terça-feira, 20 de maio de 2014

Excesso de burocracia é fruto de hipertrofia estatal (RC)

burocracia
O excesso de burocracia é uma velha chaga conhecida por todos os brasileiros. Quem nunca sofreu com lentidão, papelada, ineficiência dos serviços públicos? Oeditorial do GLOBO de hoje mostra como esse excesso de burocracia é responsável, em parte, também pelo problema causado pela seca no nordeste. E faz um paralelo que é óbvio para todos os liberais, mas curiosamente não para boa parte da esquerda, apesar de o próprio Marx reconhecer o elo: o gigantismo estatal é o responsável por tanta burocracia:
Para exercer uma miríade de funções, há uma gigantesca máquina burocrática, a qual, apenas no Executivo, abriga quase um milhão de servidores ativos, dado de 2012. Nos chamados “cargos de confiança” — preenchidos sem a necessidade de concurso, geralmente usados para empregar militantes políticos aliados ou mesmo familiares —, há aproximadamente 22 mil pessoas. No início do primeiro governo Lula, eram 18 mil.
[...]
Há 14 poços concluídos mas que não produzem uma gota de água porque faltam bombas ou energia elétrica ou adutoras ou tudo. O excesso de órgãos e a própria arraigada cultura da burocracia pátria conseguiram travar o programa. De “urgente”, a perfuração dos poços parou em gavetas de autarquias e departamentos, nem todas no âmbito do Ministério da Integração Nacional, responsável direto pelo programa. Os obstáculos são inúmeros. Municípios pequenos, por exemplo, como vários da região, têm de buscar dinheiro na Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para construir adutoras e instalar redes de abastecimento. E de lá os recursos não são liberados com facilidade.
Dessa forma, os moradores dos locais em que os poços foram abertos continuam a depender da visita de caminhões-pipa para encher vasilhames e estocar água em casa, enquanto esperam a burocracia.
No aspecto político, o lançamento do programa deve ter rendido muito discurso a favor do povo. Mas água que é bom, nada. Apesar de o Estado brasileiro custar 40% do PIB.
É justamente pelo fato de o estado brasileiro se arrogar tantas funções que o básico não funciona, mesmo ele custando 40% de tudo que é produzido de riquezas pela iniciativa privada. O escopo do estado deve ser bem mais limitado. Mas qual político abraça tal bandeira? Nenhum, pois todos têm inclinação mais à esquerda.
Claro que há diferenças importantes. Aécio Neves, do PSDB, tem adotado discurso bem mais nessa linha de redução das funções estatais, para permitir mais dinamismo econômico e um choque de gestão nas tarefas que realmente caberiam ao estado.
Por outro lado, a presidente Dilma confessa não ter confiança alguma no mecanismo de preços de mercado, pois acredita que empresários desejam explorar consumidores para ter mais lucro. Dilma, como todo o PT, sem dúvida representa uma mentalidade mais estatizante e, portanto, burocratizante.
Ainda assim nos falta uma opção mais liberal, que assuma como principal bandeira um ataque a este paquiderme estatal, burocrático ao limite do absurdo kafkaniano. Esse é um dos grandes males que assolam nosso país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário