segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Os Seis Estágios da Decadência Social

Cyril Northcôte Parkinson é um historiador inglês conhecido pela “Lei de Parkinson”, segundo a qual “O trabalho aumenta de modo a preencher o tempo disponível para sua conclusão.”
Em seu livro “The Law of Longer Life” ele descreve os “Seis Estágios da Decadência Social”, conforme segue abaixo.
1. A supercentralização política, como na Babilônia, em Persépolis, em Roma, em Pequim, em Deli, em Paris e em Londres;
2. O crescimento imoderado a tributação, que se transforma no modo de interferência governamental na vida comercial, industrial e social. A tributação, levada ao limite e para além dele, sempre foi um sinal de decadência e um prelúdio do desastre;
3. O crescimento de um pesado sistema de administração central. Desenvolve-se uma grande e disforme máquina política. Os que são, teoricamente, homens poderosos, tem uma autoridade real surpreendentemente pequena, encontrando-se presos a uma máquina que se move vagarosamente, em direções involuntárias;
4. A promoção das pessoas erradas. No labirinto da burocracia política, ter ideias originais seria uma barreira ao sucesso. Essa situação é, provavelmente, inevitável e eterna, mas a mesma tendência em uma sociedade decadente desgasta as demais pessoas. Toda a sociedade, bem como toda a organização, se torna letárgica e incômoda, guiada pela rotina e subjugada;
5. O ímpeto de esbanjar. Depois de anos e décadas de gastos públicos excessivos, privado dos meios de melhoras a receita (tendo os impostos alcançado o nível máximo), o governo faz uma enorme dívida e a descarrega sobre os ombros de alguma geração futura;
6. A “opinião liberal” – isto é, um sentimentalismo fraco, que enfraquece a razão e a vontade de uma grande parte do povo de uma nação. Aquilo que diz respeito ao nosso argumento não é que os benfeitores do mundo estejam equivocados, mas que a postura deles é decadente. São movidos pelo sentimento, e não pela razão, e isso é, em si mesmo, um sintoma de decadência. Ainda mais relevante para a questão é o interesse deles estar somente no presente, e o futuro ser simplesmente o fim.
C. Northcote Parkinson é um dos muitos autores citados por Russel Kirk em seu livro “A Política da Prudência” (É Realizações Editora, 2014). Kirk e seu estilo enciclopédico de escrita, cheio de listas, citações e compêndios, provoca um efeito contraditório. Ao mesmo tempo que você quer seguir no livro até terminá-lo, a forma como determinados autores são citados ou inseridos no texto te impele a procurar sobre eles e, eventualmente, iniciar uma leitura paralela.
Esse livro de Russel Kirk já foi “abandonado” três vezes, por causa de Wilhelm Röpke e Malcom Muggeridge e, agora, para uma rápida leitura de “A Lei de Parkinson”.
Ao compartilhar esse pequeno trecho, assustadoramente condizente com nosso “espírito do tempo”, encontro um bom pretexto para também compartilhar o prazer destas leituras tão reveladoras.

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