quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Devido a falta de uma alternativa CONSERVADORA/LIBERAL, só me resta "torcer" para o cenário menos maligno para um possível segundo turno. Ou: Eduardo Giannetti, ligado à Marina, diz que há “uma forte convergência” entre PSDB e PSB (Broadcast)


Eduardo Giannetti. Fonte: Folha
O economista Eduardo Gianetti da Fonseca afirmou hoje, durante palestra no 24º Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que há “uma forte convergência” entre o PSDB e o PSB para as políticas econômicas necessárias caso derrotem o atual governo nas eleições. “A oposição vai corrigir os equívocos do atual governo, com a volta do tripé macroeconômico, com um movimento inevitável de correção e ajustes aos desequilíbrios”, disse. “A hipotética vitória da oposição será de ajustes duros que restabeleçam confiança”, completou. 
Entre os ajustes, Gianetti defendeu a correção de tarifas públicas, a busca por metas fiscais pautadas pela redução dos gastos do governo e ainda correção no câmbio e até mesmo nos juros no início do governo. “Você limpa horizontes e estabelece cenário de volta à normalidade. E reação da economia sempre ocorre rapidamente, como foi após os ajustes no segundo mandato do (ex-presidente) FHC (Fernando Henrique Cardoso) e com o (ex-presidente) Lula no primeiro mandato”, exemplificou.
Diante dessa convergência de propostas entre PSDB e PSB, Gianetti foi indagado se Marina Silva (PSB), caso seja escolhida candidata do partido após a morte de Eduardo Campos, apoiaria Aécio Neves (PSDB) em um eventual segundo turno contra Dilma Rousseff (PT). Ele evitou dar uma opinião pessoal, mas admitiu: “Marina zela pela sua independência em relação à polarização PT e PSDB com enorme cuidado e dificilmente vai se engajar em um possível segundo turno a uma dessas duas forças políticas”.
Sobre a reeleição de Dilma, Gianetti previu dois cenários para a economia brasileira: uma “curva de aprendizado” e uma temerosa “aposta redobrada”. Na curva de aprendizado o governo assumiria e corrigiria equívocos da condução da política econômica ocorridos de acordo com o economista. “Ainda que envergonhadamente, no segundo mandato haveria a correção paulatina dos graves equívocos. Isso requer humildade e quando eu ouço os economistas que abandonaram o governo, eu fico animado.” 
Já no cenário pessimista, o da aposta redobrada segundo Gianetti, Dilma manteria a condução da política econômica sem mudanças por conta do prestígio concedido a ela em um segundo mandato. “Aí, meus caros, apertem os cintos. Vamos enveredar para uma crise financeira logo no inicio do segundo mandato, porque o mercado financeiro vai perceber rapidamente que o Brasil não se sustenta. Eu realmente temo que essa possibilidade aconteça”, completou.
Na palestra, Gianetti avaliou que o Brasil passa por uma forte e justificada reversão de perspectiva e que mudou de classificação de país em desenvolvimento para país vulnerável. “As condições da economia perderam o brilho e o desempenho e o País, que já foi rebaixado, agora corre o risco de perder o investment grade.”
Para justificar o que chamou de “deterioração da economia brasileira”, Gianetti fez questão de afirmar que falava “com máxima isenção e neutralidade, independente de preferência partidária”, numa referência à ligação dele com a ex-senadora e ainda candidata a vice-presidente Marina Silva. Ele citou um fator externo e dois internos para completar sua avaliação para o desempenho da economia do País.
Segundo Gianetti, houve uma mudança de ambiente externo, com a redução de preços relativos, que favoreciam o comércio brasileiro com os parceiros comerciais, e da liquidez internacional. “A maré baixou e o Brasil foi pego de tanguinha, com extrema fragilidade”, brincou.
Os fatores internos são estruturais e conjunturais. O fator estrutural foi a explosão da carga tributária bruta de 24%, em 1988, para 36,5% agora, com 3,5% do PIB de déficit nominal. “O estado brasileiro drena 40% do nosso trabalho, da nossa renda. Isso se transforma em gasto corrente e não em investimento, que caiu a 2,5% do PIB”, afirmou. 
Além disso, Gianetti diz que há o baixo investimento em Formação Bruta de Capital Fixo, o gasto alto de 12% do PIB em Previdência. “Se não reduzirmos o tamanho da União não vamos sair desse sistema de drenagem”, disse.
Já o fator conjuntural diz respeito à política econômica equivocada iniciada, segundo Gianetti, no segundo mandato de Lula e mantido por Dilma. “Na política monetária cometeu-se o que podemos chamar de barbeiragem. As pessoas têm de acreditar que o centro da meta (de 4,5% de inflação) é para valer e barbeiragem foi o BC dizer que a inflação no teto (de 6,5%) estaria de bom tamanho: o teto virou centro”, disse. “O governo assustou, retrocedeu e segurou tarifas, passa a intervir pesadamente no câmbio”, concluiu.

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