quinta-feira, 31 de julho de 2014

OS NÚMEROS DA ECONOMIA DO BRASIL SÃO VERGONHOSOS. É O GOVERNO DO PT DESTRUINDO O PRESENTE E O FUTURO DOS BRASILEIROS! TEM DE MUDAR. CHEGA DE PT!(AA)


Só não vê quem não vê o que é evidente quem não quer ou está agarrado ao saco do Lula e seus sequazes, ou mama na mamata de cargos políticos, diretorias de estatais e dispõe de “cartões corporativos” com verba secreta do Palácio do Planalto.
Quem vive de forma decente, rala no dia a dia para manter a família, está financiando esse governo ladravaz e incompetente.
No quadro acima estão os números que não mentem jamais. O Brasil, sob o governo de Lula, Dilma e seus acólitos, perde para o Chile, Colômbia, México e até para o Peru.
Está na hora de acabar com essa farra diabólica do PT. Chega. 
Os números acima foram veiculados no Jornal Nacional da Rede Globo, pelo jornalista Carlos Alberto Sardenberg, um dos mais destacados jornalistas de economia do Brasil.

GAROTAS DIREITAS AGORA TAMBÉM PODEM USAR "VISTA DIREITA", A NOVA GRIFFE CRIADA EM FLORIANÓPOLIS QUE BRILHA NAS BALADAS.(AA)

"Vista Direita", marca de roupas lançada em maio deste ano por dois jovens empresários de Florianópolis ultrapassou as fronteiras do Brasil. Em postagem aqui no blog exatamente no dia 13 de maio deste ano, noticiei a novidade que se espalhou imediatamente e a nova griffe ganhou até mesmo generoso espaço nas revistas Veja, Carta Capital e O Globo, além de sites dedicados à moda do Brasil e do exterior.
E como não poderia deixar de ser, os jornalistas, em sua maioria, tentaram ironizar a nova marca e as estampas que decoram as camisetas com frases que exaltam a direita política. No lugar de Che Guevara, as camisetas estampam frases consagradas como “Não existe almoço grátis”, atribuída a um dos ícones do pensamento conservador, o economista americano Milton Friedman.
Daniel Peçanha e Carlos Alexandre, os empresários idealizadores de Vista Direita, ficaram surpresos pelo assédio da grande imprensa nacional e internacional. Como se sabe, a maioria dos jornalistas do planeta é constituída de esquerdistas, comunistas, socialistas e black blocs. Normalmente, vestem aquelas camisetas com a estampa da foice e martelo e a careta da Dilma e do Lula. Tanto é que ao fazer as entrevistas com Peçanha e Alexandre, tentaram de todas as formas obter um gancho que correspondesse à narrativa da boçalidade dominante. A exceção ficou por conta da revista Veja, que tratou o assunto de forma absolutamente correta.
E, para ver a que ponto chega a estupidez ideológica, O Globo, ouviu um desses sociólogos de alguma universidade, que não se fez de rogado fornecendo o conteúdo para criticar a vitoriosa iniciativa dos dois jovens empresários catarinenses, enxergando “claro viés reacionário" nos produtos.
Seja como for, o fato é que "Vista Direita" é um sucesso! Atualmente, os proprietários da empresa estão em contato com consultorias especializadas e fornecedores de matéria prima, tecnologia e designer. Já operaram algumas mudanças na loja virtual com o objetivo de tornar mais simples e rápido o procedimento para o cliente efetuar suas compras.
A grande novidade de "Vista Direita" é o lançamento da versão feminina das camisetas. Assim, as garotas direitas agora poderão agora expressar com elegância a sua preferência política. 
O plano da empresa no futuro é diversificar o portfólio dos produtos que inlcuirá outras peças do vestuário feminino e masculino, além de acessórios.
Atualmente o site está com uma promoção especial de camisetas masculinas e femininas ao preço de R$ 39,00 cada peça, até o dia 8 de agosto de 2014, ou enquanto durar o estoque. Basta clicar AQUI para comprar

Quanto mais comércio e divisão de trabalho, maior a riqueza do povo (Fabio Ostermann)


Em uma das passagens mais importantes (e menos lidas) de seu clássico “A Riqueza das Nações”, Adam Smith observou a forma de organização da produção em uma fábrica de alfinetes. Dividindo-se o trabalho em distintas etapas, a produtividade dos trabalhadores é muito maior do que seria caso cada trabalhador se ocupasse autonomamente de todas as fases da produção de um alfinete. Esta divisão permitiria que cada trabalhador se especializasse e aperfeiçoasse na função para a qual foi designado.
O aumento na produtividade dos fatores de produção decorrente de trocas livres baseadas na divisão do trabalho seria, segundo Smith, o caminho por meio do qual as nações tornar-se-iam ricas. Ocorre que, como percebeu o economista escocês, as possibilidades de divisão do trabalho são limitadas pelo tamanho do mercado a que se tem acesso.
Imagine-se, por exemplo, vivendo sozinho em uma ilha deserta onde só é possível consumir aquilo que é produzido. Como você não dispõe de outras pessoas para cooperar realizando trocas (um mercado), você só consumirá aquilo que você mesmo for capaz de produzir. Ainda que você seja uma pessoa extremamente hábil, você será necessariamente muito pobre, pois terá que alocar seu tempo limitado a atividades das mais básicas (garantir abrigo, comida, bebida e segurança para si mesmo, por exemplo).
Agora digamos que você descubra não estar sozinho na ilha: também vive lá uma família de náufragos. A probabilidade de que entre eles exista alguém que produza bens e serviços por você demandados de maneira mais eficiente (com menores custos relativos[i]) é grande. O fato de você ser o melhor cozinheiro da ilha não significará nada se houver outros cozinheiros quase tão bons e se, ao mesmo tempo, você for a única pessoa com conhecimentos de carpintaria nos arredores, ainda que você não seja propriamente um expert.
O que conta na divisão do trabalho é a vantagem comparativa na produção de determinado bem ou serviço[ii]. Inserido em um mercado composto por mais agentes, você poderá focar seu tempo, sua habilidade e sua energia especializando-se naquilo que produz com mais eficiência, trocando seus excedentes por bens e serviços produzidos por outras pessoas. A especialização permitirá ganhos em escala, bem como os benefícios do learning-by-doing. É fácil perceber que nesse cenário você e os outros habitantes da ilha teriam uma melhora considerável em seu padrão de vida.
A mesma lógica vale para agrupamentos humanos maiores, como cidades e países: quanto maior o âmbito de interações livres, maiores serão as possibilidades de divisão do trabalho. Como consequência desse fato, maior será a especialização, gerando uma alocação mais eficiente dos recursos disponíveis. Essa melhor alocação importará necessariamente em maior riqueza e bem-estar dentre os membros da comunidade em questão.
Devido ao anacrônico protecionismo que ainda vigora por aqui, o Brasil tem hoje uma participação pífia no comércio internacional, limitando severamente as possibilidades de especialização e divisão do trabalho daqueles que vivem sob suas fronteiras. Apesar de suas proporções continentais (5° maior território e 5ª maior população do mundo), o país    é hoje a 24ª nação exportadora do mundo, e a 21ª maior importadora (dados do CIA Factbook). A consequência óbvia disso é a limitação das possibilidades de comércio baseadas na divisão do trabalho para consumidores e produtores de bens e serviços no Brasil.
Em contraste, os cerca de cinco milhões de habitantes da pequena Cidade-Estado de Cingapura (área equivalente ao dobro da cidade de Porto Alegre) beneficiam-se da participação do país em diversos acordos de livre comércio – o que possibilita aos cidadãos singapurianos o acesso a um mercado muitas vezes maior do que aquele ao alcance dos brasileiros. Esta ex-colônia britânica ascendeu da pobreza a um nível de riqueza invejável se abrindo ao comércio internacional e ao investimento estrangeiro. Não por acaso, é hoje o país com a maior proporção de famílias milionárias do mundo, com PIB per capita quase seis vezes maior que o brasileiro. Quanto maior o comércio e as possibilidades de divisão de trabalho, maior a riqueza do povo de um país.

[i]           Não confundir com o custo monetário, pois pode ser mais eficiente que um trabalhador menos produtivo realize determinada tarefa contanto que o seu custo de oportunidade – aquilo de que se abre mão para obter algo – seja menor.
[ii]   Esse conceito, fundamental na compreensão da lógica do comércio internacional e da divisão do trabalho, foi introduzido por David Ricardo em seu On the Principles of Political Economy and Taxation(1817).

Hamas deve ser derrotado à moda antiga, a começar por exigência de rendição incondicional(FMB)

Pedi ao leitor Gabriel Marini que traduzisse este artigo de 28 de julho do colunista americano-israelense Zev Chafets, que está perfeitamente de acordo com a cobertura que venho fazendo neste blog do conflito no Oriente Médio. Ao lançar foguetes contra Israel de maneira deliberada, o Hamas unificou o povo israelense, a ponto de 86,5% aprovarem a atual operação em Gaza. Eles sabem que não há solução diplomática a tratar com terroristas que pregam o seu extermínio, como mostrei aquiAgora é preciso vencê-los, lutando até o fim. Segue o texto traduzido, com a minha revisão. O título é o mesmo do post. (FMB)
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O jornal Jerusalém Post publicou na manhã de segunda-feira os resultados de uma pesquisa sobre os próximos passos de Israel. [No Globo,aqui.] Cerca de 10% do público disse que já bastava, e que era hora de um cessar-fogo. Outros 3% não tinham tanta certeza.
Entretanto, 86.5% dos israelenses judeus disseram que queriam continuar lutando.
Ninguém me perguntou, mas eu estou com a maioria.
Israel tentou duas vezes antes, em 2008 e 2012, pôr um fim à infiltração e ao disparo de mísseis por parte do Hamas através de ações militares limitadas. Ambos esses esforços terminaram com um cessar-fogo acompanhado por ameaças do governo de Israel ao Hamas, do tipo “não nos obriguem a voltar aqui novamente”.
Quando o Hamas abriu fogo, três semanas atrás, muitos israelenses esperavam que, desta vez, fosse diferente. Em vez disso, o primeiro-ministro Netanyahu e o seu gabinete adotaram um conjunto limitado de objetivos de guerra: destruir os túneis do Hamas que os levavam a Israel, enfraquecer sua estrutura de foguetes e melhorar as condições para o próximo cessar-fogo.
Desde então, Israel destruiu muitos túneis. Derrubou muitos mísseis e foguetes. E concordou com quatro ou cinco cessar-fogos. E, ainda assim, não conseguiu atingir nenhuma dessas finalidades limitadas. O Hamas continua atirando mísseis (nesta segunda matou seis em solo israelense), infiltrando unidades de comando via túneis supostamente destruídos (outro grupo foi interceptado na segunda), e violando cada um dos “cessar-fogos humanitários” (como fez na segunda). Em suma, o Hamas está lutando para valer. Ele vê esta guerra como uma guerra de verdade, uma batalha de vida ou morte.
Neste ponto, estou com o Hamas.
Esta é uma guerra de verdade. E o objetivo de uma guerra de verdade é a vitória.
O Hamas não será derrotado por meio da explosão de seus túneis. Se Israel bater em retirada após o próximo cessar-fogo temporário, eles construirão túneis melhores e mais profundos. O Hamas não será derrotado pelo esgotamento de seu arsenal de foguetes. Se Israel permitir que o Hamas permaneça de pé, ele conseguirá mais do Irã (que admite abertamente fornecê-los), ou os construirá com partes contrabandeadas. Se puder, preencherá esses novos foguetes com produtos químicos, o que tornará extremamente perigoso para Israel interceptá-los em áreas civis, que são os alvos do Hamas.
Não, o Hamas tem de ser derrotado à moda antiga. Isto começa com uma nova exigência – rendimento incondicional – e a disposição em fazer o que for necessário para atingi-lo.
As imagens televisivas terão impacto negativo na imagem de Israel? Depende de quem estiver assistindo. A esquerda europeia anti-Israel e os muçulmanos europeus anti-judeus ficarão indignados, mas isso eles já estão. Alguns rabinos liberais e celebridades judias, ruborizados, ecoarão Michel Corleone (“É minha família, Kay, não sou eu”). Editorialistas e colunistas menosprezarão a perda do “alto padrão moral “ de Israel. Experts que insistem que é ciência política indiscutível que o terror não pode ser derrotado militarmente recusar-se-ão a crer em seus próprios olhos.
Como eu sei isso? Eu já vi esse espetáculo antes.
Mas o universo televisivo é um lugar grande. Os governantes do Egito e da Arábia Saudita, que consideram o Hamas um inimigo terrorista, provavelmente apreciarão o show. Assim como os líderes de Rússia, China, Índia, Nigéria e outros países atualmente engajados em esforços para derrotar as insurreições fundamentalistas islâmicas.
Para Israel, os jihadistas são uma chave demográfica. Eles podem não gostar de ver Gaza em chamas e o Hamas derrotado, mas essas são cenas que concentrarão suas mentes. Os aiatolás iranianos, o Hezbollah, a Al Qaeda, as Crianças Assassinas do Califado do ISIL [da sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e do Levante] e outros Saladinos dos tempos modernos aparecerão odiando Israel ainda mais do que eles odeiam agora? Talvez sim. Mas eles também terão uma visão mais realista do que eles podem fazer a respeito.
Como sempre, a audiência mais importante de todas está bem aqui, em casa. Com o passar dos anos, os israelenses ficaram habituados a um certo nível de violência do Hamas. Mísseis? Ah, eles nem matam tanta gente assim. Sequestros? Solte uns mil terroristas que você consegue o cara de volta. Substituir o Hamas? O que vier depois pode ser pior! Não podemos simplesmente fazer um acordo melhor desta vez, conseguir mais uns anos de relativa tranquilidade antes do próximo round?
A resposta é não. Não há acordo a ser feito com o Hamas, nem sucessor algum que Israel deva temer mais do que ele. Hamas é o diabo que Israel conhece e também o demônio que tem de matar. A quantidade de matança depende do quão rapidamente os hamasniks se renderão ou ⎯ aqui vai a possibilidade menos provável ⎯ da população em Gaza decidir que já sofreu o bastante e que é hora de se voltar contra eles.
Será que Bibi Netanyahu tem estômago para levar isso adiante? Será que ele quer? Eu não sei. Mas eu sei quem quer que ele tente – 86.5% do público judeu israelense.

PETRALHAS E SEUS AMIGUINHOS: EPP(Exercito Popular do Paraguai)FARC,HAMAS e PCC.Ou:"Petistas investigados por elo com PCC omitem bens à Justiça Eleitoral"(veja.com)

Investigados em inquéritos do Ministério Público de São Paulo sobre a relação de cooperativas de transporte público com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), os irmãos petistas Senival Moura, vereador na capital paulista, e Luiz Moura, deputado estadual, omitiram bens na declaração exigida dos candidatos pela Justiça Eleitoral neste ano. A lista patrimonial é um requisito previsto em lei para o deferimento da candidatura.
Levantamento feito pelo site de VEJA na Junta Comercial de São Paulo mostra que ao menos três empresas recém-abertas pelos irmãos com familiares – eles não são sócios entre si – não constam na declaração. Se comprovada, a omissão pode configurar crime eleitoral previsto no artigo 350 do Código Eleitoral – em caso conduta dolosa ou de má fé do candidato. A norma prevê pena de reclusão de até cinco anos e pagamento de multa para quem “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele deveria constar”. De acordo com a resolução 23.405/14 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos devem assinar e entregar uma “declaração atual de bens” ao registrar suas candidaturas.
Luiz Moura deixou de informar que é sócio majoritário em ao menos um posto de gasolina no município de Guarulhos, na Grande São Paulo. O Auto Posto R66 tem capital social de 300.000 reais, sendo que Moura possui 297.000 reais em cotas –- os 3.000 reais restantes são da mulher do parlamentar. Eles compraram a empresa em novembro do ano passado. O patrimônio informado pelo deputado neste ano, sem o posto em Guarulhos, soma 1.063.100,27 reais distribuídos em imóveis, aplicações bancárias e outros quatro postos de gasolina – um deles, que soma 100.000 reais de capital, foi vendido pelo deputado e sua mulher há um mês.
Senival Moura não informou participação em duas empresas. Ele é presidente do conselho administrativo da SPM, uma empresa constituída em março deste ano para transporte municipal e interestadual de passageiros e de cargas, com sede em Lageado, no extremo leste da cidade. O capital social é de 20.000 reais. A outra empresa é a academia Gym Box Brasil, aberta em abril pelo parlamentar, sua mulher e seus dois filhos no bairro da Casa Verde, na Zona Norte. A microempresa tem capital social de 20.000 reais – sendo 3.000 reais em nome de Senival, sócio minoritário.
Balanço
Sem as duas empresas, Senival informou ter patrimônio total de 1,46 milhão de reais – cerca de 400.000 reais a mais do que eleição de 2012. O valor está distribuído em imóveis, automóveis e contas bancárias. Desde 2008, ano em que se elegeu como vereador mais votado do PT paulistano, o patrimônio declarado por Senival saltou 329% – era de 340.000 reais.
Já Luiz Moura perdeu 80% de seu patrimônio, se comparados os dados de 2014 com a sua declaração de bens de 2010, ano em que elegeu-se pela primeira vez. Em, 2012 ele tentou disputar a prefeitura de Ferraz de Vasconcelos (SP) e declarou possuir 1,1 milhão de reais. A diferença se explica pelo fato de Moura ter deixado o quadro societário da Happy Play Tour, empresa de transporte na qual teria injetado 4 milhões de reais. O Ministério Público encontrou indícios de que empresa era de fachada e servia para lavagem de dinheiro do PCC obtido com o tráfico de drogas e armas. A Happy Play Tour, atualmente transformada em Expresso Cidade Tiradentes, e mais duas empresas do Consórcio 4 Leste são investigadas por elo com o PCC e irregularidades na prestação de serviço de transporte coletivo. O Ministério Público suspeita que dois ex-sócios do deputado na companhia, Vilson Ferrari e Gerson Sinzinger, são suspeitos de colaborar com o PCC. Eles movimentaram milhões de reais em imóveis e entraram na Happy Play Tour na mesma época que Moura, em 2009 – cada um dos três aportou 4 milhões de reais.
A participação de Moura na empresa é o indício mais forte contra o parlamentar obtido até o momento pelos promotores de Justiça. Desde 2010, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conduziu duas investigações que tramitavam em conjunto em que os explosivos irmãos Moura foram citados. Os autos contra Luiz Moura foi deslocados para a procuradoria-geral de Justiça, porque como deputado estadual ele tem direito a foro privilegiado. O procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, apura indícios de sete crimes: organização criminosa, extorsão, constrangimento ilegal, apropriação indébita, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e abuso de autoridade. O Gaeco investiga se Senival Moura praticou crimes de formação de quadrilha e corrupção.
Questionados sobre as investigações, Luiz e Senival Moura negam vínculos com atividades criminosas.
Cargos
O vereador Senival Moura pediu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o registro para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília. O deputado Luiz Moura, por sua vez, trava uma batalha jurídica com o PT para tentar concorrer a seu segundo mandato na Assembleia Legislativa. Flagrado em uma reunião com dezoito integrantes do PCC na garagem de uma cooperativa, ele chegou a ser suspenso pelo partido, mas conseguiu na Justiça comum o direito de solicitar o registro da própria candidatura, à revelia da cúpula petista.
Nesta quarta, o Tribunal de Justiça manteve o direito de Moura concorrer à reeleição, ao negar recurso dos advogados do PT. Mesmo assim, a Comissão Executiva do PT paulista deicidiuexpulsá-lo da sigla nesta quinta-feira para tentar evitar mais desgaste à candidatura de Alexandre Padilha ao governo do Estado. Petistas avaliam que a presença de Moura na chapa de candidatos e nas fileiras do partido pode minar qualquer proposta de Padilha de combate ao crime organizado na área da Segurança Pública.

Populismo, keynesianismo e a Argentina no buraco ( Adrián Ravier)


BlogAxelKicillofCristinaKirchner.jpgPerante o agora evidente fracasso da política econômica kirchnerista, um modelo populista que vigora na Argentina desde 2003, começam a surgir nos jornais argentinos várias colunas escritas por "especialistas" e por ex-integrantes do atual governo que tentam limpar sua imagem e apontar os responsáveis diretos pelos acontecimentos atuais, que envolvem saques a comércios e residênciasdisparada do dólarqueda acentuada das reservas internacionais,restrições à compra de dólaresinflação de preços em disparada e apagões.
O ex-presidente Eduardo Duhalde, por exemplo, que ficou no cargo de janeiro de 2002 a maio de 2003, vem fazendo elogios ao seu então ministro da economia, Roberto Lavagna, tentando resgatar sua imagem e chegando ao ponto de candidatá-lo como a pessoa com a experiência necessária para resolver a situação atual.  Já o ex-presidente do Banco Central Martin Redrado (setembro de 2004 a janeiro de 2010), e o ex-ministro da economiaMartín Lousteau (dezembro de 2007 a abril de 2008), vêm escrevendo dezenas de artigos nos jornais tentando se desvencilhar de suas ligações com o atual governo, sendo que participaram dele até há poucos anos.
É correto dizer que, desde 2007, Cristina Fernandez de Kirchner pessoalmente se ocupou de aprofundar o atual populismo que nasceu após o fim do regime de conversibilidade em 2002.  No entanto, cada um destes três economistas citados acima tem sua parcela de culpa pela atual situação que nós argentinos estamos vivenciando.
Em primeiro lugar, a saída do regime de conversibilidade foi feita da pior maneira que se poderia conceber.  Eduardo Duhalde acusa o atual governo de improvisação, mas foi ele próprio quem, logo após ter prometido devolver os dólares que os argentinos haviam depositado nos bancos durante a década de 1990, tratou depesificar todas as contas bancárias, convertendo dólares em peso a uma taxa de câmbio extremamente desvalorizada, sendo assim o responsável pelo maior confisco da renda do povo argentino nas últimas décadas.  (Leia os detalhes completos neste artigo).
Em segundo lugar, é preciso deixar claro que o abandono do regime de conversibilidade e a subsequente desvalorização cambial feita por Duhalde em 2002, algo que hoje ele diz ter sido a medida que gerou a "década do crescimento" da economia argentina, foi na realidade o começo de outra "década perdida".  É verdade que, entre 1998 e 2001, ainda sob o regime de conversibilidade, a economia argentina estava em recessão e com alto desemprego; mas a súbita e acentuada desvalorização cambial ocorrida em 2002 transformou essa pequena recessão em uma profunda depressão, a qual fez o PIB despencar mais de 10% em 2002, além de destruir completamente o estado de direito do país. (Ver relato completo e em detalhes neste artigo.)
A partir de 2003 a economia começou a se recuperar, mas foi só em 2008 que o PIB real da Argentina voltou ao mesmo nível que já havia alcançado em 1998.  Enquanto Chile e Brasil aproveitaram a década de 2000 — que foi a década mais afortunada para a América Latina em mais de um século, no que se refere ao contexto internacional — para vivenciar um processo de acelerado crescimento, a Argentina teve primeiro de retroceder para só então se aproveitar desta bonança e recuperar o que havia perdido.  Em outras palavras, entre 1998 e 2008, a Argentina não cresceu; apenas recuperou o que havia perdido após a desastrosa desvalorização de sua moeda.
Vale ressaltar que, em 1999, havia outra opção, que era dolarização, a qual foi completamente ignorada.  Caso houvesse implantando essa medida, a Argentina poderia ser hoje a primeira economia latino-americana a apresentar um PIB per capita de nível europeu.
Voltando aos três personagens atuais, Roberto Lavagna assumiu o cargo de ministro da economia durante a presidência interina de Eduardo Duhalde em abril de 2002, foi ratificado no posto pelo presidente eleito Néstor Kirchner em 2003, e acabou sendo destituído do cargo em 2005 por causa de divergências internas.  Ele se destaca por ter liderado o processo de recuperação da economia argentina, mas vale ressaltar que foi durante sua gestão que também se iniciou o modelo econômico atual, caracterizado por um aumento acelerado dosgastos públicos e dos impostos.  Com Lavagna no ministério da economia, a carga tributária subiu de 24% do PIB para 30%.
Ter sido substituído por Felisa Miceli, uma intervencionista radical, em novembro de 2005 claramente não melhorou em nada a situação.  É válido dizer que, desde essa data até sua morte em outubro de 2010, Néstor Kirchner foi o verdadeiro ministro da economia, inclusive após a chegada de Cristina Kirchner ao poder, em dezembro de 2007. 
A nomeação do jovem Martín Lousteau para o ministério da economia, também em dezembro de 2007, estava em linha com o desejo de Néstor.  A margem de decisão de Lousteau era muito restrita, e ainda assim ele cometeu o incompreensível erro de tentar aumentar ainda mais a carga tributária, que nesta época já era de 36% do PIB.  Os argentinos bem se lembram de sua proposta de aumentar as retenções das exportações de soja para um valor acima dos já excessivos 35%, algo que só não ocorreu por causa de um veto do vice-presidente.  Após várias desavenças internas, Lousteau saiu do governo em abril de 2008 e, desde então, se tornou um crítico do modelo.
Já o caso de Martín Redrado é um pouco mais complexo já que ele foi presidente do Banco Central entre setembro de 2004 e janeiro de 2010.  Durante sua gestão, ele jamais reconheceu a inflação de preços real, uma vez que esta era frequentemente o dobro — e, às vezes, o triplo — da inflação de preços oficial declarada pela instituição que ele presidia.  De 2007 até sua renúncia, a inflação real só ficou abaixo de 20% ao ano em 2009, ano da recessão global, da qual a Argentina também não escapou.  Redrado jamais exigiu a independência do Banco Central e jamais se negou a imprimir dinheiro para financiar os descontrolados gastos do Executivo.  Até que o oficialismo decidiu afastá-lo do governo.
Nesta seleção arbitrária de personagens responsáveis pela débâcle que nós argentinos estamos vivenciando, chegou a hora de analisarmos o atual e pitoresco ministro da economia, Axel Kicillof.
kicillof_6.jpgO estilo Kicillof
Doutor em economia pela Universidad Nacional de Buenos Aires, Kicillof (que foi meu professor) e sua equipe econômica tomaram posse em novembro de 2013 em umespetáculo constrangedor.  Profundo estudioso de Karl Marx, Kicillof se doutorou em economia tendo como tese um estudo dos fundamentos da Teoria Geral de John Maynard Keynes.
O pensamento de Kicillof, portanto, se encontra entre Marx e Keynes, um conflito interno que não deve ser fácil de ser resolvido.  Seu pensamento é apresentado utilizando termos marxistas — algo que se nota claramente quando ele fala —, mas ele também sabe moderar seu discurso recorrendo a Keynes, cuja obra parece conhecer de cor.  Para Kicillof, o socialismo seria o arranjo desejável, embora entenda que uma transição para esse sistema é inviável no mundo moderno.  O advento do socialismo será, quem sabe, uma etapa mais avançada do capitalismo, mas não é algo que caberá a ele acelerar em seu novo cargo.  Suas propostas políticas são mais keynesianas do que marxistas.
Kicillof rejeita a ideia generalizada de que a Argentina se beneficiou, ao longo dos últimos dez anos, de um contexto internacional favorável.  Para Kicillof, não houve e nem haverá ventos favoráveis, e sim apenas ventos contrários, os quais teriam destruído a economia argentina não fossem as "exitosas" políticas protecionistas que o país implementou ao longo destes últimos dez anos.  Ele parece ignorar que foram justamente as políticas de expansão do crédito orquestradas pelo Federal Reserve e pelo Banco Central Europeu que injetaram liquidez no mercado e, consequentemente, elevaram substancialmente os preços das commodities — como trigo, soja e petróleo —, algo que claramente beneficiou tanto a América do Sul quanto a Argentina.
Kicillof compartilha da ideia de Robert Skidelsky — o principal biógrafo de John Maynard Keynes — de que este é o momento ideal para o "retorno do maestro".  Kicillof recorre a Keynes para justificar uma série de medidas que devem ser implementadas para corrigir o capitalismo e regulá-lo, uma vez que, sem estas medidas, o mercado irá inevitavelmente nos levar a sucessivas crises.
Em sua tese de doutoramento, ele explica em detalhes como uma política anticíclica keynesiana deve ser usada para enfrentar uma situação de recessão: a demanda agregada deve ser impulsionada com políticas monetárias e fiscais expansionistas.  Ou seja, deve haver mais gasto público — sem se importar que ele seja deficitário — e mais expansão do crédito por meio de taxas de juros baixas e até mesmo negativas (em termos reais), o que impulsionaria ao mesmo tempo o consumo e o investimento.  Até o momento, no entanto, esta receita de Kicillof logrou apenas desvalorizar ainda mais a moeda e piorar o já acentuado desequilíbrio fiscal, justamente a fonte de todos os problemas da Argentina nas últimas décadas, e fonte do atual e real problema da inflação de preços que atormenta o país.
É de se imaginar que, além das já implantadas medidas que aumentaram o controle estatal sobre a economia (como as restrições à compra de dólares e o confisco da Repsol), novas expropriações e estatizações também estejam em seus planos, principalmente quando levamos em conta seu expresso desejo de "reverter os anos 1990".
Algo que Marx e Keynes tinham em comum, além da desconfiança em relação ao mercado, era seu desapreço pela função empresarial.  Tanto em suas aulas quanto em seus discursos atuais, Kicillof deixa transparecer de forma cristalina seu ódio aos donos do capital.  Ele enxerga os lucros das empresas como sendo uma indevida apropriação da mais-valia por parte do capitalista, sendo a "mais-valia" o valor monetário que o trabalhador assalariado cria acima do salário que recebe.  Essa injustiça social justifica — em sua visão — qualquer ação do governo que vise a expropriar ou tomar medidas para limitar aquilo que para ele é basicamente um roubo.
Kicillof entende o comércio como sendo um jogo de soma zero, no qual uns ganham (os empresários) e outros perdem (assalariados e consumidores).  Tal raciocínio faz com que ele tenha uma enorme satisfação em tomar medidas que reduzam os lucros empresariais, que imponham estratégias de investimento ou que proíbam a remessa de lucros para o exterior.  Seu discurso na ocasião da expropriação da Repsol-YPF foi justamente neste sentido.  Ele parecia ignorar o fato de que o maior problema vivenciado pela Repsol-YPF foram as pesadas regulamentações sobre a empresa, as quais reduziram sua margem de lucro e, consequentemente, impediram novos investimentos na Argentina e estimularam mais investimentos no exterior.
Kicillof, assim como a maioria dos burocratas governamentais, sofre da arrogância fatal de acreditar que sabe melhor do que todos os empresários argentinos como e onde devem ser feitos os investimentos, e quais são os reais interesses coletivos do país.  Em suma, para Kicillof, os interesses de um coletivo imaginário estão acima dos interesses individuais, de modo que, se for necessário sacrificar várias empresas para dar sustentação ao seu modelo econômico, ele não hesitará em fazê-lo.
O mesmo, aliás, pode ser dito sobre seu programa de controle cambial.  Se for necessário encarecer ainda mais o turismo de argentinos no exterior, ele não terá nenhum problema em fazer isso.  No que mais, confiscar dólares e proibir seu uso no exterior é uma função social que está muito acima das liberdades individuais.
Ironicamente, este atual modelo populista e inflacionário é chamado por Kicillof de "inclusão social".
As quatro etapas do populismo
O roteiro deste tango argentino é convencional: na primeira etapa de um programa populista, sempre se observa um suposto êxito do modelo, principalmente quando a economia parte de uma situação deteriorada em termos de PIB e emprego.  Por isso, entre 2003 e 2007, o modelo populista mostrou uma recuperação da atividade econômica, do emprego e dos salários reais.  Consequentemente, a continuidade do kirchnerismo era óbvia. 
No entanto, já naquela época, não eram poucos os economistas liberais alertando que tal etapa aparentemente exitosa era insustentável, que o gasto público estava saindo de controle, e que as tendências mostravam que nem os preços crescentes da soja e nem suas crescentes retenções poderiam sustentar a bonança.
Com o tempo, os dados começaram a mostrar que não apenas a carga tributária não parava de crescer, como também já estava se tornando corriqueira a monetização dos déficits orçamentários do governo.  O surgimento de desequilíbrios fiscais, monetários e cambiais, bem como de uma resiliente inflação de preços, caracteriza exatamente a segunda etapa do populismo.  Preocupados com este arranjo, estes economistas intensificaram seus alertas, mas foram sumariamente ignorados. 
A terceira etapa do populismo é justamente a atual, em que estes desequilíbrios básicos se ampliam e se tornam evidentes para toda a população na forma de uma acentuada inflação de preços, o que leva o governo a maquiar estatísticas e a impor o congelamento de vários preços, o que por sua vez gera desabastecimento e escassez de vários produtos.  Quanto mais a economia se desarruma, mais intensas e desesperadas se tornam as medidas do governo para tentar ocultar esta realidade.
A quarta e última etapa, que ainda está por vir, é a etapa do "ajuste", uma etapa da qual ninguém quer falar, mas que dificilmente poderá ser evitada.  O ajuste normalmente é composto por liberação de preços e sua subsequente disparada, ajuste monetário e fiscal, recessão, desemprego, queda do salário real e aumento da pobreza.  Aqueles que negam a necessidade deste ajuste devem explicar como é possível sustentar este atual arranjo por um longo período de tempo.
Conclusão
Uma medida relativamente simples e que ajudaria a corrigir estes três desequilíbrios (fiscal, monetário e cambial), além de minimizar os efeitos do ajuste, seria a dolarização da economia, cujo plano está explicado em detalhes aqui.  Porém, lamentavelmente, nem a oposição e nem mesmo aqueles economistas que identificaram corretamente os problemas parecem saber o que defender.  

Artigo originalmente publicado em janeiro de 2014






kkkkkk.....Argentina BOLIVARIANA CALOTEIRA INTERNACIONAL me diz como se sente....SEM ACORDO, JUSTIÇA AMERICANA CONFIRMA CALOTE DA ARGENTINA QUE TEM TUDO PARA RESPINGAR NO BRASIL(AA)


O ministro da Economia, Axel Kicillof, o esquerdista "queridinho de Cristina Kirchner, em entrevista à Imprensa, afirmou que "não sabia de nada". Acima durante festa na Casa Rosada, Kicillof dança um tango íntimo com a "Presidenta" argentina. Uma cena digna dos minutos que antecederam o trágico naufrágio do Titanic.
A Justiça dos Estados Unidos disse na noite desta quarta-feira que o calote da dívida da Argentina é iminente, depois de os representantes do país não chegarem a um acordo com os chamados fundos abutres. No mesmo instante em que o fracasso das negociações foi anunciado, o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, conduzia uma coletiva de imprensa em Nova York sem informar aos jornalistas sobre a situação de calote. Durante toda a coletiva, o ministro afirmou que a Argentina havia efetuado o pagamento dos juros aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida — e negou moratória. Quando confrontado por uma jornalista argentina que possuía a nota da Justiça americana informando sobre o default, Kicillof afirmou que desconhecia a informação: "Estou surpreso com o que você acaba de dizer. Esse comunicado me parece escrito para favorecer uma das partes. Eu não entendo a Justiça americana", afirmou.
Laços bolivarianos: Cristina Kirchner e Lula: "muy" amigos. Mais uma encrenca que adubará, por certo, a campanha eleitoral da oposição no Brasil.
Em comunicado, o mediador designado pela Justiça para resolver o impasse, Daniel Pollack, afirmou que o default da Argentina é "iminente". O país não honrou o pagamento de 539 milhões de dólares aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida em 2005 e 2010 porque seus representantes não acataram a decisão da Corte dos Estados Unidos, que determinava o pagamento, concomitante, dos fundos abutres. Tais investidores são aqueles que não aceitaram a reestruturação e querem receber o valor total da dívida. "Default não é uma mera condição técnica, mas um evento doloroso e real que vai afetar as pessoas", afirmou Pollack na noite desta quarta-feira. "As consequências desse default não são previsíveis, mas certamente não são positivas", disse.
Segundo Pollack, a Corte chegou à conclusão de que a Argentina não poderia, segundo a lei, pagar os detentores da dívida reestruturada sem que pagasse, também, os que não aceitaram a reestruturação. Nas negociações, a Argentina não cedeu: se os fundos quisessem receber, teriam de aceitar as mesmas condições dos credores que acataram a reestruturação. Contudo, os abutres se negaram a aderir ao plano, que impôs perdas de 40% aos investidores à época. "Trabalhei sem parar, ao longo das últimas cinco semanas, para reunir os representantes da Argentina e os holdouts (como a Corte se refere aos abutres) num acordo que permitisse o pagamento da dívida no dia 30", afirmou Pollack, em comunicado. "O default não pode se tornar uma situação permanente, algo que acarretará em enormes prejuízos para a Argentina e seus credores, mas, sobretudo, para os cidadãos argentinos, que serão as reais vítimas", afirma. Clique AQUI para ler mais sobre o calote argentino-bolivariano

quarta-feira, 30 de julho de 2014

PETRALHAS JACOBINOS:Ou:"Terror petista – Cabe perguntar: a partir de hoje, as análises que bancos fazem a seus clientes buscarão atender aos interesses de quem?"(RA)


Muito bem! A analista que foi considerada a responsável por ter anexado a extrato de correntistas uma análise sobre o comportamento dos indicadores econômicos vis-à-vis à posição de Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais foi demitida. Lula pediu a cabeça da moça a seu amigão, Emilio Botín, presidente mundial do Santander, e o banqueiro deu o que ele queria. Vale dizer: o chefão petista investiu e obteve os devidos dividendos eleitorais. A partir de agora, uma questão está criada — e não só para o banco que troca cabeças por gentilezas do petismo.
Bancos também atuam como consultores de investimentos. Não são meros lugares em que se deposita o dinheiro. Em qualquer democracia do mundo, um episódio como esse nem mesmo seria notícia. Por aqui, virou um escândalo em razão da mistura sempre explosiva de ignorância com má-fé política. Não só isso. Somos também um país viciado em arranca-rabo de classes. Os que receberam a tal avaliação eram correntistas com contas acima de R$ 10 mil. Foram tachados de “ricos” por setores da imprensa. Ricos? Bem, num país em que uma família com renda per capita de R$ 300 já é considerada pelo governo “classe média”, tudo é possível.
Pergunto: doravante, as análises que o Santander e os demais bancos oferecerem a seus clientes têm alguma validade ou serão redigidas pelo medo e pela patrulha? Quando os consultores das instituições financeiras emitirem as suas opiniões, estas terão sido, antes, submetidas ao Comitê de Censura do Petismo? Se uma opinião considerada incômoda a um partido rende pedido de desculpas e demissão, devo entender que as que não rendem podem até estar em desacordo com a realidade, mas adequadas àquilo que pensam os poderosos de turno?
De resto, insisto num aspecto: a moça demitida do Santander não disse nada que não tenha sido dito na Folha, na VEJA, no Estadão, no Globo, na Globo ou na Jovem Pan. Aí o idiota grita: “Ah, mas essa é a mídia golpista”. Errado! A bancária demitida não afirmou nada além do que o próprio Lula vem afirmando, com uma única diferença: ao fazê-lo, ele usa o episódio para exaltar Dilma. A ex-analista do Santander se limitou a fazer uma constatação.
Esse episódio é vergonhoso e dá conta da cultura autoritária de um partido político, incapaz de conviver com a divergência. A presidente Dilma, numa avaliação tacanha, considerou que a análise enviada aos correntistas era uma tentativa de o mercado interferir nas ações de governo. É mesmo? Ainda que assim fosse, o que haveria de errado? Quando a CUT, o MST, o MTST e um sem-número de siglas tentam interferir nas políticas públicas, tal inciativa é ou não legítima? E olhem que há uma diferença brutal: com alguma frequência, esses entes que cito não se manifestam apenas por meio de notas, mas da ação direta, que cassa direitos de terceiros sob o pretexto de defender… direitos.
Nesta quarta, por exemplo, falaram na Confederação Nacional da Indústria os presidenciáveis Eduardo Campos, Aécio Neves e Dilma Rousseff. Já no evento da CUT — uma entidade financiada com dinheiro público, dos trabalhadores, forçados a financiá-la por meio do imposto sindical —, só o petismo tem voz; só o petismo é convidado a se manifestar, numa afronta escancarada à Lei Eleitoral.
A síntese é a seguinte: a analista do Santander foi demitida sem ter descumprido um milímetro da lei. Dilma será aplaudida amanhã, em evento da CUT, transgredindo a lei. Ou tentem me provar que estou errado.

Contas do governo têm pior resultado para o 1º semestre em 14 anos No primeiro semestre, superávit primário somou R$ 17,23 bilhões. Em junho, houve déficit de R$ 1,94 bilhão, pior resultado desde 1997.(g1)

As contas do governo registraram um superávit primário, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, de R$ 17,23 bilhões no primeiro semestre deste ano. A informação foi divulgada pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (30).
É o menor resultado positivo para um primeiro semestre desde 2000 (R$ 15,43 bilhões). Isso é consequência da fraca arrecadação do governo neste ano. Houve uma queda de 50% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o esforço fiscal somou R$ 34,55 bilhões.
Pelas contas do Tesouro, há superávit quando o total recebido em impostos é maior que a soma das principais despesas da União.
Neste semestre, o resultado também ficou bem abaixo do recorde histórico para o período, de 2008, de R$ 61,37 bilhões.
"Foi um resultado fiscal menos dinâmico. Decorrente de receita menos forte, que tem a ver com a atividade econômica do semestre. A temperatura da economia ficou menor. Significa menos inflação. O número de feriados foi relevante. Nossa expectativa é que o segundo semestre venha a ser melhor em termos de crescimento econômico e também em termos de receita", declarou o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Resultado de junho
Somente no mês de junho, as contas do governo registraram um déficit primário (receitas menos despesas, sem a inclusão de juros) de R$ 1,94 bilhão. Este foi o pior resultado para meses de junho desde o início da série histórica do Tesouro Nacional, em 1997.
Meta fiscal de 2014
O fraco desempenho das contas públicas até junho dificulta alcançar a meta de superávit primário establecida para todo este ano.
Ao anunciar em fevereiro o corte de R$ 44 bilhões no orçamento deste ano, o ministro da Fazenda,Guido Mantega, anunciou que o objetivo fiscal de todo o setor público (governo, estados e municípios), neste ano, é de R$ 99 bilhões, o equivalente a 1,9% do PIB, o mesmo percentual registrado em 2013.
Somente para o governo, a meta foi fixada em R$ 80,8 bilhões neste ano, ou 1,55% do PIB. Até junho, portanto, o governo cumpriu 21,3% da meta anual.
Dividendos, concessões e CDE
O superávit primário recuou 50% no primeiro semestre deste ano apesar de o governo ter recebido mais dividendos (parcelas dos lucros) das empresas estatais. Nos seis primeiros meses de 2014, os dividendos pagos pelas empresas estatais ao Tesouro Nacional somaram R$ 10,49 bilhões, contra R$ 7,69 bilhões no mesmo período do ano passado. O aumento foi de R$ 2,79 bilhões neste ano.
Por outro lado, caíram as receitas de concessão e subiram os pagamentos feitos à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no primeiro semestre deste ano. As concessões, que renderam R$ 2,79 bilhões nos seis primeiros meses de 2013, engrossaram os cofres públicos em R$ 1,24 bilhão neste ano. Ao mesmo tempo, foram pagos R$ 4,1 bilhões para a CDE em 2014. No mesmo período do ano passado, não foram feitos aportes na CDE.
Essa parcela de R$ 4,1 bilhões paga de janeiro a junho pelo governo faz parte de um valor total de até R$ 13 bilhões estimados com recursos orçamentários para todo este ano. Desde o final de 2012, o país vem utilizando mais energia gerada pelas termelétricas por conta do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas. A operação das térmicas ajuda a poupar água dessas represas, mas tem um custo maior, que normalmente seria repassado às contas de luz.
Receitas, despesas e investimentos
De acordo com dados do governo federal, as receitas totais subiram 7,2% nos seis primeiros meses deste ano, contra o mesmo período do ano passado, para R$ 601,7 bilhões. O crescimento das receitas foi de R$ 40,6 bilhões de janeiro a junho deste ano.
Ao mesmo tempo, as despesas totais cresceram 10,6% nos seis primeiros meses deste ano, para R$ 473,9 bilhões. Neste caso, a elevação foi de R$ 45,49 bilhões. Os gastos somente de custeio, por sua vez, avançaram bem mais de janeiro a junho: 16,5%, para R$ 103,4 bilhões.
Já no caso dos investimentos, os gastos somaram R$ 40,4 bilhões de janeiro a junho deste ano, informou o Tesouro Nacional, valor que representa um aumento de 21,7% frente a igual período de 2013 (R$ 33,2 bilhões).
No caso das despesas do PAC, que somaram R$ 28,8 bilhões nos seis primeiros meses de 2014, houve alta de 26,9% sobre igual período do ano passado (R$ 22,7 bilhões), informou a Secretaria do Tesouro Nacional.

A morte de nossa indústria explicada pelo diferencial de inflação e o câmbio (RC)

A indústria do Brasil está em crise, incapaz de competir em pé de igualdade com o resto do mundo. Vários são os motivos para isso, todos convergindo para o problema estrutural conhecido como “Custo Brasil”. Ou seja, temos uma carga tributária absurda e complexa, uma infraestrutura caótica, leis trabalhistas obsoletas e rígidas demais, mão de obra pouco qualificada, excessiva burocracia, elevada taxa de juros, etc. A lista é longa.

Em vez de fazer as reformas estruturais que poderiam mitigar tais males, o governo preferiu tapar o sol com a peneira, distribuir subsídios por meio do BNDES, conceder privilégios pontuais para cada setor, reduzir na marra a taxa de juros, decretar queda na tarifa de energia elétrica, adotar barreiras protecionistas, etc.
Além disso, estimulou a demanda com gastos e crédito públicos sem a contrapartida na oferta, ou seja, sem conseguir atrair investimentos. Claro que não funcionou. A demanda teve de ser atendida por mais importação e houve pressão sobre o preço dos insumos. O resultado está aí: elevada inflação e indústria em queda.
Há várias formas de mostrar o fenômeno da perda de competitividade de nossa indústria ao longo dos últimos anos, sob gestão do PT. Abaixo, escolhi uma que, creio, retrata bem o desespero de nossos empresários. Trata-se do diferencial de inflação em cada país, principalmente entre Brasil e Estados Unidos. Isso dá uma boa ideia de como o Brasil ficou mais caro em termos relativos. Vejam:
Inflação mundi
Inflação ao consumidor desde 2003 (base 100). Fonte: Bloomberg
Reparem que países como Austrália, Estados Unidos e Canadá apresentaram uma inflação moderada no período, enquanto o Brasil despontou do grupo. Austrália também se beneficiou do crescimento chinês, por ter abundância de recursos naturais, e o mesmo vale para o Canadá. Mas isso não se transformou em mais inflação nesses países, ao contrário do que ocorreu no Brasil. Eis outra forma de ver a mesma coisa:
Inflação (IPC) acumulada desde 2003. Fonte: Bloomberg
Inflação (IPC) acumulada desde 2003. Fonte: Bloomberg
Enquanto nossa inflação acumulada desde 2003 ultrapassa 85%, a inflação americana no mesmo período sequer chegou a 30%. Ou seja, tivemos uma perda de poder aquisitivo de nossa moeda bem maior. Se isso tivesse se refletido em uma forte desvalorização cambial, ou seja, em uma perda de valor do real frente ao dólar, o problema seria mitigado em parte. Não foi o que aconteceu, como podemos ver:
Real x Dólar. Fonte: Bloomberg
Real x Dólar. Fonte: Bloomberg
O dólar valia mais de R$ 3 no começo da gestão petista, e hoje vale pouco mais de R$ 2,20. Ou seja, o real se valorizou no período, enquanto nossa inflação disparava em relação aos Estados Unidos. Para empresas que têm custo em real e precisam competir em um mundo globalizado, com produtos tradables, tal combinação é fatal.
Seu custo aumentava de forma acelerada com a alta inflação, e seu produto ficava cada vez mais caro em dólar para o resto do mundo. Isso para não falar que esse índice de inflação nosso está defasado, pois há vários preços represados pelo governo de forma insustentável.
O governo decidiu intervir no câmbio, justamente para não deixar a inflação subir ainda mais. Com isso, a taxa de câmbio ficou fora de lugar, com o real apreciado demais, e o Brasil fica ainda mais caro frente ao resto do mundo. Some-se a essa conjuntura todos os problemas estruturais, que não foram endereçados pelo governo, e temos um quadro terrível para nossa indústria.
Não tem como fugir dessa realidade. Ou o Brasil faz as reformas estruturais para tornar nossa indústria mais competitiva de verdade, sem depender o tempo todo de benesses estatais, reduz os gastos públicos de verdade, e deixa os preços livres na economia, inclusive a taxa de câmbio; ou o país ficará cada vez mais caro e sem condições de enfrentar a concorrência de um mundo globalizado.

Bolivarianos, socialistas e progressistas.Ou:" Os anões diplomáticos" (RC)


O Mercosul emitiu hoje uma nota de repúdio ao Hamas, exigindo o imediato cessar dos ataques com mísseis aos civis israelenses e definiu como inadmissível o uso de crianças e inocentes palestinos como escudo humano. Na nota, o Mercosul apoia as sanções dos Estados Unidos e Europa à Rússia após novas evidências que mostram a conivência e o suporte do país aos separatistas ucranianos, que derrubaram um avião da Malásia com quase 300 pessoas a bordo.
Ainda na mesma nota, os países do Mercosul decidiram condenar em bloco a ditadura cubana, atestando que é nefasto um regime que mantém como escrava a própria população por meio século, e que fuzilou milhares de presos políticos apenas pelo “crime” de opinião. Por fim, o Mercosul decidiu expulsar a Venezuela do bloco, reconhecendo que fora um grande equívoco aceitar o país que não cumpria as cláusulas democráticas.
Agora o leitor já pode acordar, deixar o sonho de lado, e mergulhar no pesadelo da realidade. Nada disso é verdade, claro. O Mercosul emitiu nota sim, mas condenando apenas Israel e pedindo investigação de violação de direitos humanos somente para o pequeno país democrático do Oriente Médio. Vejam a foto com esses “gigantes” mundiais dos direitos humanos:

Fonte: GLOBO
No centro, destacando-se pela maior estatura (física, não moral), está Nicolás Maduro, aquele tiranete que usa milicianos cubanos para perseguir a própria população venezuelana. Todos são camaradas de Fidel e Raúl Castro, os maiores ditadores do continente. Alinharam-se ao Irã e à Rússia, ambos alvos de sanções por parte dos países desenvolvidos justamente por desrespeito aos direitos humanos.
Esses incríveis “humanitários” condenaram o “massacre” de Israel, e não citaram uma única palavra de condenação ou crítica ao Hamas, grupo terrorista que usa a própria população como escudo humano. É como se Sarney, Maluf e Lula emitissem uma nota cobrando ética na política. Uma piada!
Quando “anões diplomáticos” como esses representam a América Latina, tudo que podemos fazer é sentir uma imensa vergonha, e deixar bem claro aos israelenses que essa gente não nos representa de fato!
PS: Dilma aproveitou a ocasião para oferecer apoio incondicional ao governo argentino, prestes a desrespeitar a Justiça americana e dar mais um calote nos credores internacionais. Preferiu apelar para o sensacionalismo e criticar os “abutres”, os “especuladores” que ganham à custa do sofrimento do povo. Se ao menos ela estivesse falando desses próprios líderes e governantes…
PS2: “Se entende que soldados morram em uma guerra, não crianças, mulheres, idosos”, disse Cristina Kirchner. Perguntar não ofende: pela lógica desses “progressistas igualitários”, isso não seria machismo? Quer dizer que mulheres são, afinal, do sexo frágil e merecem tratamento diferenciado? Precisam se decidir…

kkkkkkkkkkk..."Argentina me diz como se sente" . Ou:"Entendendo o iminente calote da Argentina (Nicolás Cachanosky)"


6825.jpgA Argentina está a menos de 24 horas de formalizar um calote em suas dívidas.  Esse seria o terceiro calote do governo argentino em apenas vinte e oito anos.  Como a situação chegou a esse ponto?
Após o calote de 2001, o governo da Argentina ofereceu aos seus credores um swap de sua dívida (uma reestruturação da dívida) para 2005.  Vários detentores de títulos públicos argentinos aceitaram essa oferta do governo.  Mas alguns se recusaram a aceitar.  Esses credores que não aceitaram a reestruturação são chamados tecnicamente de "holdouts".  Quando a Argentina começou a pagar pelos novos títulos em posse daqueles que aceitaram a reestruturação (tecnicamente chamados de "holdins"), os holdouts acionaram judicialmente o governo argentino no tribunal de Nova York, que é a jurisdição sob a qual a Argentina emitiu os títulos de sua dívida.  Após a Suprema Corte dos EUA ter se recusado a ouvir, há algumas semanas, o argumento de defesa do governo argentino, o veredito do juiz Thomas Griesa tornou-se definitivo.
A decisão judicial exige que a Argentina pague 100% de sua dívida em posse dos "holdouts" exatamente quando ela for pagar os títulos reestruturados em posse dos "holdins".  De acordo com a sentença do juiz Griesa, a Argentina não pode pagar apenas alguns credores.  Ou ela paga para todos, ou ela dá o calote.  O pagamento estava marcado para o dia 30 de junho, mas não foi feito.  A Argentina conseguiu mais 30 dias de carência, que terminam hoje, dia 30 julho.  Se a Argentina não honrar a dívida, o país estará formalmente, e novamente, inadimplente.
Essa situação é complexa e vem gerando interpretações distintas — quando não opostas — de analistas e autoridades políticas.  Algumas dessas interpretações, no entanto, não são bem fundamentadas.
Como a Argentina se tornou um mau pagador
Entender corretamente a situação da Argentina requer um pequeno contexto histórico.
No início da década de 1990, a Argentina implantou a chamada Lei de Conversibilidade, uma medida que visava restringir o Banco Central e acabar com a hiperinflação que vinha castigando o país desde meados da década de 1980 [leia todos os detalhes neste artigo].  Essa lei estipulou a paridade cambial de um peso por dólar, e decretou que o Banco Central só poderia emitir pesos quando a mesma quantidade de dólares houvesse entrado no país.  Ou seja, o peso agora estaria lastreado em dólar.  Cada peso emitido teria de ter a mesma quantidade de dólar em lastro.
A Lei de Conversibilidade era, portanto, mais do que um mero esquema de taxa de câmbio fixa.  Era uma legislação que transformava o Banco Central argentino em um Currency Board cuja função era converter pesos em dólares à paridade de um para um.  No entanto, havia brechas na lei, de modo que o Banco Central argentino ainda usufruía alguma flexibilidade para emitir pesos independentemente do influxo de dólares para o país.  Exatamente por causa dessa brecha crucial, o Currency Board argentino seria mais bem caracterizado como "heterodoxo" em vez de "ortodoxo".
Ainda assim, mesmo com essa brecha, a Argentina não mais podia monetizar livremente seus déficits como fazia durante a década de 1980 no governo de Ricardo Alfonsín.  Foi a livre monetização da dívida o que produziu a alta inflação que se degenerou em hiperinflação.  Por causa de Lei de Conversibilidade durante a década de 1990, o governo de Carlos Menem não podia recorrer ao Banco Central argentino para que esse financiasse o déficit fiscal do governo via criação de dinheiro.  Aí, em vez de simplesmente cortar gastos e reduzir o déficit, o governo Menem optou pela solução menos politicamente dolorosa: emitir títulos e se endividar. 
Esses títulos foram majoritariamente comprados por estrangeiros, e são eles que hoje estão requerendo a quitação. 
Como os títulos da dívida foram emitidos em dólares e os estrangeiros os compravam com dólares, a moeda americana entrava na Argentina e isso permitia que o Banco Central argentino — pela Lei de Conversibilidade — emitisse a quantidade correspondente de pesos.
Essa emissão de títulos da dívida durante a década de 1990 ocorreu em uma Argentina que já havia decretado moratória em sua dívida seis vezes desde sua independência da Espanha em 1816 (pode-se dizer que um terço da história da Argentina ocorreu sob situação de calote).  Simultaneamente, o país também exibia um histórico questionável de proteção institucional aos contratos e aos direitos de propriedade.  Com a poupança doméstica destruída após anos de inflação descontrolada durante a década de 1980 (e também nas décadas anteriores), a Argentina teve de recorrer aos investidores estrangeiros e mercado financeiro internacional para financiar seus déficits orçamentários.  E devida à falta de credibilidade, a Argentina teve de "importar" credibilidade jurídica emitindo seus títulos sob a jurisdição de Nova York.  Caso houvesse uma desavença com seus credores, a Argentina já havia deixado claro que aceitaria a decisão dos tribunais de Nova York.
Vários críticos atuais da decisão judicial alegam que os credores da Argentina — raivosamente rotulados de "fundos abutres" — conspiraram para abolir a soberania da Argentina.  Mas isso é cortina de fumaça.  A responsabilidade deve ser atribuída ao próprio governo da Argentina, que estabeleceu um longo histórico de falta de confiabilidade em honrar suas dívidas.
O caminho para a atual moratória
Esses títulos emitidos sob a jurisdição de Nova York durante a década de 1990 possuíam outras duas características importantes: a incorporação da cláusula pari passu e a ausência da cláusula de ação coletiva.
A cláusula pari passu especifica que a Argentina concorda em tratar todos os seus credores nos mesmos termos (especialmente no que diz respeito ao pagamento de cupons e principal).  Já a cláusula de ação coletiva declara que, em caso de reestruturação da dívida, se uma determinada porcentagem de credores aceitar a reestruturação, então aqueles credores que recusaram a oferta (os "holdouts") automaticamente também terão de aceitar entrar na reestruturação. 
No entanto, quando a Argentina caloteou seus títulos ao final de 2001, ela o fez com os títulos que incluíam a cláusula pari passo, mas que não requeriam a cláusula de ação coletiva.
Ou seja, pelo contrato que o próprio governo argentino ofereceu aos seus credores — contrato esse que não incluía a cláusula de ação coletiva —, qualquer credor pode exigir receber imediatamente sua parte devida mesmo que 99,9% dos credores tenham decidido aceitar a reestruturação.
E é exatamente isso o que ocorreu com o calote de 2001.  Quando, após o calote, a Argentina ofereceu novos títulos (reestruturação) para seus credores, os "holdouts" avisaram a Argentina que, por contrato, eles ainda tinham direito a receber 100% dos títulos, pois estavam em "igualdade de condições" (pari passu) com aqueles que aceitaram a reestruturação.  Ou seja, de acordo com os termos da dívida, a Argentina não pode pagar os "holdins" sem também pagar os "holdouts".
Entretanto, os governos de Nestor Kirchner e Cristina Kirchner, mostrando mais uma vez seu desprezo pelas instituições, decidiram ignorar os "holdouts", chegando ao ponto de completamente retirá-los da condição de credores oficiais — sendo essa uma das razões por que o nível da dívida em relação ao PIB é mais baixo nas estatísticas oficiais.
Pode-se dizer, portanto, que o juiz Griesa não fez nada além de simplesmente ler o contrato que o próprio governo argentino havia oferecido a seus credores.  Não obstante, já se ouvem lamúrias na Argentina (e ao redor do mundo) sobre como a decisão de Griesa prejudica a seguridade jurídica dos títulos soberanos e da reestruturação da dívida argentina.
Só que o problema não está na decisão do juiz Griesa.  O problema é que o governo da Argentina decidiu, mais uma vez, optar por déficits e gastos desenfreados a cumprir com suas obrigações.  O veredito de Griesa sugere que um calote não pode ser usado como ferramenta política para ignorar os contratos ao bel-prazer de políticos.  Uma decisão favorável ao governo da Argentina significaria uma carta branca para que os governos violassem seus próprios contratos, o que tornaria ainda mais difícil o acesso ao capital para países pobres.
Toda essa situação argentina pode ser simplificada por uma analogia: tente explicar ao seu banco que, dado que foi você próprio quem esbanjou e gastou toda a sua receita durante mais de uma década, você tem agora o direito de não quitar o empréstimo com o qual você comprou seu apartamento e seu carro.  Quando o banco lhe acionar judicialmente por não cumprir seu contrato, explique ao juiz que você foi uma pobre vítima de maldosos fundos abutres, e que você tem o direito de ignorar seus credores porque você não pode ser importunado com o incômodo de alterar seus luxuosos e insustentáveis padrões de gasto.  Aí, quando o juiz proferir a sentença desfavorável a você, tente explicar ao mundo por meio de jornais internacionais como a decisão do juiz representa uma injustiça que coloca em risco todo o mercado bancário internacional (como vem fazendo a Argentina recentemente). 
Tente agora justificar a posição do governo argentino.