O IBGE acaba de divulgar os dados para o PIB do quarto trimestre de 2013. Em relação ao trimestre anterior, a economia cresceu 0,7%, sazonalmente ajustado. De mais preocupante, a agropecuária, que vem puxando nosso crescimento como um todo, e que ficou estagnada no trimestre. A indústria caiu 0,2%.
Na comparação com o quarto trimestre de 2012, o crescimento foi de 1,9%, mostrando que, na margem, já estamos crescendo abaixo de 2% ao ano. As estimativas para 2014 apontam para um crescimento de apenas 1,7% no ano.
Para 2013 como um todo, o crescimento foi de 2,3%, ligeiramente acima dos 2,2% esperados pelos analistas após ajustes para baixo nas expectativas. Vale lembrar que o governo ainda falava em 4,5% de crescimento no começo do ano passado.
O crescimento dos primeiros três anos de governo Dilma ficou em 2% ao ano, taxa medíocre, muito abaixo do histórico do Brasil (em torno de 4%) e dos demais países emergentes. A presidente Dilma deve terminar seu mandato com crescimento de 1,9% ao ano, um dos piores resultados desde a redemocratização do país.
Essa taxa mal consegue compensar o crescimento populacional. A renda per capita, que terminou o ano de 2013 em R$ 24 mil, teve crescimento de apenas 1,4% em relação a 2012. Para os 4 anos de gestão Dilma, o Brasil deverá crescer menos de 1% per capita ao ano, um desempenho muito aquém do potencial e bastante preocupante.
Para adicionar insulto à injúria, os dados de inflação continuam pressionados, e o IGP-M, divulgado também hoje, ficou acima das estimativas, em 5,74%:
Isso, nunca é demais lembrar, mesmo com os preços administrados pelo governo congelados, algo insustentável. Como resultado, a taxa de juros continua em alta. O Copom aumentou ontem em 0,25 ponto percentual a Selic, fazendo com que a taxa de juros retorne ao patamar de quando a presidente Dilma assumiu o poder e decidiu, na marra, reduzi-la:
Em suma, o modelo econômico da presidente Dilma, inspirado no nacional-desenvolvimentismo, é um retumbante fracasso. Produziu apenas inflação, e não foi capaz de entregar crescimento. Nada disso se deve a problemas externos, pois outros países em desenvolvimento apresentam desempenho bem melhor, com baixa inflação e alto crescimento.
Dilma tem sido responsável por um desempenho medíocre de nossa economia. O custo é alto demais. O Brasil perde o bonde da história, fica para trás em relação a seus pares. Ou a presidente muda radicalmente os rumos de sua gestão – algo que ela não parece disposta a fazer – ou continuaremos afundando aos poucos, gerando uma panela de pressão social que dificilmente acabará bem.
Rodrigo Constantino
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