segunda-feira, 12 de maio de 2014

Leandro Narloch coloca Safatle em seu devido lugar (RC)


Os dois Vlads: ressentimento puro
Em excelente artigo publicado hoje na Folha, Leandro Narloch destrói as falácias disseminadas por Vladimir Safatle em particular e pela esquerda em geral. Narloch lembra coisas óbvias, mas sempre ignoradas pelos “intelectuais” socialistas. Em primeiro lugar, que é a criação de riqueza a maior aliada dos pobres. Mas por que, então, esses “intelectuais” sempre se colocam contra os criadores de riqueza, os empreendedores e investidores do mundo todo?
Narloch dá exemplos concretos de espantosa redução de miséria no mundo graças à criação de riqueza capitalista, como o caso da China recentemente. Foi o mesmo ponto abordado por Kenneth Rogoff em artigo publicado no GLOBO neste sábado e reforçado por Paulo Guedes no mesmo jornal hoje. O capitalismo inseriu bilhões de pessoas no mercado global e os retirou da linha da pobreza. Por que os “intelectuais” não comemoram?
Parte da resposta é que reconhecer isso implica em assumir verdades dolorosas, que derrubam os pilares essenciais do socialismo. Para começo de conversa, o conceito ultrapassado de luta de classes. A criação de riqueza pode se dar em rimo diferente, mas costuma levantar todos os barcos.
Ou seja, é algo do interesse de gregos e troianos. Narloch cita o nosso caso mesmo, que durante a fase em que mais pobres saíram da pobreza, houve também o maior crescimento na quantidade de milionários. Como alfineta Narloch, não há motivos para fomentar conflitos entre motoboys e donos de jatinhos.
Mas não é só isso. Talvez o mais importante para explicar essa postura da esquerda seja o fato de que o papel dos “bom moços”, os “filósofos de palanque”, foi irrelevante nessa incrível redução da miséria. O crescimento da riqueza é o que mais ajuda os pobres, e este tem seus protagonistas, ou seja, os homens de negócio, os capitalistas e investidores, todos interessados em colocar mais dinheiro no próprio bolso.
Não para por aí. Como Narloch lembra, pensadores como Safatle teriam de reconhecer que esses empreendedores que criam riqueza e aliviam a situação dos pobres o fazem “explorando” mão de obra barata, ou seja, arbitrando o preço do trabalho vis-à-vis sua produtividade. Por que será que tantos chineses foram contratados nas últimas décadas? Se o salário deles tivesse de ser o mesmo do dos americanos, quem iria contratá-los?
Claro que admitir isso seria doloroso demais para os “intelectuais ressentidos”, que se colocam em lugar bem acima dos comerciantes e empresários na hierarquia social. Como diz Narloch, é “difícil terem generosidade para admitir que uma de suas causas mais nobres depende de negociantes mundanos”.
Por isso mesmo o “intelectual” prefere ficar com a ideologia, mesmo que não seja ela quem ajuda os mais pobres. Falta-lhe o desejo genuíno de ajudar os mais pobres, e sobra nele o ressentimento contra os mais ricos, muitas vezes pessoas simples e sem formação intelectual profunda.
De forma bem didática, como é de seu costume, Narloch colocou Safatle em seu devido lugar, ou seja, no banco dos ressentidos que, incapazes de criar riqueza para ajudar os mais pobres, preferem condenar os ricos empresários que acabam sendo os maiores aliados dos pobres.

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