O ex-candidato a presidente Aécio Neves nunca foi adversário do PT, até que veio esta eleição em que vimos todas aquelas baixarias e ele teve que rever sua postura.
Aécio Neves também nunca fora um opositor de destaque ao governo no Senado, até que após a eleição o clima político o forçou a cancelar as férias e voltar correndo ao Congresso fazer o que se espera de quem teve os votos revigorantes dos descontentes.
Protestos nas ruas sem bandeiras vermelhas ou comandadas por grupos ditatoriais de esquerda nunca foram comuns, até que agora eles parecem ter virado rotina, o que torna até difícil acompanhar a todos. Mais ainda, se dão sem apoio partidário.
O PSDB sempre foi cobrado de forma descoordenada por diversas pessoas para que fizesse uma oposição ideológica, fiscalizadora e de pressão contra os diversos atos imorais e burros do governo. Pois agora não se exige mais isso do partido, as pessoas naturalmente se organizaram em diversas frentes não-partidárias e independentes e é o PSDB quem tem de ir atrás e se pautar por eles.
A oposição nunca foi eficiente em combater o viés palaciano que se dá aos debates nos raros momentos em que o legislativo brasileiro é convocado a participar das ações do governo. Pois agora ela não apenas pegou gosto pela luta política como tem feito ótimas coberturas da atuação. Vejam os vídeos nas páginas do facebook de Ronaldo Caiado, Antônio Imbassahy, do PSDB, de Carlos Sampaioe Pauderney Avelino.
As redações dos jornais brasileiros nunca ligaram para a “direita” brasileira. Pois eis que recentemente todos estes jornalistas se sentem convocados por suas consciências militantes a desmerecer, ridicularizar e mesmo tentar criminalizar todos aqueles que criticam o governo. E quando fazem isso e mentem, são cobrados e criticados por leitores, momento então que se passam por vítimas.
A extrema-esquerda sempre fingiu uma pureza incorruptível e distante dos políticos sujos e comuns. Até que, acuados por populares que se manifestavam pacificamente contra a alteração de uma lei necessária ao país, se uniu a Renan Calheiros para salvar o pescoço de Dilma e afastar o povo das decisões democráticas (Jandira Feghali, Vicentinho, Ivan Valente e SIbá Machado foram alguns que chamaram a atitude de Renan Calheiros de virtuosa e defensora da democracia).
Some a isso tudo a crise econômica do país, com recuo na indústria, crescimento pífio, pequeno crescimento na arrecadação, estouro das contas públicas (recorde de déficit público desde a década de 1940) e perda do poder aquisitivo. Some também a crise política e moral deflagrada pelos desvios na Petrobras, que passam da casa do bilhão. Lembre-se ainda do crescimento de um sentimento de intolerância com os níveis bárbaros da violência nas ruas do país. Por fim, que se destaque a composição do novo Congresso que terá como destaque as presenças de José Serra, Tasso Jereissati, Ronaldo Caiado e Anastasia no Senado.
É difícil saber o que vai sair dessa soma de componentes na política nacional. Também não sabemos qual será a reação da esquerda financiada pelos cofres públicos (PT, CUT, UNE, movimentos sociais, revistas patrocinadas, blogs financiados e ONGs aliadas). O certo é que a radicalização do PT e da esquerda tanto nas ações políticas quanto nas falcatruas está gerando uma resposta muito vigorosa da sociedade. Neste exato momento há milhares de brasileiros acompanhando com interesse a votação de uma medida extremamente “técnica’, referente a questão orçamentária cuja sigla até pouco tempo era desconhecida: LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Quando vimos algo parecido? Tanto interesse por um tema que muitos julgariam de difícil assimilação e baixo apelo?
A esquerda está assustada e não sem motivos. Isto é ótimo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário