terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Infiltração e neutralização das Forças Armadas(Carlos I. S. Azambuja)


A infiltração política e ideológica do comunismo nas Forças Armadas objetiva, basicamente, ganhar adeptos e aliados, uma vez que a posição classista e internacionalista dos partidos comunistas só poderá obter verdadeira importância e exercer o papel dirigente que, segundo a doutrina científica, lhes corresponde na revolução, se for ampliada a sua influência entre os setores não proletários da sociedade, entre os quais os componentes das Forças Armadas.

Os comunistas recorrem à infiltração com o objetivo de tirar as Forças Armadas do controle institucional democrático e colocá-las a serviço da luta revolucionária. Afirmam expressamente que partindo da experiência histórica da luta de classes, os marxistas delineiam como uma de suas tarefas primordiais a de arrebatar os exércitos do controle da burguesia.


A experiência histórica dos comunistas remonta à atividade bolchevique para ganhar os militares, a qual contém fórmulas utilizadas até os nossos dias. O professor soviético V. Fomin reafirmou em 1971 que “conserva seu valor e atualidade a atividade de Lenin e do Partido Bolchevique, que realizaram um trabalho inflexível e sistemático no Exército para ganhar as tropas, romper o Exército burguês e criar posteriormente as Forças Armadas da revolução socialista” (Revista Internacional, fevereiro de 1971).

De conformidade com os textos marxistas-leninistas são válidas até os dias de hoje as seguintes experiências de infiltração:

- agitação e propaganda no seio das Forças Armadas, fundamentalmente por intermédio da imprensa, que sempre foi considerada pelos comunistas um poderoso instrumento de influência ideológica;

- criação de uma aliança revolucionária entre o partido e os militares, condição considerada indispensável para o avanço da revolução;

- criação de células do partido dentro das Forças Armadas.

O trabalho de infiltração nas Forças Armadas também objetiva dividi-las, uma vez que os comunistas supõem que em seu interior, em alguns países, ganham terreno tendências “patrióticas e democráticas”. Qualquer que seja o caminho revolucionário que se tome – armado ou não armado –, há necessidade de um trabalho político no interior das Forças Armadas com a finalidade de inclinar parte delas, quando estejam presentes as condições objetivas e subjetivas, para o lado da revolução.

O princípio geral de dividir o adversário e explorar suas contradições para debilitá-lo e, inclusive, utilizar parte de suas forças, sempre foi utilizado pelos comunistas de todo o mundo embora, segundo a doutrina, um aliado desse tipo, seja temporário, vacilante, pouco seguro e condicional.

Outro método comunista de imobilizar as Forças Armadas consiste em sua neutralização. Em inibir seu interesse pelas grandes decisões políticas, seguindo a máxima de que quem não pode ser cooptado, deve ser neutralizado, buscando impedir que prestem ajuda efetiva à “burguesia em sua luta com o proletariado”, no caso de um eventual golpe de Estado ao estilo do ocorrido na Checoslováquia em 1948. Ora, o povo, desarmado e sem proteção armada institucional, render-se-á fatalmente à investida comunista. Desarmado o povo brasileiro já está...

Outro objetivo da neutralização é o de impedir qualquer ação das Forças Armadas contra a implantação ou manutenção de um regime socialista, lançando palavras-de-ordem “contra o golpe de Estado” e “contra a guerra civil”. A suposta “defesa dos direitos humanos” e a liberação dos arquivos dos Serviços de Inteligência, sob a alegação de que isso levaria à suposta localização de mortos e desaparecidos durante a luta armada dos anos 60 e 70, como ocorre hoje no Brasil, são ações que também objetivam neutralizar as Forças Armadas e mantê-las em uma posição defensiva, como se culpadas fossem de, constitucionalmente, defenderem a Lei e a Ordem, impedindo que a Pátria fosse transformada em uma republiqueta popular democrática.

Em outra etapa, na medida em que a socialização avança, os comunistas buscam tranqüilizar as Forças Armadas apoiando e elogiando hipocritamente o seu profissionalismo e a sua neutralidade política. Por outro lado, e finalmente, em um clima de aguda crise econômica, política, moral e social, é imprescindível para os comunistas recorrerem a métodos estritamente políticos para conter e neutralizar qualquer intento intervencionista das Forças Armadas em defender os “interesses das oligarquias”.

Qualquer semelhança é pura coincidência...

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