quarta-feira, 6 de novembro de 2013

"Próximo presidente do Brasil ficará com um 'mico' na mão", diz José Serra

O ex-candidato à presidência pelo PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), José Serra, disse que o próximo presidente da República terá "'um mico' na mão", em teleconferência da GO Associados nesta quarta-feira (6). Serra ressaltou que acredita que o desempenho da economia brasileira tem sido "medíocre" nos últimos anos, quando o País esteve governado pelo PT.
As eleições do ano que vem possuem três "candidatos naturais": Dilma Rousseff, atual presidente, Aécio Neves, senador pelo PSDB e principal voz da oposição brasileira e Eduardo Campos, governador de Pernambuco - cuja candidatura ganhou forças após a adesão de Marina Silva. De acordo com as pesquisas, Dilma é a grande favorita para reeleição, mas ainda há bastante espaço para que a oposição ganhe força no ano seguite.
Serra, que ainda nutre esperança de se lançar candidato em 2014, ressaltou que a macroeconômica nacional vai mal: com uma inflação alta para padrões mundiais, reprimida pelo governo através de medidas pontuais. Para o ex-ministro da Saúde, o governo poderia ter feito uma retomada dos investimentos públicos em 2013, mas não conseguiu - sem o risco de fazer a inflação disparar.
Serra foi candidato à presidência em 2002 e 2010 (Agência Brasil)
Serra foi candidato à presidência em 2002 e 2010 (Agência Brasil)

Próximo presidente estará em situação complicadaAssim, o próximo presidente se verá diante de um déficit em conta corrente elevado - e que "não será tarefa fácil". Além disso, a ansiedade externa em relação ao andamento da economia brasileira e a deterioração das contas públicas nacionais se tornou uma pressão ao câmbio, com o real caindo forte frente o dólar nos últimos dias
Ele ressalta que o governo brasileiro tem cometido muitos erros - como o uso extensivo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), cometendo algumas "loucuras" como financiar o trem-bala. Serra disse que não é contra a política de subsídios, mas que se fosse o presidente, o BNDES seria mais "rigoroso e seletivo". 
O político ainda falou que no governo petista existe uma relação de "desconfiança mútua" entre o setor privado e público, e que o modelo de crescimento brasileiro está esgotado. "Já deveria ter sido o ciclo, a partir do esgotamento do modelo lulista, que é o modelo de consumo acelerado, baixo investimento, desinsdustrialização. Poderia ter sido revertido com mais eficácia se o governo tivesse tido capacidade para investir, mas não conseguiu", salienta o ex-governador de São Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário