O líder opositor venezuelano Henrique Capriles denunciou neste sábado a prisão de um colaborador horas antes do início de um protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro. “Desconhecemos o paradeiro de nosso coordenador nacional Alejandro Silva, responsabilizo Maduro pelo que ocorrer”, publicou Capriles em sua conta oficial no Twitter. Segundo o opositor, Silva foi retirado à força de um hotel da capital Caracas por homens da Direção de Inteligência Militar (DIM). Na tarde deste sábado, Delsa Solórzano, uma integrante do Parlamento Latino-Americano, confirmou que Silva permanece preso, mas disse que ele passa bem. Segundo Capriles, que governa o Estado de Miranda e ficou em segundo lugar nas últimas eleições presidenciais, em abril, Alejandro Silva foi coordenador nacional de viagens da sua campanha. Já o partido ao qual Silva e Capriles são filiados, o Primero Justicia, disse em nota que “com estas ações tão irresponsáveis, o presidente Maduro mostra que tem medo dos protestos nas ruas”. Na sexta-feira, Maduro já havia adiantado que pretendia mandar prender dois membros da oposição por suspeita de “incitação à violência”.
Protestos
Jornais da Venezuela indicam que milhares de pessoas compareceram aos protestos deste sábado em dezenas de cidades do país para reclamar da inflação e da chamada Lei Habilitante, um instrumento autoritário aprovado nesta semana que conferiu a Maduro poderes para governar por decreto durante um ano. ”Eu nunca vi as coisas tão ruins assim. É preciso pegar fila logo cedo para comprar farinha, açúcar e óleo de cozinha. A gente não acha comida nem peças pro carro. Esse país está sendo destruído”, comentou o consultor de segurança José Delgado, de 56 anos, durante um protesto no centro de Caracas.
Jornais da Venezuela indicam que milhares de pessoas compareceram aos protestos deste sábado em dezenas de cidades do país para reclamar da inflação e da chamada Lei Habilitante, um instrumento autoritário aprovado nesta semana que conferiu a Maduro poderes para governar por decreto durante um ano. ”Eu nunca vi as coisas tão ruins assim. É preciso pegar fila logo cedo para comprar farinha, açúcar e óleo de cozinha. A gente não acha comida nem peças pro carro. Esse país está sendo destruído”, comentou o consultor de segurança José Delgado, de 56 anos, durante um protesto no centro de Caracas.
Durante os protestos, Capriles aproveitou para discursar em Caracas e reclamar da prisão do seu assessor. “Venha a mim que aqui estou, não tenho medo de ti (Maduro). Já te disse várias vezes: Quer me prender? Joga bola! (faça)”, disse. “Estão buscando uma faísca para tentar acender o pavio rumo à violência, não permitiremos que o alcancem”, advertiu Capriles. Ele disse ainda, em referência à prisão do seu colaborador, que “os covardes atacam pelas costas”. “A essa hora trabalham os covardes; na noite, como os criminosos. Na realidade querem a mim na prisão.”
Poderes totalitários
Entre as ações já tomadas por Maduro graças aos superpoderes constam duas medidas instituídas na quinta-feira. Uma delas é uma lei que tem o objetivo de ampliar o controle de preços, custos e lucros do setor privado. Na prática, Maduro quer acabar com inflação do país na canetada e sobretaxar os lucros na iniciativa privada. Ele também aprovou um decreto para regular as importações, das quais o país é muito dependente.
Entre as ações já tomadas por Maduro graças aos superpoderes constam duas medidas instituídas na quinta-feira. Uma delas é uma lei que tem o objetivo de ampliar o controle de preços, custos e lucros do setor privado. Na prática, Maduro quer acabar com inflação do país na canetada e sobretaxar os lucros na iniciativa privada. Ele também aprovou um decreto para regular as importações, das quais o país é muito dependente.
A Lei Habilitante é composta por quatro artigos que estabelecem que o presidente pode editar decretos-lei em áreas onde tradicionalmente caberia à Assembleia legislar. Na prática, Maduro vai ter carta branca e poder fazer o que quiser, inclusive usar seus poderes para perseguir adversários políticos e a imprensa. Os motivos governistas para a aprovação dos superpoderes são vagos e, segundo o próprio Maduro, o objetivo é “criar mecanismos de luta contra potências que pretendam destruir a pátria”. A oposição venezuelana se manifestou. Henrique Capriles criticou a medida neste semana. “Se aprovarem a Habilitante fora da Constituição, faço um apelo para que não a reconheçam. Não há razão para dar poderes especiais para esse governo. A Habilitante somente busca distrair-nos dos verdadeiros problemas dos venezuelanos”, disse.
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