quarta-feira, 19 de março de 2014

Paul Krugman, o mesmo que pediu uma bolha imobiliária em 2002, acha que o Brasil vai muito bem…(RC)


Fonte: Carta Capital
A esquerda está em polvorosa. Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, disse que o Brasil vai muito bem em um evento promovido por uma revista. Na reportagem, não há sólidos argumentos sustentando a afirmação. Mas isso nunca impediu a esquerda de celebrar apenas a afirmação: é isso que importa!
Há anos que Krugman não é mais levado a sério pelos economistas sérios. Virou um militante partidário da esquerda americana. O peso de seu Nobel ajuda na missão política, mas antes de os colegas esquerdistas frisarem demais isso, seria bom lembrar que o austríaco Hayek também recebeu o prêmio, assim como Milton Friedman, cuja Escola de Chicago é a mais representada entre os laureados.
Krugman, como a esquerda em geral, não suportaria viver em um mundo com boa memória. É que basta olhar para trás e ver seu péssimo histórico de previsões para não dar muita trela para seus diagnósticos atuais. Em 2002, ele chegou a demandar abertamente uma bolha imobiliária para “salvar” os Estados Unidos de uma recessão causada pela crise de tecnologia. Pois é…
No meu livro Esquerda Caviar, o economista foi dissecado como um dos ícones do fenômeno. Segue o trecho:
Paul Krugman
Em minha área específica, que é a economia, não existe ícone maior da esquerda caviar que Paul Krugman. Ele é imbatível. Prêmio Nobel de Economia, tornou-se um empedernido guerreiro das causas esquerdistas. Seu keynesianismo alucinado faria corar de vergonha o próprio Keynes.
Se alguém se dispusesse a apontar cada absurdo que sai do teclado de Paul Krugman, não faria mais outra coisa. É tanta falácia, tanta mentira, que espanta o fato de esse senhor ainda gozar de enorme espaço na imprensa, inclusive a nossa, que adora traduzir suas colunas do NYT
Krugman demandou abertamente uma bolha imobiliária para “curar” o crash de tecnologia no começo dos anos 2000 – o que serve de alerta para que tomemos cuidado com aquilo que desejamos. Veio a bolha imobiliária, estourou, e o que fez o sujeito? Apareceu publicamente para reconhecer o erro? Até parece! Se tivesse tal tipo de conduta, não estaria nesse livro a representar, tão bem, a esquerda caviar.
O economista simplesmente se fez de desentendido, ignorou o passado, e hoje posa como detentor da “cura” para a nova crise. Naturalmente, a receita é mais uma bolha produzida artificialmente pela impressão desenfreada de papel-moeda para financiar gastos públicos. Para quem tem somente um martelo, tudo se parece com prego. Krugman, o alquimista, acredita que o governo pode transformar chumbo em ouro com sua vareta mágica.
Para ele, esse aumento de gasto estatal é tão fundamental que nem importa o destino. Declarou em uma entrevista, sob o olhar de espanto do colega Kenneth Rogoff, também entrevistado, que até mesmo um gasto para a prevenção de um hipotético ataque alienígena seria desejável como estímulo à economia. Recursos escassos jogados no lixo para produzir um pouco mais de crescimento do PIB no curto prazo: eis algo que apenas um Ph.D. com Prêmio Nobel teria a cara-de-pau de defender em público!
Em um artigo publicado na Folha, Krugman atacou os juízes da Suprema Corte americana que ousavam, vejam só!, preservar a Constituição do país. O governo americano não pode impor o consumo de algum produto, mas a administração de Obama não quer saber desses detalhes insignificantes, e seu Obamacare pretende impor a compra de um seguro-saúde a todos os cidadãos (ou súditos?) dos Estados Unidos.
Um dos juízes disse que, se hoje o governo pudesse fazer isso, amanhã poderia obrigar todos a comprar brócolis. Claro que forçava a barra para fazer seu ponto, que ficou claro: quando a ideia de que o indivíduo sabe o que é melhor para si próprio se perde, dando lugar à premissa de que cabe ao governo decidir por todos, então por que parar no seguro de saúde? O Estado poderia muito bem avançar e “proteger” ainda mais cada um, impondo, sim, uma dieta mais saudável.
Mas Krugman, como um bom esquerdista, não quer saber dessas coisas bobas. No artigo, diz que é má-fé comparar as duas coisas, e explica o motivo: “Quando as pessoas optam por não comprar brócolis, não tornam o produto indisponível para aqueles que o desejam. Mas, quando as pessoas não fazem um plano a não ser que adoeçam – que é o que ocorre se a compra não for obrigatória –, o agravamento do paiol de risco resultante dessa decisão torna os planos mais caros, e até inacessíveis, para os demais”.
Em primeiro lugar, a demanda mais escassa costuma afetar qualquer produto, não apenas planos de saúde. Se ninguém mais quiser comer brócolis, a verdura ficará indisponível também, ou muito cara, pela perda de escala na produção, prejudicando aqueles que a consomem pensando na melhor saúde. Krugman, um Nobel de economia, deveria saber que as leis de oferta e procura se aplicam a todos os bens e produtos.
Em segundo lugar, a premissa do economista é interessante, a de que ninguém faz plano de saúde saudável, apenas quando já doente. Atenção, pois essa é a parte mais importante: Krugman, como todo esquerdista, sempre trata os indivíduos consumidores como mentecaptos, incapazes de escolher algo bom para si. É exatamente isso que diz: que o povo, se puder escolher, não fará plano de saúde porque não valoriza tal seguro.
Afinal, ninguém faz seguro de carro, não é mesmo? Só quando bate de carro! É o que o Nobel assume como fundamento para defender o avanço do governo sobre o indivíduo, rasgando a Carta Magna para tanto.
Esquerdistas paternalistas são sempre arrogantes e autoritários. Pensam ter uma visão holística da coisa, e encaram indivíduos como peças de xadrez num tabuleiro que eles, como mestres clarividentes e altruístas, mexerão a seu bel prazer e em nome do “bem geral”. Portanto, fique tranquilo: o papai Krugman sabe o que é melhor para você. E ainda que você discorde, isso não vem ao caso. Ele vai obrigá-lo a fazer aquilo que é “certo”.
Rodrigo Constantino

Nenhum comentário:

Postar um comentário