quinta-feira, 17 de julho de 2014

Capitalismo na Banânia PETRALHA. Ou:Termina em pesadelo sonho da supertele"(RC)

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editorial do GLOBO de hoje faz um bom resumo da novela da Oi, antiga Telemar, que vem sendo destruída após inúmeros equívocos, muitos por conta do velho sonho petista de resgatar a estatal Telebras, criando uma “supertele” nacional. Para o jornal, “é preciso reconhecer que o grupo telefônico carrega uma história intrincada, em que se misturam aventureirismo, sonhos estatistas e megalomania nacionalista”. Seguem alguns trechos:
Na gestão Lula, com o desembarque de estatistas em Brasília e o fortalecimento do braço sindical petista, a CUT, nos bilionários fundos de pensão de empresas públicas, fortaleceu-se o sonho de uma nova “Telebrás”. Desta vez, materializada numa “supertele” em que capitais privados, estatais e paraestatais constituiriam poderosa empresa para fazer frente às teles estrangeiras. O projeto de que resultou a Oi, o nome atual da reformada Telemar, tem origem nas mesmas cabeças que desenvolveram a ideia da criação dos “campeões nacionais” em berçários sustentados pelo contribuinte no BNDES.
Alterada a regulação para permitir à Telemar absorver a Brasil Telecom, a privatizada Tele Centro Sul, a “supertele” ganhou musculatura. Até para se expandir pela América do Sul e África, pensava-se.
[...]
A trajetória do projeto da supertele é típica do que acontece quando a “mão visível” do Estado atua sem se preocupar com o mercado, apenas movida a interesses políticos e ideológicos.
A privatização da Telebras no governo FHC foi extremamente positiva para o país, especialmente para os consumidores mais pobres. Hoje o serviço se universalizou de tal forma que há bem mais telefones celulares do que habitantes no Brasil, e mesmo os “sem-teto” invadem operadoras para protestar por melhores serviços. Fosse na época da Telebras, essa turma nem sonharia em ter um telefone!
Mas o PT, misturando esquerdismo com nacionalismo, quis reunir os pedaços para reconstruir a Telebras, ou parte dela, nas mãos de grandes grupos privados em união com fundos de pensão, sob forte influência do próprio governo. Capitalismo de estado na veia, aquilo que os liberais sempre condenaram e que serve apenas para impedir a livre concorrência e desviar recursos dos pobres para os ricos.
O BNDES entrou em campo com tudo, emprestando bilhões e mais bilhões para o grupo. Até lei teve de ser mudada para permitir a fusão com a Brasil Telecom. No processo, Lulinha, filho do ex-presidente Lula, ficou milionário, vendendo sua empresa de tecnologia para a Telemar, ele que era um biólogo e simples monitor em um zoológico. A dívida da Oi disparou, como podemos ver:
Oi dívida
Fonte: Bloomberg
A empresa, praticamente sem dívida líquida em 2010 (após a fusão com a Brasil Telecom, que tinha muito caixa), hoje possui quase R$ 35 bilhões de endividamento, mesmo descontando o que há em caixa. Como a geração de caixa não acompanhou o ritmo do crescimento da dívida, o resultado foi a contínua perda de seu valor de mercado:
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
A empresa foi dizimada em bolsa. É a triste saga de um projeto ambicioso demais, nacionalista ao extremo, demasiadamente simbiótico com o estado. Trata-se da antítese daquilo que os liberais pregam, que é deixar o mercado funcionar mais livremente, sem tantas amarras estatais, sem tanta intervenção de cima para baixo.
Eike Batista, JBS, Oi, Petrobras: quantos casos mais serão necessários para a esquerda finalmente entender que não cabe ao estado ser empresário ou privilegiar grupo empresarial algum?

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