terça-feira, 11 de agosto de 2015

Por que o Japão não odeia os Estados Unidos? (REAÇONARIA)

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Em todo aniversário do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki observo que anti-americanismo e ressentimento são muito mais fortes em países que não foram vítimas – como o Brasil –que no próprio Japão. Se o Japão hoje é um dos melhores aliados dos americanos na Ásia, adorando o capitalismo e a cultura “imperialista” que ama carros, animes e jogos japoneses, então por que ouvimos comparação dos americanos à terroristas nesta data?
Para entender a decisão de lançar a bomba atômica é necessário compreender que suicídios em massa faziam parte da ética militar japonesa. O povo japonês, em tese, preferia morrer a se entregar, pois morrendo de forma honrosa se alcançaria o céu.
Em Saipan, segundo o premiado historiador Herbert Bix, o Imperador Hirohito ordenou que todos os civis cometessem suicídio em massa para garantirem o mesmo paraíso dos militares. Em Okinawa, parte da população da ilha cometeu suicídio e, não poucas vezes, acompanhou militares em ataques suicidas. Isso sem contar as baixas do exército, em que entre milhares que atacavam o exército americano, sobreviviam apenas algumas centenas: na batalha de Saipan, dos 31 mil homens da força japonesa apenas 921 foram feitos prisioneiros.
Sem as mortes civis das bombas atômicas, estimadas em quase 200 mil, o Japão já havia perdido 350 mil civis, boa parte da conta em suicídios voluntários ou obrigados por militares. O Imperador Hirohito e os militares eram piores que duas bombas atômicas.
Uma invasão poderia causar um grande genocídio do povo nipônico perpetrado pelo próprio exército japonês, como ocorreu em Saipan. Sem a bomba o desaparecimento do povo japonês era uma possibilidade, foi ela quem salvou o povo japonês de morrer por causa de seus maus governantes.
Após a guerra, o surpreendente milagre econômico japonês tinha como principal presença os Estados Unidos: foram os americanos que acabaram com monopólios japoneses, abrindo a economia; derrubaram a religião estatal – o shinto – e criaram uma constituição liberal que permitiu o povo japonês votar pela primeira vez. Até mesmo a tão invejável educação japonesa teve influência dos Estados Unidos. Sem a opressão do Império, da religião e dos militares, os japoneses puderam experimentar a cidadania e prosperar para ser um grande player do primeiro mundo.
Os Estados Unidos ocuparam o país, o modernizaram e o reconstruíram sem pedir absolutamente nada em troca, algo raro na história da humanidade. Essa atitude mostrou a nobreza de caráter daquela geração que provou ter caridade até com o seu inimigo mais mortal, refletindo os valores evangélicos do ocidente. Cabe saber se os seus detratores teriam a grandiosidade moral de fazer igual.

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