segunda-feira, 20 de abril de 2015

A pobreza como o estado natural da humanidade e o culto da inveja (RC)

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Dando prosseguimento ao evento do EPL em Passo Fundo, Alex Catharino foi o segundo palestrante, e falou sobre importantes pensadores liberais clássicos ou com viés mais conservador, como Tocqueville e Adam Smith, ou os contemporâneos Russell Kirk e Theodore Dalrymple. Smith teve o grande mérito de focar na criação de riqueza, uma vez que a pobreza é o estado natural da humanidade, algo que muita gente esquece.
A começar pelos esquerdistas. Segundo Catharino, após esse foco no lado da riqueza surgiram as “teorias da inveja”, que tem no marxismo seu grande ícone. A ideia passa a ser basicamente distribuir a riqueza existente, e não pensar em como criá-la. O conceito de escassez acaba sendo ignorado, o que leva a várias bandeiras contra os ricos, algo que desestimula a própria criação de riqueza.
A visão utópica marxista trata a escassez como inexistente, e a riqueza de uns passa a ser vista como exploração e causa da pobreza de outros. Economia, porém, não é jogo de soma zero nem algo estático. Essa “cultura da inveja” na versão mais radical é fácil de ser combatida, segundo Catharino. O grande perigo vem em suas versões mais suaves, como o “socialismo fabiano” ou o estado de bem-estar social.
Thomas Piketty tem feito um estrago na liberdade hoje pois vem com uma mensagem aparentemente mais sutil. Às vezes aqueles que mais se parecem conosco podem ser nossos maiores inimigos, justamente porque são mais difíceis de se combater. São os igualitários “moderados”, que de moderados não têm nada. Piketty, por exemplo, defendeu taxação de até 80% sobre os mais ricos, o que é puro confisco!
Aquilo que era riqueza ontem, hoje é visto como pobreza ou “direito básico”. Falar em pobreza nos países industriais desenvolvidos no século XXI é esquecer como viviam todos aqueles no passado, inclusive os mais ricos. O foco da esquerda passa a ser na desigualdade, não no nível absoluto de miséria. A deusa da modernidade passou a ser a tal igualdade, o que é fruto do “culto da inveja”.
A verdadeira pobreza, portanto, não é a material, ao menos não nos países mais capitalistas. É a pobreza espiritual, aquela que fomenta e alimenta o mesquinho sentimento da inveja. Por isso é tão importante resgatar a defesa da liberdade pelo lado moral, como tentou fazer Kirk. “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”, finalizou o palestrante, usando o moto dos organizadores da conferência.

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