terça-feira, 24 de junho de 2014

Seis medidas estapafúrdias anti-laissez-faire que os governos geralmente usam para prolongar ainda mais a Depressão.(mises.org)

Texto extraído do livro: A GRANDE DEPRESSÃO AMERICANA


Por Murray N. Rothbard

Se o governo deseja que uma depressão termine o quanto antes, e que a economia retorne à prosperidade normal, o que deveria fazer? A primeira injunção, e a mais clara é: não interferir no processo de ajuste do mercado.

Quanto mais o governo intervém para atrasar o ajuste do mercado, mais longa e mais dolorosa será a depressão, e mais difícil será o caminho para a recuperação completa.


Os entraves do governo agravam e perpetuam a depressão.

Se, na verdade, listarmos logicamente as diversas maneiras como o governo poderia travar o ajuste do mercado, veremos na lista exatamente o arsenal “antidepressivo” favorito da política governamental. Assim, eis aqui as maneiras de atrapalhar o processo de ajuste:


1 - Impedir ou retardar a liquidação.

Emprestar dinheiro para empresas instáveis, instar a que os bancos emprestem ainda mais dinheiro etc.


2 - Inflacionar ainda mais.

Mais inflação impede a queda necessária dos preços, retardando assim o ajuste e prologando a depressão. Uma nova expansão do crédito cria mais mal--investimentos, os quais, por sua vez, terão de ser liquidados por alguma depressão posterior. Uma política governamental de “dinheiro fácil” impede que o mercado retorne às taxas de juros necessariamente mais altas.


3 - Manter elevados os salários.

A manutenção artificial dos salários  numa depressão garante o desemprego em massa permanente. Além disso, numa deflação, quando os preços estão caindo, manter os mesmos salários em moeda significa que os salários reais foram empurrados para cima. Diante da queda na demanda das empresas, isso agrava seriamente o problema do desemprego.


4 - Manter os preços altos.

Manter os preços acima de seus níveis
de livre mercado vai criar excessos invendáveis, e impedir
um retorno à prosperidade.


5 - Estimular o consumo e desincentivar a poupança.

Vimos que mais poupança e menos consumo acelerariam a recuperação; mais consumo e menos poupança agravam ainda mais a carência de capital poupado. O governo pode incentivar o consumo com “vales-refeição” e fundos assistenciais. Pode desincentivar a poupança e o investimento com impostos mais elevados, especialmente para os ricos e sobre empresas e propriedades. Aliás, qualquer aumento dos impostos e dos gastos do governo vai desincentivar a poupança e o investimento e estimular o consumo, porque todo o gasto do governo é consumo. Alguns fundos privados teriam sido poupados e investidos; todos os fundos do governo são consumidos. Qualquer aumento no
tamanho do governo em relação à economia desloca a proporção
social entre consumo e investimento para o lado do consumo, e prolonga a depressão.



6 - Subsidiar o desemprego.

Qualquer subsídio ao desemprego (por meio de “seguro” desemprego, assistencialismo etc.) prolongará indefinidamente o desemprego, e retardará o deslocamento dos trabalhadores para as áreas em que há empregos disponíveis.


São essas, então, as medidas que vão atrasar o processo de recuperação e agravar a depressão. Contudo, elas são as preferências consagradas da política governamental, e, como veremos, foram as políticas adotadas na depressão de 1929–1933 por um governo que muitos historiadores consideram ter sido “laissez-faire”.

A GRANDE DEPRESSAO AMERICANA

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