segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Brasília: um fardo crescente sobre os nossos ombros (RC)

O grande vilão do trabalhador brasileiro é, uma vez mais, o governo federal. Brasília representa um fardo crescente sobre os nossos ombros, dificultando a vida de todos aqueles que criam riquezas. À medida que os gastos públicos aumentam, para supostamente atender às inúmeras demandas sociais reprimidas, o resultado acaba sendo mais demandas sociais ainda, pois esses gastos retiram recursos que poderiam gerar maior crescimento econômico.
Como mostra o GLOBO de hoje, o funcionalismo público no governo federal aumentou quase 30% em dez anos, de 2003 a 2013. O PT foi responsável por esse aumento, que adicionou 144 mil servidores federais à folha de pagamentos do governo. São quase 600 mil servidores hoje. Alguém sentiu uma melhora absurda nos serviços prestados? A burocracia está mais ágil, a educação está muito melhor, há mais segurança?
Além de aumento do total de servidores federais, ao longo dos anos 2000 e até o fim do 1º governo Dilma também houve aumento no número de cargos comissionados, aponta levantamento de Felix Garcia Lopez, também pesquisador do Ipea. Lopez mostra que, de 1999 a 2013, o número de comissionados foi de 16,6 mil para cerca de 23 mil, um aumento de 38%.
O que mais cresceu foram as faixas superiores dos cargos DAS (Direção e Assessoramento Superiores, conhecidos como comissionados ou de confiança): nos DAS 4 a 6, a ampliação foi de 85%, enquanto nos 1 a 3, de 29%. O crescimento maior ao longo de todas as faixas foi, porém, dos cargos comissionados ocupados por servidores.
Ou seja, o PT deu preferência para seus companheiros em vez de priorizar concursos, o que significa um aparelhamento maior da máquina estatal por pelegos. A falta de critérios objetivos para aferir o desempenho desses servidores é total. O inchaço do estado tem uma parcela constitucional que vem de antes do PT, como mostra o estudo conhecido de três economistas mais ortodoxos, mas tem também total ligação com as decisões petistas dos últimos anos.
Diante desse quadro, fica claro o acinte que é o governo Dilma falar em aumento de impostos. Brasília é um oásis em meio a um país em crise, pois para o governo federal parece que nunca há a necessidade de cortar seus próprios gastos, reduzir seu quadro de pessoal. Brasília só cresce em relação ao Brasil, e quanto mais Brasília, menos Brasil, ou seja, quanto mais governo, menos sociedade, menos crescimento econômico.
Estamos cercados por governo de todos os lados! E como isso custa caro, como asfixia o empreendedorismo, como tira a energia necessária para se produzir riqueza! O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, resumiu bem a coisa ao cobrar um corte profundo de gastos do governo em vez de aumento de impostos:
É a consagração do quadro de irresponsabilidade econômica e de descontrole total das contas públicas e de incapacidade de fazer o dever de casa. Tem que cortar na carne, diminuir o tamanho da máquina. A sociedade não aguenta mais aumento de imposto. O Estado está grande demais, sufocando o setor produtivo e os trabalhadores. Tem que cortar cargos comissionados, ministérios, funcionários terceirizados. As agências de risco e o mercado têm sido muito tolerantes com o governo, mas ele está anestesiado, não consegue apresentar nada de solução.
Para o economista Paulo Guedes, por trás disso estão crenças erradas, de que o governo será a grande locomotiva do progresso nacional. Ele diz, em sua coluna de hoje no GLOBO:
Bastou ao governo escapar da asfixia política por um breve momento, e a conversa em Brasília volta a ser sobre o aumento dos impostos. É apenas mais um episódio de um fenômeno que se repete há décadas. Já deveríamos ter desconfiado de que há algo fundamentalmente errado em nossas práticas fiscais, pois o Brasil exibe o mais longo esforço anti-inflacionário da história universal.
A falta de compromisso com o controle dos gastos públicos foi o calcanhar de aquiles de todos os nossos programas de estabilização. Esse descontrole acaba levando sempre ao aumento das taxas de juros e à elevação dos impostos, na tentativa de frear a aceleração inflacionária. O resultado a curto prazo é o aprofundamento da recessão pela queda da produção e do emprego. E a persistência de juros astronômicos e impostos excessivos desestimula investimentos e derruba nossa dinâmica de crescimento a longo prazo.
O Brasil está em uma encruzilhada, e está na hora de decidir se vamos realmente avançar, ou se seguiremos os caminhos trágicos da Argentina e da Grécia. A solução é conhecida, ao menos pelos economistas sérios. Passa por uma forte redução dos gastos públicos, do tamanho do estado, de seu escopo de atuação, permitindo mais liberdade para a iniciativa privada produzir riqueza, menos impostos para que os recursos possam ser canalizados para investimentos produtivos.
Ou esse caminho liberal, ou o parasita ficará cada vez mais letal para o hospedeiro. O país não aguenta mais sustentar Brasília. Como definiu André Lara Resende: “No Brasil, o Estado é caro como nos países mais desenvolvidos e incompetente como nos mais atrasados”. Uma combinação explosiva. Precisamos de menos Brasília para ter mais Brasil!

A democracia deles – Milicianos petistas, como os chavistas, tentam bater em manifestantes contra o governo. Cardozo deveria mandar abrir investigação! (RA)


Pixuleko em manhã de sol na Paulista. Quanto mais os petistas esperneiam, mais ele vira um símbolo (Foto: Aruay Goldshmidt)
Pixuleko em manhã de sol na Paulista. Quanto mais os petistas esperneiam, mais ele vira um símbolo (Foto: Aruay Goldshmidt)
Escrevi aqui na manhã de ontem um post alertando para uma página no Facebook — e muitas outras havia e há — em que petistas e esquerdistas no geral incitavam o confronto de rua com aqueles que marcaram um protesto contra o governo Dilma, exibindo o Lula Inflado, que virou um ícone desses tempos. Seu nome de batismo não poderia ser mais adequado : “Pixuleko”. Os petistas deveriam reclamar com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido.
Dito e feito. O protesto, pacífico, como sempre, acontecia na Avenida Paulista quando chegaram os milicianos do PT. Prontos para a briga. Prontos para o confronto. Prontos para resolver as coisas na base dos socos e dos chutes.
Quem sãos os responsáveis por isso? Muita geste. Mas citro os três principais Lula, Rui Falcão e Dilma Rousseff.
Lembremo-nos de que, na sexta-feira, alguém atacou o boneco com uma faca ou estilete. Imaginem a chance de uma tragédia acontecer num caso assim, em que o confronto se torna inevitável. Os manifestantes acusam pelo ato a estudante de direito da FMU Emmanuelle Thomazielo. Ela nega. Só não conseguiu explicar o que fazia lá no meio, ao lado do boneco.
Os três chefões petistas citados estão, na prática, incitando o confronto de rua quando tacham a liberdade de manifestação e a liberdade de expressão, garantidas pelo Artigo V da Constituição, de golpismo.  Mais de uma vez, Dilma associou um bomba caseira jogada em frente ao Instituto Lula a manifestantes de oposição. Ela já pertenceu a dois grupos terroristas. Conhece a lógica interna dessas coisas. Sabe muito bem que não interessa às oposições e àqueles que cobram a sua deposição que os petistas sejam vistos como vítimas. Quem jogou aquela bomba quer o PT na condição de agredido. Como nós vimos na Paulista neste domingo, o PT é o agressor.
Os petistas que resolveram invadir o protesto exigiam, ora vejam!, que o boneco fosse retirado de lá. É mesmo? Com que autoridade? Quantas foram as vezes, são ainda, em que petistas e esquerdistas fazem caricaturas de seus desafetos? Quantos foram os enterros simbólicos a que os “companheiros” submeteram adversários ao longo de sua trajetória? Em quantas ocasiões as imagens de políticos tucanos e de outros partidos foram associadas às piores práticas nas ruas? Quando é que seus adversários foram molestá-los?
O que quer Dilma? O que quer Lula? O que quer Rui Falcão? Sangue nas ruas? Pois não terão. Torço muito para que não tenham. Espero que os que se manifestam contra o governo e pedem o impeachment não abandonem jamais a luta pacífica. Será preciso muito cuidado para não ceder à provocação de profissionais do crime.
Atenção! As pessoas que se oferecem para esse tipo de enfrentamento não são os coxinhas vermelhos, não! É gente da viração. É gente treinada para enfrentar os outros no braço. São profissionais da arruaça.
Cardozo
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, resolveu dar pinta na Paulista neste domingo. Por mais desavisado que seja — consta que até sua sala foi invadida —, um dos homens mais bem-guardados do país certamente sabia que havia manifestação de protesto na Avenida. Se não tinha sido informado, então a coisa por lá anda pior do que parece.
Foi hostilizado e ouviu coisas como “Pega ladrão!”, “Fora PT” e “Fora Dilma”. Acabou conversando com manifestantes e, ao fim, parece que se esboçou a cordialidade possível. Na conversa, acabou dizendo que as manifestações são “absolutamente legítimas”, mesmo discordando da pauta, e que “democracia é divergência”. E acrescentou: “O que não pode é xingar, ofender pessoalmente, que foi o que alguns fizeram.”
É? Então por que ele também já se referiu à defesa do impeachment — que só acontecerá, se acontecer, dentro da lei — como golpe? Por que, na condição de petista e ministro da Justiça, não censura os truculentos do seu partido, que foram para a Avenida Paulista para puxar briga? E se a maioria antipetista decidisse interromper protestos da minoria petista ou de esquerda?
Já disse que não apoio, e reitero aqui, atos hostis a petistas nas ruas. Não acho que seja um bom caminho. É fácil manifestações dessa natureza acabarem fugindo ao controle. Agora é absolutamente inaceitável que o PT estimule seus milicianos a partir para a briga e que acabe assumindo publicamente a defesa de agressores.
O Brasil não e não será a Venezuela. Já está claro que nós não permitimos e não vamos permitir que isso aconteça.
Ah, sim: Cardozo mandou a Polícia Federal investigar o suposto atentado ao Instituto Lula. Deveria aproveitar e mandar apurar também quem anda a estimular confrontos de rua.
O momento em que os vermelhos chegam em busca de confusão. Não se deve fazer o que eles esperam (Voto: Vìctor La Regina/ Jovem Pan)
O momento em que os vermelhos chegam em busca de confusão. Não se deve fazer o que eles esperam (Foto: Vìctor La Regina/ Jovem Pan)












quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Três consequências da desvalorização da moeda - que muitos economistas se recusam a aceitar (RC)


14.jpgUma política de câmbio flutuante funciona bem para países já desenvolvidos e que possuem governos normais.  Nesse arranjo, as flutuações cambiais ocorrem dentro de uma normalidade previsível, e normalmente não causam sustos nem instabilidade.  Quando o país é sério, a moeda flutua no sentido da apreciação, melhorando ainda mais o poder de compra e a qualidade de vida da população (vide o recente caso da valorização do franco suíço).
Já em países ainda em desenvolvimento, dotados de governos bagunçados e políticos insensatos, o câmbio não flutua; ele afunda.  E junto com ele vai o padrão de vida da população.
O Brasil está hoje vivenciando as consequências de ter um câmbio flutuante dentro de um contexto político extremamente instável.
A seguir — em uma compilação de tudo o que já foi publicado por este site sobre o assunto —, as três consequências diretas, e nefastas, geradas por uma moeda que está em contínua desvalorização.
1. Aumento dos preços
Essa é a consequência mais imediata e mais visível.
Uma moeda fraca, longe de afetar exclusivamente os preços dos importados, afeta também todos os preços internos, inclusive dos bens produzidos nacionalmente.  Isso é óbvio: se a moeda está enfraquecendo, isso significa, por definição, que passa a ser necessário ter uma maior quantidade de moeda para adquirir o mesmo bem. 
Essa é a definição precípua de moeda fraca: é necessária uma maior quantidade de moeda para se adquirir o mesmo bem que antes podia ser adquirido com uma menor quantidade de moeda.
Não tem escapatória: moeda fraca, carestia alta. Sem exceção.
No Brasil, o esfacelamento do real perante todas as moedas do mundo — e ainda mais intensamente perante o dólar — está gerando aumento de preços em todas as áreas da economia.
Não são apenas os preços dos produtos importados e das viagens internacionais que ficam mais caros.  Bens produzidos nacionalmente também encarecem, pois as indústrias produtoras certamente utilizam insumos importados ou, no mínimo, peças importadas.
Uma simples firma que utiliza computadores e precisa continuamente de comprar peças de reposição vivenciará um grande aumento de custos.
Pior ainda: os preços dos alimentos são diretamente afetados pela desvalorização da moeda.
Com a desvalorização do real no mercado internacional, a aquisição de milho, café, soja, açúcar, laranja e carne do Brasil ficou muito mais barata para os americanos e estrangeiros em geral. 
Consequentemente, os produtores brasileiros dessas commodities passaram a vendê-las em maior quantidade para o mercado externo, gerando uma diminuição da sua oferta no mercado interno e um aumento dos seus preços. 
Fartura para os estrangeiros, carestia para nós.
Os preços da carne bovina, por exemplo, que foram até motivo de debate na campanha eleitoral, seguemcrescendo.  E, nesse caso, a desvalorização do câmbio tem um efeito duplo: de um lado, ela aumenta as exportações do produto e reduz a oferta interna; de outro, ela encarece o preço da soja (a soja é uma commodity precificada em dólar.  Se o real se desvaloriza perante o dólar, o preço da soja em reais aumenta).  E, dado que o farelo de soja é utilizado como ração para bovinos, o encarecimento da soja encarece todo o processo de produção.  (Apenas neste ano, a tonelada do farelo de soja subiu de R$ 1.070 para R$ 1.250)
Consequentemente, os preços da carne são pressionados tanto pela diminuição da oferta quanto pelo encarecimento da produção.  Por trás de tudo, está o câmbio.
Mas piora.  Como dito, a desvalorização cambial é um fenômeno que gera carestia generalizada em praticamente todos os bens e serviços do mercado interno, pois ela gera um efeito em cascata. 
A desvalorização cambial também encarece os remédios (85% da química fina é importada), o pão (o trigo é uma commodity precificada em dólar; se o dólar encarece, o trigo encarece), os preços das passagens aéreas (querosene é petróleo, e petróleo é cotado em dólar), das passagens de ônibus (diesel também é petróleo), todos os importados básicos (de eletroeletrônicos e utensílios domésticos a roupas e mobiliários) e até mesmos os preços dos aluguéis e das tarifas de energia elétrica (ambos são reajustados pelo IGP-M, índice esse que mensura commodities e matérias-primas, ambas sensíveis ao dólar). 
E o aumento do aluguel e o encarecimento da eletricidade, por sua vez, afetam os custos de todos os estabelecimentos comerciais, os quais terão de elevar os preços de seus produtos e serviços (o cabeleireiro e a manicure cobrarão mais caro, assim como o dentista e a oficina mecânica). 
E todos esses aumentos generalizados farão com que os autônomos que atuam no setor de serviços — o eletricista e o encanador comem pão e carne, cortam cabelo, pagam conta de luz e levam seus carros para consertar — também tenham de aumentar seus preços.
Ou seja, não há escapatória: uma desvalorização cambial mexe com toda a estrutura de preços da economia.
2. Desestímulo aos investimentos
Além de ser o meio de troca, a moeda é a unidade de conta que permite o cálculo de custos de todos os empreendimentos e investimentos.  Se essa unidade de conta é instável — isto é, se seu poder de compra cai contínua e rapidamente, principalmente em termos das outras moedas estrangeiras —, não há incentivos para se fazer investimentos.
Quando investidores investem — principalmente os estrangeiros —, eles estão, na prática, comprando um fluxo de renda futura.  Para que investidores (nacionais ou estrangeiros) invistam capital em atividades produtivas, eles têm de ter um mínimo de certeza e segurança de que terão um retorno que valha alguma coisa.
Mas se a unidade de conta é diariamente distorcida e desvalorizada, se sua definição é flutuante, há apenas caos e incerteza.  Se um investidor não faz a menor ideia de qual será a definição da unidade de conta no futuro (sabendo apenas que seu poder de compra certamente será bem menor), o mínimo que ele irá exigir serão retornos altos em um curto espaço de tempo.
Veja o caso do Brasil.
Em agosto de 2014, um dólar custava aproximadamente R$ 2,20.  Naquela época, um investidor estrangeiro que houvesse trazido US$ 100 para cá, converteria para R$ 220.

Hoje, com o dólar a R$ 3,60, se esses R$ 220 fossem reconvertidos em dólares, o investidor estrangeiro teria apenas US$ 61.

Isso significa que, para que ele obtivesse algum ganho real com seu investimento — por exemplo, para que ele pudesse voltar pra casa com pelo menos US$ 101 —, sua taxa de retorno teria de ser de aproximadamente 65% (os R$ 220 teriam que se transformar em R$ 364) em um ano.
Há algum investimento que gera um retorno de 65% em um ano?

Essa é a encrenca.  País de moeda instável é prejuízo certo para o investidor estrangeiro. A taxa de retorno teria de ser altíssima para que ele se arriscasse a vir para cá.
No que mais, e como já dito, moeda se desvalorizando implica que a população está perdendo poder de compra.  Por que seria racional investir em um país cuja população está perdendo poder de compra?
Para países em desenvolvimento, que precisam de investimentos estrangeiros, essa questão da estabilidade da moeda é crucial. 
E há outro fator: uma moeda estável cria as condições necessárias para a transferência de conhecimento.  O conhecimento acompanha o investimento: o capital estrangeiro vem acompanhado de conhecimento estrangeiro.
Se um país desvaloriza continuamente sua moeda, ele está mandando um sinal claro aos investidores estrangeiros: "mantenham sua riqueza financeira e intelectual longe daqui; caso contrário, você irá perdê-la sempre que for remeter seus lucros".
O máximo a que um país de moeda fraca pode aspirar é utilizar para fins de curto prazo o capital puramente especulativo (o chamado "hot money") que entra no país à procura de ganhos rápidos com arbitragem.  Adicionalmente, os melhores cérebros do país abandonarão as profissões voltadas para o setor tecnológico e irão se concentrar no mercado financeiro, especialmente no setor de hedge. 
Já um país de moeda forte e estável envia um sinal bem diferente ao mundo: "tragam seu dinheiro; mandem para cá seus especialistas; construam suas fábricas aqui; ensinem a nós tudo o que vocês sabem; e riqueza que vocês criarem aqui voltará para vocês multiplicada e em uma moeda que mantém seu valor".
E é exatamente por isso que uma moeda forte e estável é indispensável para o crescimento econômico.  Quando a moeda é estável, investidores têm mais incentivos para se arriscar e financiar ideias novas e ousadas; eles têm mais disponibilidade para financiar a criação de uma riqueza que ainda não existe.  O investimento em tecnologia é maior.  O investimento em soluções ousadas para a saúde é maior.  O investimento em infraestrutura é maior.  O investimento em ideias para o bem-estar de todos é maior. 
Já quando a moeda é instável — ou passa por períodos de forte desvalorização —, os investidores preferem se refugiar em investimentos tradicionais e mais seguros, como títulos do governo.  Não há segurança para investimentos de longo prazo, que são os que mais criam riqueza.
É exatamente por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvalorização, (alta inflação de preços), são raros os investimentos vultosos de longo prazo.  É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvalorização, os juros são altos.  É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvalorização, os bens produzidos são de baixa qualidade.  É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvalorização, as pessoas são mais pobres. 
Uma moeda instável desestimula investimentos produtivos.  E, consequentemente, age contra o crescimento econômico. 
Uma moeda forte e estável é indispensável para atrair o capital estrangeiro e, com isso, gerar crescimento econômico.
O gráfico abaixo mostra o histórico da taxa de câmbio do real em relação ao dólar (linha vermelha), ao euro (linha azul), ao franco suíço (linha amarela), e à libra esterlina (linha verde).
cambios.png
Observe que, no período 2004-2010, foi um grande negócio para os investidores estrangeiros investir no Brasil (a taxa de câmbio em contínua apreciação gerava ganhos reais enormes para seus investimentos). 
Já a partir de 2012, e intensificando a partir de 2014, a chance de eles perderem — dinheiro mesmo tendo bons retornos em reais — se tornou crescente.
E aqui, o gráfico da evolução do preço de 1 grama de ouro em reais.
ouro.png
Veja que estabilidade...
3. Desindustrialização
Segundo os economistas desenvolvimentistas, a desvalorização do câmbio é o segredo para impulsionar a indústria e o setor exportador brasileiro.  
Ao se desvalorizar o câmbio, dizem eles, as exportações são estimuladas e, liderada por um aumento nas exportações, a indústria volta a produzir e, por conseguinte, toda a economia volta a crescer.
O primeiro grande problema é que, no mundo globalizado em que vivemos, vários exportadores são também grandes importadores.  Para fabricar, com qualidade, seus bens exportáveis, eles têm de importar máquinas e matérias-primas de várias partes do mundo.  Uma mineradora e uma siderúrgica têm de utilizar maquinário de ponta para fazer seus serviços.  E elas também têm de comprar, continuamente, peças de reposição.  O mesmo vale para a indústria automotiva, que adicionalmente será prejudicada pele redução da oferta de aço no mercado interno (dado que agora mais aço está sendo exportado). 
Se a desvalorização da moeda fizer com que os custos de produção aumentem — e irão aumentar —, então o exportador não mais terá nenhuma vantagem competitiva no mercado internacional.
Aliás, não deveria causar nenhuma surpresa o fato de a própria indústria automobilística ter vindo a público admitir que a desvalorização cambial — ao contrário do que pregam os economistas desenvolvimentistas — não apenas está encarecendo a produção, como também está gerando incertezas para o setor.
Vale lembrar, adicionalmente, que a desindustrialização no Brasil chegou ao auge justamente no período em que a moeda mais se desvalorizou.  A desindustrialização está ocorrendo é justamente agora, quando temos uma moeda fraca, inflação alta, e as maiores tarifas protecionistas da história do real
E a causa não é apenas o aumento dos custos de produção gerado pela desvalorização da moeda.  Há também outro fator.
Como explicado no item 1, a desvalorização cambial faz com que haja um aumento generalizado dos preços.  Consequentemente, a renda real das pessoas diminui.  Com a renda em queda, as pessoas consomem menos.  Consequentemente, as vendas do comércio diminuem e os estoques se acumulam.
Ato contínuo, a primeira medida dos comerciantes será a de diminuir a encomenda de novos estoques.  Se há geladeiras, fogões, televisões e móveis se acumulando nos armazéns das lojas, então a encomenda de novos estoques será suspensa.
Logo, os fornecedores — o setor atacadista — reduzirão suas encomendas para as indústrias.  E as indústrias, por sua vez, reduzirão sua produção. 
Ou seja, uma desvalorização cambial impactou diretamente aquele setor que, segundo os economistas desenvolvimentistas, mais seria beneficiado por ela.
Os três gráficos a seguir, do IBGE, mostram a evolução do emprego na indústria brasileira em três momentos recentes da economia.
Nesse primeiro gráfico, de janeiro de 2006 a dezembro de 2008, época de forte crescimento da economia, o emprego no setor industrial cresce continuamente (até a crise mundial do final de 2008).
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Nesse segundo gráfico, que vai de janeiro de 2009 a dezembro de 2011, há uma contração no ano de 2009, prontamente superada pelo forte crescimento de 2010.  Em 2011, o emprego na indústria se mantém estável.
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Finalmente, neste terceiro gráfico, de janeiro de 2012 a junho de 2015, o emprego na indústria encolhe continuamente.
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Observe que, exatamente ao contrário do que defendem os economistas desenvolvimentistas, é justamente quando o câmbio está se apreciando (de 2005 a 2008, 2010 a 2011), que a indústria fica mais forte.  E é justamente quando o câmbio se desvaloriza (2009, e 2012 em diante), que a indústria encolhe.
E o motivo é óbvio: câmbio desvalorizado significa moeda com menos poder de compra.  Moeda com menos poder de compra significa renda menor para a população e preços em contínua ascensão.  E renda menor em conjunto com preços em contínua ascensão significa que a demanda por bens de consumo diminui. 
E isso afeta todo o setor industrial e atacadista, como explicado no exemplo acima.
Não é à toa que a confiança do empresariado chegou ao menor nível da série histórica:
brazil-business-confidence.png
A relação entre câmbio apreciado e indústria forte é tão óbvia e direta, que é espantoso que ainda haja pessoas que acreditam que uma desvalorização cambial "ajuda a indústria". 
A crença, sem nenhuma lógica, é a de que uma moeda desvalorizada, sem poder de compra, irá estimular as pessoas a produzir mais e melhor, e a investir com mais sapiência. 
"Destrua a moeda, e surgirão uma Apple, uma Microsoft e uma Google", parece ser o lema deles. 
Até mesmo o argumento de que o câmbio desvalorizado estimula as exportações não se sustenta.  Se os exportadores de um país têm de recorrer continuamente ao mercado internacional para comprar maquinários e peças de reposição, e se os maquinários e as peças de reposição são demandados globalmente pelos exportadores de todos os outros países, então aqueles que tiverem uma moeda forte estarão em grande vantagem, pois poderão comprar tudo mais barato. Seu custo de produção será menor. Isso ajuda a explicar por que os produtos suíços — cuja moeda se valoriza continuamente desde 1971 — são de alta qualidade.
É por isso que uma taxa de câmbio valorizada ajuda as indústrias mais competentes.  Uma moeda forte permite que as indústrias comprem bens de capital, máquinas e equipamentos de qualidade a preços baixos.  Isso as deixa mais produtivas, aumenta a qualidade dos seus produtos, e faz com que eles sejam mais demandados lá fora.
(Nos primeiros anos do Plano Real, a moeda era muito mais forte do que é hoje, e não houve nenhuma desindustrialização; ao contrário, houve modernização do parque industrial).
Nenhum país que tem moeda fraca e inflação alta produz bens de qualidade que sejam altamente demandados pelo comércio mundial.  Todos os bens de qualidade são produzidos em países com inflação baixa e moeda forte.  Apenas olhe a qualidade dos produtos alemães, suíços, japoneses, americanos, coreanos, canadenses, cingapurianos etc.
Se moeda forte fosse empecilho para a indústria, todos esses países seriam hoje terra arrasada.  No entanto, são nações fortemente exportadoras.  Moeda forte e muita exportação.
Conclusão
Dado que o dinheiro representa a metade de toda e qualquer transação econômica, a saúde da moeda irá determinar a saúde de toda a economia.  Se a moeda é instável, a economia também se torna instável. 
Não há como uma economia se fortalecer se a sua moeda está enfraquecendo.
Essa destruição do poder de compra da nossa moeda tem de acabar.  A carestia que estamos vivenciando hoje não será resolvida enquanto o real não voltar a se fortalecer.  É impossível ter uma carestia minimamente tolerável se a sua moeda é gerenciada por incompetentes.
Moeda desvalorizada não apenas não traz pujança a um país, como ainda é sinal de debilidade econômica e de empobrecimento.  Ninguém fica rico utilizando uma moeda que compra cada vez menos.  Isso é tão óbvio, que aparentemente é necessário ter doutorado em economia para ser capaz de não entender.




quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Humor nos tempos modernos. OU:"Para provar o Princípio da demanda efetiva, Paul Krugman pula do segundo andar...(joselitomuller)"

No mundo acadêmico, existe um acirrado debate entre keynesianos e economistas reacionários que acreditam ser impossível consumir mais do que se produz. Segundo a linha keynesiana, o meio mais eficaz de se aumentar a poupança de um país é gastando dinheiro, visto que o investimento gera poupança. A ideia, que seria análoga a um moto perpétuo na física, foi batizada pelos keynesianos de ” princípio da demanda efetiva “.
eacionários, por outro lado, acreditam ser necessário cortar gastos caso se deseje aumentar a poupança de um país.
Para encerrar o debate, e provar definitivamente o ” princípio da demanda efetiva “, o economista Paul Krugman pulou do segundo andar de sua casa e tentou voar puxando o próprio cabelo para cima.
Nosso jornalismo destemido falou com sua vizinha, Janet Willers, que estava próxima no momento do acidente: ” Foi um susto muito grande. Estava regando as plantas quando ouvi um grito e um estrondo. Por sorte foi só uma perna quebrada, experimentos científicos podem ser muito perigosos. Paul é um vizinho muito querido e esperamos que ele logo esteja bem. ”
O chefe dos paramédicos, Gregory Anderson, tambem falou a respeito: ” Não é o primeiro acidente que tivemos com experimentos feitos por keynesianos. Mês passado um jovem tentou criar um gerador de energia movido a pilha. Felizmente ninguém se feriu no incendio. ”
Nossa equipe conversou com o economista keynesiano Josias Josiel Jeová, que explicou tecnicamente o  que deu errado no inusitado experimento de Krugman :
” Infelizmente a física  foi dominada por um determinismo matemático obsessivo desde o reacionário Newton. Seus seguidores aplicam leis de maneira dogmática, ignorando completamente o contexto histórico e social. A gravidade, que não gosto de chamar de lei, não explica tudo. Basta observarmos o carro dos Flintstones, que se movia sem nenhum combustível externo, para vermos que essas supostas ” leis ” não são assim tão rígidas. Físicos e economistas reacionários seguem seus dogmas matemáticos pela mesma razão : não querem que pobres andem de avião “
O médico que cuidou de Krugman, Eric Chalmers, nos concedeu uma entrevista: ” Paul Krugman está bem, apenas fraturou a perna. Infelizmente não está podendo falar com a imprensa devido ao efeito do anestésico. Ele está discorrendo sobre alienígenas e cantarolando o tema de Star Wars. Gostaria de tranquilizar a todos, falta muito para o longo prazo ” – brincou o médico.
Nosso jornalismo destemido está de prontidão para quaisquer novos eventos.

Humor nos tempos modernos.OU:"Para não ser confundido com sede do PT, puteiro deixa de usar luz vermelha "(Joselitomuller)

clv

JOÃO PESSOA – Os frequentadores do tradicional puteiro “Scala Drinks”, localizado na Rua da Areia, na capital paraibana, tiveram um susto na noite de ontem ao se dirigirem até o estabelecimento e notar a ausência da tradicional luz vermelha na porta.
“Sempre que recebo o salário venho aqui para comer alguém e fiquei até encabulado quando não vi a luz vermelha, porque achei que o cabaré tinha fechado ou mudado de ramo”, declarou José Genivaldo Caralhão, assíduo frequentador do local.
A gerência do puteiro tranquilizou a clientela ao divulgar, ainda ontem à noite em uma rede social, que o estabelecimento permanecerá funcionando normalmente, “com a mesma qualidade de sempre”, mas que irá tirar, definitivamente, a luz vermelha de sua decoração.
“Tomamos tal decisão, porque estávamos sendo confundidos com a sede do PT, por conta da cor, e para não macular nossa reputação, construída duramente após anos de proxenetagem, não vimos outra solução”.
O publicação também narrou que muitos opositores ao governo andaram frequentando o local nos últimos dias “a pretexto de protestar contra o PT, mas vinham para cá só por causa da putaria mesmo”.
Procurado por nossa reportagem, o gerente não quis falar sobre o assunto, mas o leão de chácara nos informou que as funcionárias do local já estavam “ficando putas da via com a confusão. E teve uma que até se recusou a sair com o cliente porque ele chamou ela de companheira”.

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LÊNIN SÓ SABIA UM VERBO: MATAR! - ESSE É O RESPEITO COMUNISTA PELO SER H... De Russo para Russo: Vladimir Zhirinovisky faz um discurso no Parlamento da Federação Russa e fala dos 100 milhões de pessoas que Lênin, Stalin e outros assassinaram em nome do comunismo.



6 vezes em que nossos jornalistas não se escandalizaram com manifestações pró-ditadura (spotniks)

Você provavelmente já viu essa cena. Um protesto rolando contra o governo em algum canto do país, a televisão com a câmera fechada num grupo minoritário com cartazes pedindo intervenção militar e um jornalista escandalizado do outro lado. A cena se repete sempre que acontece uma manifestação contra o governo.
Não raramente, o grupo monopoliza a atenção e a discussão dos estúdios de televisão, ganha manchetes de jornal, destaque na grande imprensa online. Num passo, vira moeda política para deslegitimar as manifestações e eventuais descontentamentos com o governo.
“Eu tenho vergonha daquelas passeatas de São Paulo, daquela turma à la Bolsonaro pedindo volta da ditadura e o impeachment de uma presidente desse jeito”, afirma Lindbergh Farias, senador pelo PT do Rio de Janeiro, principal rosto dos protestos que pediram o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, há mais de duas décadas.
Se há cartazes lançando juras de amor aos militares em uma multidão contrária ao governo, nem todas as manifestações pró-ditadura exercem o mesmo poder de escandalizar os grandes caciques da imprensa política brasileira. Aqui, as 6 vezes em que eles fizeram de conta que nem toda ditadura é tão ditadura assim.

1) QUANDO O PC DO B LANÇOU APOIO À DITADURA NORTE COREANA.

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Há pouco mais de 2 anos, o PC do B, partido que compõe a base do governo Dilma, divulgou em seu site oficial uma carta em apoio à Coreia do Norte – país que há mais de meio século vive uma ditadura militar. A carta, segundo o partido, foi assinada por PT, PSB, pelo Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz (!), CUT, MST, UNE, UJS e outros movimentos sociais e meios de comunicação de esquerda (posteriormente, PT e PSB negaram apoio ao manifesto).
“Nosso total, irrestrito e absoluto apoio e solidariedade à luta do povo coreano para defender a soberania e a dignidade nacional do país.”
E não se engane: essa não foi a primeira vez em que isso aconteceu. Dois anos antes, opartido afirmou ter recebido com “profundo pesar” a notícia da morte do ditador do país, Kim Jong-il:
“O camarada Kim Jong Il manteve bem altas as bandeiras da independência da República Popular Democrática da Coreia, da luta anti-imperialista, da construção de um Estado e de uma economia prósperos e socialistas, e baseados nos interesses e necessidades das massas populares.”
Aldo Rebelo, então Ministro do Esporte, disse na ocasião que sua “opinião sobre isso é a opinião do partido”. A Coreia do Norte era um exemplo para o mundo.
Na imprensa, poucas vírgulas sobre o tema. Nenhum formador de opinião escandalizado com a posição pró-ditadura por um representante oficial do governo.

2) QUANDO PARTIDOS DEFENDEM REGIMES POLÍTICOS DITATORIAIS NA TV ABERTA.

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E essa não foi uma cena isolada. Durante a última campanha presidencial, como é de praxe a cada 4 anos, discursos contrários ao Estado democrático de direito eram sustentados sem o menor pudor nos palanques. E tudo bancado com dinheiro público – grana que sai do seu bolso.
Em entrevista para a nossa publicação, Rui Costa Pimenta, candidato à presidência pelo Partido da Causa Operária, afirmou:
“Eu vejo que a revolução acaba sendo violenta, nós temos que ser realistas a respeito disso, mas na verdade a violência é sempre uma reação à violência maior dos inimigos.”
O discurso é documentado no programa oficial do PCO:
“Nosso objetivo central é o socialismo, ou seja, o fim da propriedade privada dos meios de produção que devem ser colocados a serviço da sociedade. Este objetivo só pode ser alcançado por um governo operário estabelecido pela revolução das amplas massas operárias e populares.”
Duro? Não se engane: o PCO não foi o único partido a defender uma ditadura proletáriausando o seu dinheiro nessas eleições. O PCB, que lançou o candidato Mauro Iasi à presidência, defende em seu programa oficial um Bloco Revolucionário do Proletariado:
“O PCB defende que somente a Revolução Socialista, entendida como um forte e poderoso processo de lutas populares que desemboque na construção de uma sociedade alternativa ao capitalismo e à ordem burguesa, será capaz de realmente resolver os problemas vividos pelos trabalhadores e setores populares.”
Tudo às claras, em tv aberta, na sua residência, com o seu dinheiro. O PCB recebeu R$ 899.094,03 através do fundo partidário nos primeiros 7 meses do ano. O PCO embolsouR$ 802.792,18 no período.
Em outras palavras: você banca partidos políticos que buscam implantar um regime contrário ao Estado democrático de direito no Brasil e que usam do próprio sistema democrático “como se fosse uma campanha de propaganda privilegiada” para a construção desse regime, como nos atestou a principal figura do Partido da Causa Operária, e a grande imprensa não tem absolutamente nada a dizer a respeito.

3) QUANDO RAQUEL DIAS, DO PSTU, DISSE QUE O SEU PARTIDO SE PREPARA PARA A “LUTA ARMADA” PARA IMPLANTAR UMA REVOLUÇÃO.

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E a história piora. Nas últimas eleições, a candidata cearense ao senado pelo PSTU, Raquel Dias (que recebeu míseros 1,05% de votos nas eleições) afirmou em campanha que o seu partido se prepara para a “luta armada”:
“Achamos que para que os trabalhadores tomem o poder em suas mãos, o controle sobre sua própria vida, é necessário uma revolução armada.”
Quando questionada se o PSTU, partido que lançou Zé Maria à presidência nas últimas eleições, estava se preparando para isso, sua resposta foi taxativa:
“Estamos nos preparando, sim, só não vou dizer como. Como a gente vive num Estado opressor, mas que se apresenta como democrático, e o armamento é uma ação contra o próprio Estado, não posso dizer como estamos nos preparando.”
O PSTU recebeu R$ 1.613.827,90 do fundo partidário nos primeiros 7 meses desse ano.
Somados, PCB, PCO e PSTU receberam mais de R$ 3 milhões do seu bolso no período.

4) QUANDO LULA DISSE QUE NÃO PODE HAVER “PRECONCEITO” CONTRA DITADORES.

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Aconteceu na Cúpula da União Africana, em 2009. Após chamar o ditador líbio Muammar Gaddafi de “meu amigo, meu irmão e líder”, o então presidente Lula disse que não se pode ter “preconceito” contra líderes não democráticos.
“Eu não trabalho com preconceito, porque se trabalhasse, não estaríamos nem na ONU, tamanha é sua diversidade.”
E foi exatamente sem ditadurofobia que Lula resolveu um impasse, em 2010, enfrentado por executivos da OAS com o ditador de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, que tomou o poder por meio de um golpe de Estado há 35 anos – se você ainda não ligou o nome à pessoa, Nguema é o ditador que patrocinou o último desfile da escola de samba Beija-Flor, campeã do carnaval carioca desse ano.
O caso foi revelado na 14ª fase da Operação Lava Jato. Segundo grampos obtidos pela Polícia Federal, Lula era tão amigo do ditador que foi o único a acolher seu filho, Teodorín, envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro.
“Falei com o Brahma [Lula]. Contou-me que quem esteve aqui com ele foi o presidente da Guiné Equatorial, pedindo-lhe apoio sobre o problema do filho. Falou também que está indo com a Camargo (Corrêa) para Moçambique x hidrelétrica x África do Sul”, relata uma das mensagens de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS.
O assunto voltou à tona no mês seguinte em outra mensagem de Pinheiro:
“Deixa acabar as eleições para marcarmos. Ele me falou que o nosso amigo da Guiné veio só para pedir apoio ao filho. Me disse que foi um apelo de pai e que ninguém o atende. Somente o nosso Brahma lhe deu acolhida e entrou em campo para ajudá-lo.”
A maior parte da grande imprensa manteve o silêncio. Sem ditadurofobia.

5) QUANDO LUCIANA GENRO E SEU PARTIDO, O PSOL, SAÍRAM EM DEFESA DA DITADURA VENEZUELANA.

A Venezuela é o grande regime de exceção na América do Sul. Com eleições teatrais, sem repartição de poderes, com perseguição à oposição, sem liberdade de expressão e muita repressão militar, o país de Nicolás Maduro se transformou na ditadura típica latino-americana. Engana-se, no entanto, quem pensa que esse modelo seja rejeitado por Luciana Genro, candidata à presidência pelo Partido Socialismo e Liberdade nas últimas eleições. Pelo contrário.
O PSOL lançou apoio à candidatura de Maduro em 2013, “por expressar a continuidade dos valores da Revolução Socialista Bolivariana”.
“Em nota, o PSOL declara solidariedade ao povo venezuelano e apoio à candidatura de Nicolás Maduro, por expressar a continuidade dos valores da Revolução Socialista Bolivariana. Segundo o texto, o PSOL já havia manifestado sua solidariedade ao povo venezuelano, em duas oportunidades recentes: na eleição presidencial de 2012, em apoio político à candidatura de Hugo Chávez, e mais recentemente, em clima de profunda tristeza, manifestou seu pesar pelo falecimento do ex-presidente, “tão significativa personalidade na luta antimperialista latino-americana”. “Por coerência não poderíamos nos furtar a assumir posição diante das próximas eleições, previstas para 14 de abril, declarando nosso apoio  à candidatura de Nicolás Maduro, por expressar a continuidade dos valores da Revolução Socialista Bolivariana”.”
Com poucas exceções, quase nada se falou a respeito na grande imprensa tupiniquim.

6) SEMPRE QUE ROLA UMA MANIFESTAÇÃO PEDINDO UMA DITADURA… PROLETÁRIA.

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Eles estão na rua. Levantam seus cartazes, suas bandeiras, suas cores, em defesa de uma ditadura. Defendem um modelo político impossível de ser seguido pela democracia liberal representativa, centralizado nas mãos de um partido único, possível apenas com forte poderio militar e muita repressão. Mas não recebem a mísera atenção dos grandes baluartes da imprensa tupiniquim. São os manifestantes que ainda nos tempos atuais protestam em nome da instauração de uma ditadura proletária.
“Hoje, eu continuo sendo socialista, portanto de esquerda, mas sou uma pessoa que acredita que a democracia é uma questão essencial, coisa que nós, na época da esquerda leninista, nós não considerávamos. Nós éramos pela ditadura do proletariado. Nós éramos contra a ditadura militar, mas éramos a favor da ditadura do proletariado. Isso aí é preciso dizer a verdade toda. E às vezes eu ouço meias verdades. Como a ditadura militar nos oprimiu barbaramente, de forma violenta, muitas vezes as pessoas pensam que não existia no campo da esquerda coisa igual e até pior, em vários aspectos”, diz Eduardo Jorge, candidato à presidência pelo PV nas últimas eleições.
De fato, ditaduras – de esquerda ou direita – são injustificáveis e indefensáveis. Se a liberdade de expressão, no entanto, é um direito inalienável – e garantia para que mesmo ideias sórdidas sejam defendidas – o uso desse direito por parte da grande imprensa para criticar a estupidez dos defensores desses regimes gera um processo de completa indignação seletiva.
Se todas as formas de ditadura são repugnantes, apenas uma escandaliza a maior parte dos nossos jornalistas.