmicas exemplos perfeitos de distorções da realidade estabilizadas na linguagem, condições indispensáveis ao surgimento de fenômenos como Adolf Hitler e o nazismo.” Pois, o que a imagem mostra objetivamente e representa na conjuntura atual são pequenos grupos improdutivos atrapalhando a vida de milhões de brasileiros, de forma violenta e intransigente, a mando e a soldo de uma elite política e econômica, defendendo a permanência dessa elite no poder, a despeito da vontade da imensa maioria da população, ignorando o desejo do POVO brasileiro – tudo isso sob o subterfúgio da defesa da “democracia”, da soberania do... POVO. Ou seja, são empregados da elite atrapalhando a vida do povo, defendendo a elite e contrariando o povo, dizendo que assim procedem em favor do povo.
Não, eles não são hipócritas; ao contrário: são absolutamente coerentes. Eles têm certeza de que defendem o povo de si mesmo, de sua ignorância. Por isso sentem-se grandes democratas, verdadeiros justiceiros, indispensáveis libertadores. Contudo, nada mais são, em verdade, que o resultado da deterioração da percepção da realidade oferecida pela intelectualidade e sedimentada pelo jornalismo; são, enfim, condições vivas à ascensão ao poder de figuras autoritárias, opressoras e psicóticas, com perigosos projetos de concentração de poder. Vejam como isso está escancarado na linguagem das faixas, em sua semântica, em sua retórica. Percebam a inversão dos predicáveis: o anseio do povo brasileiro é chamado de “golpe”; a manutenção do poder de uma elite corrupta e corruptora é chamada de “democracia”; e os termos são articulados de forma imperativa, inflexível, imposta, em um cenário de belicosidade, com direito a pneus queimados, bandeira vermelha, direito de ir e vir cerceado e punhos cerrados. É como se dissessem: “Não adianta vocês reclamarem, vocês não podem sequer locomover-se sem nossa autorização. E isso que vocês querem, não terão; imperará o que nós queremos.”
Não ignoremos que a ação vista na imagem pode ser lícita, justa, necessária. Em um contexto de real opressão, é legítimo que o povo se levante, normalmente, aos poucos, em pequenas minorias, para combater a repressão estatal, causando incômodo na maioria silente. Mas sabemos que não é o caso brasileiro. Aqui, temos o absurdo de um PROTESTO A FAVOR, com uma minoria favorecida defendendo uma minoria poderosa e ignorando os anseios da quase totalidade da nação.
As condições para os atuais absurdos brasileiros, representados pela fotografia acima, são semelhantes aos absurdos que permitiram a tomada e a manutenção do poder por fascistas, nazistas e comunistas – e foram igualmente gestados no ventre do jornalismo e do intelectualismo local. Há décadas, intelectuais formam e orientam e se associam a grupos como o da fotografia. Há décadas, jornalistas legitimam esses grupos, chamando-os de movimentos sociais. Esses movimentos sociais sustentam bandeiras que todo o restante da sociedade abomina: da prática corriqueira do aborto à expropriação violenta de rendas e propriedades, passando pela legalização de drogas entorpecentes e pelo desarmamento de civis. Ou seja, esses movimentos são qualquer coisa, menos sociais. Esses grupos se identificam como movimentos democráticos, a favor do povo e contra as elites, mas têm ditaduras como modelos de poder e defendem políticos que enriqueceram de forma impressionante desde que assumiram o governo. Esses grupos chamam seus inimigos de “fascistas”, mas exigem a estatização de todas as forças produtivas e o controle e o juízo estatal sobre as relações sociais, exatamente como propugna o ideário fascista. Enfim, esses grupos não percebem tampouco descrevem a realidade como ela é, com os termos apropriados; ao contrário, utilizam-se dos termos para alterar a realidade, para re-significá-la. Olham para si mesmos, uma minoria truculenta e defensora da elite, e, em vez de descreverem-se com os termos corretos, descrevem-se com os termos que imaginam merecer, projetando no restolho uma miríade de rótulos descolados da realidade. São, então, os democratas, os progressistas, os trabalhadores, os engajados, os iluminados. Nós, que não concordamos com eles, somos os fascistas, os alienados, os golpistas.
O fato é que observamos nessa pequena parcela da população brasileira o processo de imbecilização verificado na Alemanha nazista como um todo. Cabe, então, o questionamento:
Por que no Brasil o processo de estupidificação através da deterioração da linguagem, da percepção da realidade, conduzido por jornalistas e intelectuais, atingiu somente pequena parcela da população?
Acontece que, por aqui, esse processo se manteve restrito a grupos porque não possuíamos uma tradição acadêmica solidificada. Aqui, o sistema de ensino, em todos seus níveis, é precário, de modo que a imensa maioria da população sempre esteve alijada dos benefícios de uma educação de qualidade e, ao mesmo tempo, imune aos possíveis malefícios dessa educação em seu modo mais perigoso, o academicismo ressentido, engajado e revolucionário. Não por acaso, os governos do PT não se dedicaram a quase nada da forma como se dedicaram a criar, artificialmente, uma penetração do ambiente universitário e supostamente intelectual em todo o território.
Não foi por acaso que, em seus 13 anos de governo, o PT investiu pesado em programas de acesso ao ensino superior, negligenciando criminosamente a educação básica. Os governos de Lula e Dilma esbanjaram o dinheiro recolhido do povo para levar exércitos de ignorantes despreparados aos bancos universitários. Milhões de pessoas que não tiveram seu processo de alfabetização plenamente ou mesmo minimamente concluído foram lisonjeados com diplomas de graduação e bolsas de estudo. Toda essa gente foi submetida a anos de intensas distorções e incompreensões da realidade e a currículos fundamentados em marxismo, desconstrucionismo e outras pseudociências. Toda essa gente tem saído das universidades com a arrogância típica ao ignorante, com uma dívida de gratidão para com o governo que lhe permitiu a realização de um sonho [o sonho de receber um papel pintado e carimbado, dizendo “Você é dotô!”] e com a mente preparada para dizer que um mais um não dá dois, que defender uma elite política e econômica e contrariar o povo é democracia, que oferecer privilégios a pequenos grupos de pressão em detrimento de todo o restante da população é ação afirmativa, que concentrar poder na mão do Estado é progressismo democrático e ser contrário a isso é fascismo.
Não, não estou dizendo que a ignorância é uma bênção. Mas, sim, é preferível ser iletrado a ser mal-formado. O iletrado conta “apenas” com suas percepções diretas da realidade. Coloquei o “apenas” entre aspas porque isso – as percepções diretas – é tudo de que se precisa para entender a realidade. Os estudos servem à compreensão e a estabilização dessas percepções, para que possamos dizê-las de formas minimamente inteligíveis (mas sempre muito distante de sua substância real) e, no caso das técnicas e tecnologias, evoluir em sua utilização. Historicamente, os homens viviam a realidade; depois, perceberam as realidades e passaram a estabilizá-las e comunicá-las. Contudo, em vez de avançar nesse processo, aperfeiçoando a percepção e mesmo a realidade, parte dos estudiosos passou a “problematizar” a realidade, a duvidar do que é certo e a considerar o duvidoso. Por exemplo: este homem produzia lanças, aquele produzia machados, mas ambos precisavam de lanças e machados, de modo que passaram a trocar o que lhes era excedente. Isso é a realidade das relações comerciais, que depois foi percebida, estabilizada e aperfeiçoada. Muito tempo depois, vieram as problematizações, os desconstrucionismos e as inversões psicóticas que nos levaram a conceber que pode ser uma boa idéia concentrar todo o poder econômico na mão da burocracia estatal.
Ora, alguém discorda de que é mais prudente ouvir os conselhos de um AVÔ ILETRADO que sustentou uma família com trabalho honesto, vivendo as referidas relações naturais de troca de fato, do que seguir as concepções distorcidas de um MESTRE REVOLUCIONÁRIO que jamais produziu algo de fato e vive de dar opiniões sobre algo que desconhece na prática, inspirado por uma ideologia totalmente descolada da realidade?
O ideal é que este avô iletrado fique culto, evolua em suas compreensões, estabilizando suas percepções com base na realidade. Na Alemanha pré-nazismo, contava-se – na imprensa, nas universidades, no empresariado, em casa, em todos os ambientes – com avós cultos e com mestres revolucionários. Já sabemos quem fez o estrago. No Brasil, dispomos apenas dos conselhos do avô iletrado (que está em todos os ambientes) ou das orientações do mestre revolucionário (limitado às universidades e redações). As pessoas da fotografia que ilustra este texto fizeram sua escolha; o restante da população não está representado na fotografia porque teve de viver a vida real. [2]
A esquerda não conseguiu concluir o processo que iniciou nos anos 1960 e que foi potencializado nos governos do PT – falo do processo de espalhar o veneno da educação afetada, ressentida e revolucionária a tempo de anestesiar por completo o país. Quase conseguiram. A missão desta nação, portanto, após derrubar o esquema petista, será a de espalhar o antídoto da simples percepção da realidade. Em primeiro lugar, teremos de reafirmar que um mais um dá dois, que a grama é verde, que a água molha. Cabe a nós – que, como nação, na melhor das hipóteses, somos experientes e justos avós iletrados – transformarmo-nos em avós cultos ou ouvir aqueles que assim se formarem, para que o canto da SEREIA PROBLEMATIZADORA e ressentida seja inaudito, para que os mestres revolucionários não consigam mais fomentar ódio e destruição “por um mundo melhor” e sejam colocados em seu devido lugar: num canto, babando na gravata, sem se atrever a mover uma palha [3].
Notas:
[1] Figura de linguagem; é claro que não foram “nações inteiras” que seguiram Hitler, Lenin, Stalin, Fidel etc., mas maiorias, enormes porções, grandes o suficiente para garantir a vitória dos fascínoras.
[2] No Brasil, além dos iletrados imunes à idiotia academicista e dos estúpidos adestrados, sobram ainda aqueles poucos que passaram pelo ambiente universitário e não sucumbiram ao canto da sereia problematizadora. Pois, afirmo com toda a certeza que os indivíduos desse terceiro grupo (o menor de todos), enquanto estiveram expostos à mentalidade revolucionária universitária, não raro duvidaram da realidade, das verdades dos fatos, dos limites entre o certo e o errado.
[3] Nelson Rodrigues:
"Até o século XIX o idiota era apenas o idiota e como tal se comportava. E o primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar um cadeira do lugar. Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca um idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente, não pensava. Os “melhores” pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por ele. Deve-se a Marx o formidável despertar dos idiotas. Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc. houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas."