quinta-feira, 21 de agosto de 2014

POLICIAL DE DETROIT DIZ PARA POPULAÇÃO COMPRAR ARMAS PARA SE DEFENDER. (MVB)

 Numa cidade tomada pelo crime e com uma polícia falida, o uso de armas por civis mostra-se a única alternativa para combater o crime
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Falida após o crash das montadoras, a cidade de Detroit está à beira do caos. O pequeno quadro de policiais já não dá conta das ocorrências de crime na região, o que tem obrigado a população a armar-se. A ação está sendo estimulada até mesmo pelos próprios guardas.
O chefe da polícia da cidade, James Craig, já está conhecido por convidar os “cidadãos de bem” a comprarem armas para se protegerem. A cidade conta com um efetivo de 2.300 policiais, que não é alterado há mais de um ano e mostra-se ineficiente no combate ao crime. Só no último ano foram quase 13 mil assaltos, numa cidade de 250 mil habitantes. Ou seja, a chance de você sofrer um assalto na cidade é de 1 em 20 (a pior taxa de todas as cidades americanas).
Entretanto, a decisão está sendo criticada amplamente por desarmamentistas e ativistas ligados a movimentos negros. Eles acusam essas medidas de incentivarem o que chamam de “atire primeiro, pense depois”. Em novembro do ano passado, um adolescente negra de 19 anos, chamada Renisha McBride, foi morta na cidade após ser baleada por um homem, Theodore Wafer. Renisha estava na varanda de Theodore no momento do crime. As investigações posteriores mostraram que a garota tinha se dirigido à casa de Theodore pois precisava de ajuda: tinha presenciado um acidente de carro a poucos metros do local. Theodore aparentemente atirou acreditando tratar-se de uma criminosa assim que viu a garota.
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Estatísticas ainda mostram que a chance de um branco, que atirou num negro, ter seu homicídio justificado é 10 vezes mais fácil do que quando um negro mata um branco. Esses números preocupam toda Detroit, já que 82% de seus moradores são negros.
Apesar disso, os apelos da comunidade negra parecem não surtir efeito. A falida metrópole já contabiliza quase 84 mil licenças de uso de armas legais por civis, numa taxa de uma arma a cada 21 habitantes. A reação da população à omissão de sua corrupta e ineficiente polícia pode levar a cidade ao caos. Em resposta, vemos ainda mais crimes e vandalismos por toda a cidade, enquanto a população permanece ainda mais propensa a atirar primeiro e pensar depois (como no caso McBride), formando um ciclo vicioso. A completa deterioração da Justiça, entregue ao monopólio do combalido Estado, instaurou o caos e o pânico na cidade.
O medo instaurou-se de forma crônica por Detroit. Em ruas com casas abandonadas vê-se cada vez menos pessoas. Até os que decidem permanecer em casa sofrem com o medo. “Se alguém escolhe entrar e eu não te convidei, entre a Glock e o cão, você está morto”, disse Patricia Champion, uma moradora da cidade em uma entrevista ao jornal The Guardian.
Há 4 anos a cidade já é considerada a mais violenta de todos os Estados Unidos. Se o atual quadro de omissão e corrupção policial não se alterar, a metrópole continuará a ocupar o topo do ranking, enquanto grande parcela da população é marginalizada, sofrendo as consequências de um racismo que já tomou as esferas mais altas do poder estatal.

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