segunda-feira, 6 de abril de 2015

A igreja de Judas Iscariotes brasileira: A Pastoral da Juventude Revolucionária (Hermes Rodrigues Nery)
















Para prestigiar o 11º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, realizado em Manaus, de 11 a 25 de janeiro, o Vaticano enviou uma carta1 do Papa Francisco dirigida, com afeto, a Aline Ogliari e Alberto Chamorro, dirigentes da Pastoral da Juventude, agradecendo, através da carta, de participar “deste grande e bendito encontro”2, “a partilhar ‘a vida, o pão e a utopia’”3. E concluiu a missiva, dizendo: “Joguem a vida por grandes ideais. Apostem em grandes ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor para coisinhas pequenas, mas para coisas grandes!.”4

Se todos são escolhidos para ser grandes, o que dizer daquilo que afirmou Santa Teresinha: “Se todas as florinhas quisessem ser rosas, perderia a natureza as suas galas primaveris e os campos os esmaltes das suas boninas”5. E ainda: “O amor de Nosso Senhor tanto se revela na alminha mais simples, que nenhuma resistência opõe às suas graças, como nas almas que em vôos sublimes se remontaram à perfeição”6. Mas, Bergoglio exorta os jovens a apostar em “coisas grandes”7.

Para quem escreve o Vaticano?

Para a jovem Aline Ogliari, 23 anos, que em sua página no facebook, naquele mesmo dia fazia a seguinte apologia: “Viva Evo Morales!!! Seguimos adelante, nuestra Pátria Grande!”8

A mesma Aline, secretária nacional da Pastoral da Juventude, que apoiou Dilma Roussef nas eleições de 2014 e afirmou numa carta9 aos jovens participantes do 11º encontro nacional que “vários movimentos juvenis foram agentes fundamentais na reeleição da presidenta Dilma, porque acreditaram que o projeto político vencedor representava de forma mais clara a linha de avanços nos campos sociais e na garantia dos direitos, e o projeto popular em curso na América Latina.10 Reconhece, naquele mesmo documento, “a capilaridade da PJ”11, como uma “das maiores organizações juvenis do Brasil”12, a defender as seguintes bandeiras:

“…a luta contra a violência e o extermínio da juventude, expressa na Campanha Nacional Contra a Violência e Extermínio de Jovens; a luta contra a redução da maioridade penal; o fim dos autos de resistência; a desmilitarização da polícia; a defesa integral dos direitos das juventudes, respeitando sua imensa diversidade; a democratização da mídia; e o fortalecimento dos instrumentos de participação popular, que estimulam e valorizam o engajamento e a construção concreta, tanto a partir dos mecanismos formais, como também pelas novas formas de participação – pela internet, pela expressão cultural, pela experiência comunitária.”13

E mais:

“Nos unimos também a outros movimentos sociais que lutam pelo direito à terra, à moradia e aos direitos básicos previstos, além da luta pela Reforma Política, pilar fundamental para o avanço verdadeiramente popular e democrático, e base de tantas outras reformas necessárias.”14

E completa:

“Temos ainda a luta pela igualdade de gênero que precisa ser fortalecida em todos os espaços. Enquanto estivermos junto à juventude, não nos faltará pelo que lutar.”15

Num outro artigo, intitulado “Organizando a esperança”16, publicado no site da Pastoral da Juventude, Aline Ogliari disse ter ficado profundamente indignada com “os discursos vazios de ódio contra o PT e a Dilma”17 e do “conservadorismo ao extremo”18 da campanha eleitoral de 2014.

Mas, afinal, ela acredita na força da Pastoral da Juventude para mover o projeto revolucionário, não só no Brasil, mas em toda a América Latina, pois, não foi o que o próprio Bergoglio pediu aos jovens, na Jornada Mundial da Juventude de 2013, quando disse: “sejam revolucionários”19?

Por isso, Aline disse, com convicção:

“O sonho de um mundo de liberdade deve ser permanente! Ele revela o nosso jeito, a nossa genética, e fala da essência juvenil que é a intensidade, a ousadia, a rebeldia. Construir o Reino de Deus é um ato de resistência de quem insiste em sonhar, de subversividade de quem, dentro desse sistema, anda na contramão.”15 E assim, concluiu: “não pedimos licença a ninguém para construir o Reino. Essa deve ser uma das nossas alegrias!”20

Foi à jovem Aline, revolucionária, eleitora do PT e de Dilma, que atua pela reforma política que favorece o projeto bolivariano da Pátria Grande, que o Vaticano escreveu, com toda a estima, estendendo o elogio aos jovens revolucionários da PJ: “tenho muita esperança em vocês que dão testemunho com as suas vidas desse Cristo libertador”.

PS:  Quem será o ghost writter de Bergoglio ou quem teria escrito essa carta que Francisco assina?

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