Debaixo de cada uma dessas barracas, há um petista. Ave! Eles participam neste fim de semana de um “camping digital” para organizar a guerrilha virtual contra os reacionários, entendem? Estão lá para aprender a fazer blogs, perfis nas redes sociais, militância em suma. Podem se preparar: a partir de segunda ou terça-feira, certamente aumentará muito o teor de trolagem na rede. São especialistas nisso. É alguém expressar uma opinião com a qual não concordam, tem início o festival de agressões, de baixarias, de demonização. Também fazem patrulha organizada dos meios de comunicação.
Essa coisa de “exército” organizado para defender pontos de vista me remete sempre a coisas como estas:
Uma das imagens dispensa comentários elucidativos. A outra retrata meninos da Juventude Fascista fazendo exercícios.
Na reportagem do Estadão, um dos participantes explica: “Hoje, um idiota de direita com cinco milhões de seguidores faz um estrago que não conseguimos conter com nossos militantes”. Por isso o partido decidiu reunir a sua “juventude”. Ah, entendi. O exército virtual está sendo montado para enfrentar “os idiotas de direita”.
Leio na reportagem que este blog — ou, quem sabe, o blogueiro — preocupa alguns membros da Juventude Petista. Uma das militantes virtuais explicava por que Dilma usou uma expressão de Valeska Popozuda no Facebook nestes termos:“A gente não quer atrair só o pessoal da esquerda; queremos atrair a direita. Queremos atrair a juventude. Quem atrai a juventude? A Valeska Popozuda! Mas sou contra o pancadão político, bater por bater. Bloqueie quem te agredir. É melhor você eliminar uma pessoa agressiva do que alimentar o ódio dela. Se chamar de petralha, nem precisa responder!”.
Pô, eu nem sabia que essa palavrinha doía tanto. E olhem que já expliquei mais de uma vez: nem todo petista é petralha, mas todo petralha é petista. Ou por outra: o petralha é um tipo de petista que justifica o assalto aos cofres públicos em nome da causa.
Evidentemente, a palavra teria caído no vazio se isso não acontecesse com escandalosa frequência no país, certo? Em vez de cair, foi parar no “Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa”.
Pronto! Hoje é dia de odiar mais um pouquinho Reinaldo Azevedo, debaixo daquelas barracas. Imagino como deve ser à noite, com todos aqueles petistas pensando e rimando ao mesmo tempo… Estou a muitos quilômetros de São Paulo, mas sinto daqui…
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