Estamos em um mundo caído. As coisas não são como deveriam ser. A utopia não é possível.
Portanto, as decisões políticas devem lidar com o equilíbrio, pesando os prós e contras das várias políticas.
Portanto, as decisões políticas devem lidar com o equilíbrio, pesando os prós e contras das várias políticas.
A Bíblia é um livro grande, de modo que há uma série de coisas que podem ser ditas no esforço de formar uma visão política de mundo a partir dos princípios bíblicos. Mas isto aqui é um blog, não um livro. Então deixe-me tomar apenas uma área doutrinária e destrinchar algumas implicações possíveis.
Creio que nossas mais importantes considerações políticas nascem de uma compreensão apropriada da pessoa humana. Quanto mais nossos políticos e instituições políticas agirem em acordo com o modo como as coisas realmente são e o modo como nós realmente somos, mais cresceremos como nação.
Considere estes princípios antropológicos à medida que desenvolve sua práxis política:
- O homem é feito à imagem de Deus (Gn
1.26-27). Não importa quão pequeno, frágil, velho ou deficiente, todo
ser humano tem valor e dignidade. O governo deve proteger a vida humana e
punir aqueles que a prejudicam (Rm 13.4; Gn 9.6);
- O homem é feito para o trabalho (Gn 2.15). Devemos maximizar os
incentivos ao trabalho árduo e remover os incentivos que encorajam a
preguiça (2Ts 3.6-12);
- A parte própria do ser humano, da qual Deus não compartilha, é que
estamos sujeitos às devidas autoridades. Isso inclui a sujeição ao
governo e a exigência de pagar impostos (Rm 13.1-7);
- Os seres humanos são motivados pelo interesse pessoal. Jesus
compreendia isto quando nos disse para amar ao próximo como já amamos a
nós mesmos (Mt 22.39). Interesse pessoal não é automaticamente o mesmo
que avareza ou ganância, e essa é a razão porque Jesus não hesitou em
motivar os discípulos com a promessa de serem os primeiros ou com a
garantia de recompensa (Mt 6.19-20; Mc 10.29-31). É preciso dizer que
nosso interesse pessoal nem sempre é virtuoso. A obra do evangelho é
ensinar às pessoas como esse interesse pessoal (satisfação) pode casar
com o interesse de Deus (glória). Mas as melhores políticas são aquelas
que podem solapar o poder do interesse pessoal em favor de um bem maior;
- Os seres humanos não são apenas consumidores do planeta; também
somos também criadores. O mundo físico é uma dádiva e uma ferramenta.
Temos a capacidade de espoliar, mas também a responsabilidade de
subjugar (Gn 1.28);
- Por causa do pecado de Adão, estamos em um mundo caído (Rm 5.12;
8.18-23). As coisas não são como deveriam ser. A utopia não é possível.
Portanto, as decisões políticas devem lidar com o equilíbrio, pesando os
prós e contras das várias políticas. Não podemos eliminar as realidades
de viver em um mundo caído (Jo 12.8), mas boas políticas podem ajudar a
mitigar algumas dessas piores realidades;
- A natureza humana é inclinada para o mal (Gn 6.5; Jr 17.9). Isso significa que não podemos contar com a boa vontade dos outros ou das outras nações, não importa quão bem intencionados possamos ser ou o quanto cuidemos apenas daquilo que é da nossa conta. A questão não é de onde virá a guerra. Ela deve ser esperada, dada a nossa natureza. A questão é saber quais instituições e políticas são mais efetivas em estabelecer a paz.
É claro que há mais coisas que poderíamos dizer sobre a natureza da liberdade, a importância da justiça, e o direito à propriedade privada. Esses são três temas bíblicos cruciais. Mas os sete princípios acima podem nos ajudar a começar a compreender o mundo, tomar decisões no mundo, e eleger políticos que entendam o modo como o mundo funciona.
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