terça-feira, 31 de março de 2015

Compromisso de Cochabamba, antítese do Foro de São Paulo (RICARDO PUENTES MELO)

Quem somos?
Somos uma equipe de liberais clássicos de vários países latino-americanos, Espanha e EUA. Muito variada também na sua composição: entre nós há políticos ativos, estudantes, técnicos e profissionais, empresários, economistas e investidores, intelectuais e artistas, militares e policiais, juízes e advogados, esportistas, professores e mestres, médicos e enfermeiras, padres, rabinos e sacerdotes, e também donas de casa, agricultores, empregados e trabalhadores.

Qual é nosso COMPROMISSO?
Nós, liberais clássicos, partidários de um governo limitado, do livre-mercado e da propriedade privada, nos comprometemos firmemente a terminar com a hegemonia cultural e política do Foro de São Paulo na região. E para esse propósito, também nos comprometemos:

1.
A fazer uso inteligente e eficiente dos recursos políticos, os quais nós liberais até o momento não fizemos bem, lamentavelmente, e em parte por essa razão dominam as esquerdas. Os recursos políticos mais importantes são as propostas políticas. Os socialista têm as suas: reforma agrária, educação “grátis”, leis trabalhistas, banco central, “saúde pública”, etc. São enganosas, destrutivas, mas aí estão, e todo mundo as conhece. E qual são as propostas
liberais? Até agora não há equivalentes porque nós liberais não apresentamos para a população propostas claras, concretas, inteligíveis, atrativas e de vocação ganhadora. “Os liberais não chegam à população com sua mensagem”, dizem. Qual “mensagem”, se não há? Nos comprometemos a preencher esse vazio.

2.
“A Grande Devolução” é nossa oferta. Consiste em revogar as más leis, a fim de possibilitar Cinco Reformas necessárias em cada uma das seguintes esferas da vida social: política, economia, educação, assistência médica e previdência social. A n°1, política, para pôr o Estado em seu lugar, em suas funções próprias. A n°2, para liberar e expandir os mercados e a economia a fim de criar riqueza, ganhos maiores e vida melhor para todos. E três reformas “sociais”: a n°3, para retirar a educação das mãos dos Governos, e passar as mãos dos docentes, estudantes e pais. A n°4, para pôr a atenção médica nas mãos de profissionais da saúde; e n°5, de modo igual com a Previdência Social. Incluindo nas três últimas, três séries de bônus, para educação, saúde e benefícios sociais para os mais pobres em transição, até que todos deixemos de ser pobres. Este programa é nosso primeiro recurso político e nossa primeira mensagem. Nosso compromisso básico é difundi-lo amplamente e concretizar as reformas tão rápido seja possível, para o bem da imensa maioria da população.

3.
Nos comprometemos a introduzir cada vez mais congressistas liberais clássicos ao Parlamento em cada país, para debater as más leis, e compor um bloqueio parlamentar para revoga-las e impulsionar as reformas. Esse é nosso Plano Político. Por isso o Congresso ou Assembleia Nacional é o foco e o alvo principal de nossa ação política. Neste momento, a participação no
Poder Executivo e nos Governos regionais e municipais são objetivos secundários, condicionados ao principal.

4.
A política, a democracia e os partidos são recursos políticos importantes. Não os idolatramos, mas nem por isso caímos nos erros comuns e perniciosos da antipolítica, da partidofobia, e da tentação antidemocrática. Como parte importante de nosso trabalho nos comprometemos a reabilitar a política e os políticos, e a democracia republicana representativa e suas instituições, agora manipuladas, subvertidas e degradadas pelo socialismo, estatismo e populismo.

5.
Até agora o liberalismo esteve aprisionado em alguns “reservatórios de pensamento”, dos quais há muitos, mas não há partidos políticos inspirados em nossos princípios. É um erro grave, que em parte explica a hegemonia esquerdista. Os “reservatórios” criticam o socialismo, e defendem o sistema oposto, mas não descrevem nem explicam como chegar a ele. Por isso a população com razão faz a pergunta “e os liberais não se postulam nas eleições, nem partido têm?” Suspeita que “algo de ruim deve haver com suas idéias”. Por isso nos comprometemos a criar e desenvolver partidos políticos para difundir a mensagem e fazer campanha para chegar ao capitalismo liberal: as Cinco Reformas.

6.
Há na equipe cristãos de diversas denominações, e também não cristãos. Mas todos admitimos certos feitos desagradáveis: os principais veículos esquerdistas formaram um falso “socialismo cristão”, e as Igrejas, católicas e não católicas, que o propagam; por isso que a maioria dos votos das esquerdas procede de cristãos enganados. Nos comprometemos a reverter essa tendência.

7.
O Foro de São Paulo une ao marxismo econômico o marxismo cultural, cujos temas gozam da máxima prioridade em sua agenda, pois sabe que o capitalismo de livre mercado está muito ligado à moral e aos valores tradicionais, à educação “convencional” e à linguagem com sentido, ao matrimônio e à família. Nos comprometemos a defender essas instituições tanto quanto o capitalismo, para combater o marxismo cultural tanto quanto o marxismo econômico.

8.
Recursos básicos são as palavras e a comunicação. Aí que falhamos também nós liberais. Os socialistas usam todas suas palavras diariamente e em todo parte, mas nós autocensuramos as nossas, tais como capitalismo,“privatização”, livre-mercado, liberalismo e “direita”, porque assumimos que vão ser rejeitadas ou mal interpretadas. Nos comprometemos a explicá-las em termos simples à “maioria silenciosa”, para que nos entenda bem, nos aceite e nos acompanhe a caminho do êxito.

9.
Em todos os países dizem que nós liberais estamos “desunidos”. É verdade?
Existem muitas posições diferentes das do liberalismo clássico, que nos EUA e na Europa se chama “conservadorismo”. Podemos contar quatro: (A) Os Liberais “Sociais”, identificados com políticas sociais-democratas. (B) Os “Neo” Liberais, identificados com o Consenso de Washington. (C) Anarco “Libertários”, que não admitem nenhuma classe do Governo, nem sequer limitado. (D) “Libertários” Neo Ateístas, muito beligerantes contra a religião. A todos dizemos que podemos trabalhar juntos, mas conforme os términos e o espírito de luta contra as más leis e a favor das Cinco Reformas, e do compromisso pela ação política inteligente e eficaz, com partidos aderidos à democracia. Se isso não é possível, nós seguiremos nosso caminho; e se é possível, sejam todos bem-vindos!

E agora, o que vem adiante?

Nos comprometemos a difundir nossa proposta, cada um em seu próprio país, e entre todos nas redes sociais e internet. E a ter nos dias 10 e 12 de Novembro do presente ano de 2015 o I FORO DE COCHABAMBA, nesta cidade da Bolívia, na qual estaremos presentes para confirmar este compromisso, e o de ter daqui em diante um Foro a cada ano em uma cidade de nossa América.

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