sexta-feira, 28 de março de 2014

Para especialista, bolha imobiliária fura em 2015 – Brasil Econômico

arte importante dos números divulgados ontem pelo Banco Central (BC) – e também pela Caixa Econômica Federal (CEF) – ,o crédito direcionado ao setor imobiliário está na origem do que o economista Adolfo Sachsida define como uma bolha no setor. Para ele, a explosão dos incentivos para a compra de imóveis foi o que elevou os preços de toda a cadeia do setor, um ciclo que se encerrará em 2015, com o aumento dos juros nos Estados Unidos.
Quando o governo direciona e expande o crédito para determinado setor da economia, os custos de todo o segmento aumentam. Ao final, vai gerando mais crédito para cobrir o aumento dos custos. Quem quer comprar é obrigado a se endividar cada vez mais para ter o mesmo bem. Projetos como o Minha Casa, Minha Vida, as obras civis do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os estádios da Copa pressionaram os custos com mão de obra e materiais, sempre em cima de dívida. É bolha, na minha opinião”, resume Sachsida.
O economista, também técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi autor do estudo “Existe bolha no mercado imobiliário brasileiro”, feito em parceria com o colega Mário Jorge Mendonça, em 2012. “Até 2011, o custo do financiamento imobiliário era em torno de 11% ao ano. Atualmente, está em 7,3% mais a Taxa de Referência (TR) para imóveis até R$ 500 mil e um ponto percentual mais caro a partir daí. Com a volta a normalidade dos juros nos Estados Unidos, em 2015, isso não vai durar”, acredita Sachsida. Para o especialista, a mudança lá fora fará a TR -atrelada ao juro interbancário e atualmente em torno de 0% – subir. “Aí as pessoas vão descobrir que o juro imobiliário varia no decorrer do contrato. Será uma surpresa desagradável que deve levar à inadimplência”, conjectura.
No cenário traçado por Sachsida, os reflexos – ou a explosão da bolha – ocorrerá seis meses após a subida dos juros nos Estados Unidos. “Sendo um ano de ajustes fiscais, 2015 reserva desemprego. É mais um alfinete para estourar a bolha”.
Em comunicação recente, o BC atestou a solvência do mercado financeiro em caso de crise no setor imobiliário “Responderam à pergunta errada, olharam todo o sistema sendo que a CEF concentra o financiamento de imóveis. A pergunta bilionária da vez é o que ocorrerá com ela nesse cenário”, disse Sachsida, que comentou o lucro de R$ 6,7 bilhões da CEF ano passado. “Se o desemprego subir, isso muda. As pirâmides também dão lucro”.

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